Durante toda a década de 90 os campeonatos denominados "Superturismo" tiveram muito sucesso e repercussão entre os fanáticos por automobilismo em todo o mundo. Praticamente em todos os continentes do planeta foram organizados e realizados certames de Superturismo, com homologação da Federação Internacional de Automobilismo - FIA. O regulamento era denominado "Grupo 2", para carros de produção equipados com motorização de 2 litros - que alcançavam uma potência de aproximadamente 300 cavalos, além da possibilidade de utilizar rodas grandes de 19 polegadas - que deveriam ficar abrigadas dentro da caixa de dimensões originais - pneus slicks de perfil baixíssimo e também câmbio sequencial de 6 marchas.
As fabricantes de veículos entraram "de cabeça" nestes campeonatos, seja com equipes oficiais de fábrica, seja com apoio aos times independentes, atraídas por diversos quesitos, como por exemplo o desenvolvimento do produto, publicidade ao grande público e a oportunidade de enfrentar os concorrentes em um palco de competições. Além das grandes corporações automotivas do mundo, outras empresas envolvidas com o esporte a motor tomaram parte da onda do Superturismo, como por exemplo as fabricantes de pneus - Michelin, Yokohama, Dunlop, Bridgestone foram algumas - e de rodas - OZ, Speedline, BBS, Antera, por exemplo.
As fabricantes de automóveis envolvidas oficialmente com o Superturismo eram as mais importantes do mundo: Tivemos empresas como Alfa-Romeo, Audi, BMW, Chrysler, Ford, Honda, Hyundai, Mazda, Nissan, Opel, Peugeot, Renault, Seat, Toyota, Volvo e Volkswagen. Pilotos do mais alto gabarito disputaram campeonatos de Superturismo em todo o mundo: Nicola Larini, Tom Kristensen, Gabriele Tarquini, Steve Soper, Joachin Winkelhock, Emanuele Pirro, Johnny Cecotto, Alain Menu, Frank Biela, Yvan Muller, Laurent Aiello, Roberto Ravaglia, Derek Warwick, Gianni Morbidelli, só para citar alguns.
Na época se destacaram os campeonatos realizados na Inglaterra - o BTCC - British Touring Car Championship e na Alemanhã - o STW - Super Touring Wagen, mas também foram organizados certames de Superturismo na Itália, França, Bélgica, Espanha, Suécia, Japão, África do Sul, Estados Unidos, Austrália e aqui na Ámerica do Sul - o Sul-Americano de Superturismo SUDAM, que é o objeto desse nosso especial. A característica de um regulamento técnico unificado foi o grande mote para que o Superturismo fosse disputado praticamente no mundo todo, com algumas pequenas adaptações de região para região.
As conversas e primeiros movimentos para a organização e realização de um campeonato de Superturismo aqui na América do Sul se iniciaram em finais de 1996 e início de 1997. Os idealizadores e organizadores eram o brasileiro Toninho de Souza e o argentino Fernando Tornello. A previsão no início de 97 era a da chegada de 12 carros, sendo dois Honda Accord, dois Ford Mondeo, dois Renault Laguna (que nunca viriam), dois Chevrolet Vectra e dois Peugeot 406.
Optou-se por trazer para a América do Sul carros utilizados por equipes em outros países até o ano anterior - 1996, para buscar reduzir os custos das equipes. Os pneus utilizados pelo campeonato eram diferentes dos adotados no resto do mundo. Foi escolhido um composto duro da Pirelli - a fornecedora exclusiva do campeonato, diferentemente dos outros certames, onde existia o fornecimento multimarcas das "borracheiras" - na medida 235/645R18. As rodas aqui seriam menores, de aro 18.
O combustível fornecido às equipes foi desenvolvido pela Petrobrás com exclusividade para o Superturismo SUDAM: uma gasolina super premium, que tinha entre 98 e 102 octanas. Foi adotado também um limitador de rotações para os motores, que não deixava os propulsores ultrapassarem as 8.500 rotações por minuto - na Europa os motores chegavam a 11.000 rpm´s. Essa medida de limitações de giros nos motores era mais um subterfúgio para evitar custos maiores para as equipes. Ainda em relação aos motores, o regulamento previa que a troca de um motor da classificação para a corrida obrigava o competidor a largar no final do grid. Essa definição evitava o uso de motores específicos para classificação, também com vistas a redução de custos.
O Superturismo Sul-Americano SUDAM - também chamado de Copa de Las Naciones - foi realizado entre os anos de 1997 e 2001. Começou com todo o gás, com muitas participações de pilotos argentinos, paraguaios, brasileiros, muitas equipes e uma variada gama de carros e começou a sua decadência no ano 2000, quando houve uma forte evasão de times e pilotos - muito acentuada por conta da crise na Argentina no final do ano de 1999 e início do ano 2000 e também à saída das fábricas, que deixaram de dar apoio oficial às equipes.
A próxima postagem deste especial trará a temporada de 1997 do Campeonato Sul-Americano de Superturismo SUDAM. Vamos relembrar todos os fatos relevantes, revisando corrida a corrida com resultados, muitas fotos e informações.
Mais um especial de alto nível sobre o automobilismo! Fico no aguardo para o início das temporadas. Meus parabéns meu irmão!
ResponderExcluirValeu meu irmão!! E obrigado pela sua força de sempre!!
ResponderExcluirAgora temos o TCR South America que estreou no domingo passado em Interlagos!
ResponderExcluirVerdade, e é um baita campeonato!!
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