quinta-feira, 29 de abril de 2021

Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos - Temporada de 1986


Depois do campeonato agitado e equilibrado de 1985, com a vitória nas marcas pela Volkswagen e pelos pilotos Lian Duarte e Fabio Greco com Ford Escort, havia uma boa expectativa para a temporada de 1986. O primeiro grande fato deste novo ano era mais uma mudança de regulamento técnico. Os motores desse ano deveriam ter a cilindrada aumentada de 1.300 para 1.600 centímetros cúbicos, em alinhamento com as regras Fisa - Grupo A. O regulamento também abria a possibilidade de equipar os motores com turboalimentação - no transcorrer da temporada, alguns carros foram equipados com este artifício.


O carro da Volkswagen agora era o Passat com a motorização AP1.600. A Fiat continuava com o Uno, que ganhava desenvolvimento e performance contínuos e que recebeu no transcorrer da temporada o turbo, assim como o Escort da Ford. Essas eram as três fábricas envolvidas oficialmente com o evento. A Chevrolet não dava apoio e as equipes pouco optavam por carros da marca, uma vez que teriam de correr extra-oficialmente com seus modelos, sem possibilidade de desenvolvimentos mais sólidos.


O calendário previa um total de 9 etapas. A novidade agora era a realização de provas curtas. Estavam previstas 3 idas ao Rio de Janeiro, duas a Interlagos, e uma etapa em Brasília, em Goiânia, em Guaporé e em Tarumã. Neste ano, ao contrário das temporadas anteriores, o campeonato começou mais cedo, em março. A Confederação Brasileira de Automobilismo anunciou no começo do ano a aquisição de equipamentos de cronometragem mais avançados, produzidos pela marca suíça Longines. Foi anunciada também a premiação total do evento, que perfazia o valor de 1,1 bilhão de Cruzeiros, graças, segundo o presidente da entidade, Joaquim Cardoso de Melo, ao patrocínio do campeonato pela petrolífera Shell.



1 hora do Rio de Janeiro - 22/03/1986


Como parte integrante da programação do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 em Jacarepaguá, o circo do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos dividiria a atenção do aficcionado público torcedor presente no autódromo carioca, que tinha excelentes motivações - torcer para os brasileiros Nelson Piquet estreando sua primeira temporada na equipe Williams e Ayrton Senna em seu segundo ano de Lotus - ambos fortes candidatos à vitória. A corrida do Brasileiro de Marcas aconteceria no sábado, com largada às 15h30.


Nos treinos de classificação a pole position para a primeira etapa ficou com o Ford Escort da dupla Fábio Greco e Paulão Gomes, com a marca de 2m20s57. A cronometragem oficial, que já foi motivo de discussão em temporadas anteriores, no Rio foi mais uma vez causadora de polêmicas. Os tempos aferidos oficialmente não batiam com as marcas obtidas pelas equipes. Em dado momento, foi creditada pelas equipes a volta mais rápida para o VW Passat da dupla Ingo Hoffmann e Claudio Girotto. Ingo chegou a formalizar uma reclamação à direção de prova porém teve seu pedido indeferido.


Aqui vale registrar que, ao fazer parte da programação oficial da Fórmula 1 no Brasil, a organização do Brasileiro de Marcas e Pilotos teria pontos positivos e negativos. Os pontos positivos seriam a boa exposição das corridas ao grande público presente, que seria benéfico aos patrocinadores da equipe e do evento, além da possibilidade da apresentação da categoria a novos fãs. O grande ponto negativo foi a estrutura falha oferecia à categoria em Jacarepaguá - em detrimento à total atenção que a Fórmula 1 demandava. As equipes do Marcas tiveram que se instalar em boxes improvisados embaixo das arquibancadas da grande reta. Invariavelmente, os torcedores mais mal-educados ativaram objetos nas equipes e pilotos que estava instalados na parte debaixo da estrutura das arquibancadas - e o pior, muitas vezes copos e sacos com urina eram arremessados nas pessoas. Um episódio mais do que lamentável.





Os seis primeiros no grid de largada no Rio, que teria a participação de 23 carros ficou assim:


1º - Fábio Greco / Paulo Gomes - Ford Escort - 2m20s57
2º - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - Volkswagen Passat - 2m20s57
3º - Rogério dos Santos / José Rubens Coelho Romano - Volkswagen Passat - 2m21s04
4º - Egidio "Chichola" Micci / Walter "Tucano" Barchi - Volkswagen Passat - 2m21s14
5º - Armando Balbi / Xandy Negrão - Volkswagen Passat - 2m21s47
6º - Lian Duarte / Fabio Sotto Mayor - Ford Escort - 2m22s08


Após 25 voltas, a vitória no Rio ficou com a dupla Rogerio dos Santos / José Rubens Coelho Romano, de VW Passat. Aliás, os carros da Volkswagen dominaram o pódio desta etapa.


Resultado final:


1º - Rogério dos Santos / José Rubens Coelho Romano - Volkswagen Passat - 25 voltas em 1h00min42s
2º - Armando Balbi / Xandy Negrão - Volkswagen Passat
3º - Luis Otavio Paternostro / Armando Pires - Volkswagen Passat
4º - Lian Duarte / Fábio Sotto Mayor - Ford Escort
5º - Paulo Gomes / Fábio Greco - Ford Escort
6º - Amadeu Rodrigues / Paulo Sarmento - Volkswagen Passat
7º - Aloysio Andrade Filho - Ciro Aliperti Jr. - Ford Escort
8º - Murilo Pilotto / João Carlos "Capeta" Palhares - Fiat Uno
9º - Fábio Crespi/ Jorge Cláudio Schuback - Volkswagen Passat
10º - Luiz "Pitoco" Rosenfeld / Waldir Florenzo - Volkswagen Passat




O Passat dos vencedores no Rio, Rogério dos Santos e José Romano




Mil Quilômetros de Brasília - 27/04/1986


A programação do Brasileiro de Marcas em Brasília reportava treinos livres na quinta e sexta-feira e as tomadas de classificação no sábado, com a realização da corrida no domingo. Uma programação mais tranquila que a realizada na primeira etapa no Rio de Janeiro, onde o certame teve que dividir as atenções e o espaço com a poderosa Fórmula 1. Nos treinos livres, o melhor tempo ficou com o Fiat Uno turbinado da dupla Clemente de Farias e Vinicius Pimentel, com o melhor tempo na casa de 2m26s. Já na classificação a história foi diferente e a Volkswagen voltou a dominar as ações. A pole position foi conquistada pela dupla Ingo Hoffmann / Claudio Girotto (2m25s417 - média de 135,541 km/h) e o segundo lugar no grid foi de José Rubens Coelho Romano e Rogério dos Santos (2m25s634), os vencedores da primeira etapa. Em terceiro vinha o primeiro carro equipado com turbo, o Fiat Uno de Vinicius Pimentel e Clemente de Farias (2m25s654). Na quarta posição mais um VW Passat (Egídio "Chichola" Micci/Walter "Tucano" Barchi) e em quinto o primeiro Ford Escort, da dupla Paulão Gomes e Fabio Greco.


A corrida contou com um grid de 21 carros e um pouco mais de 7 mil torcedores nas arquibancadas. Ingo largou bem e manteve a liderança da prova na primeira volta, com o Passat pilotado por Rogério dos Santos na escolta. Na segunda volta, Rogério ultrapassou Ingo e abriu vantagem. Ingo partiu para uma estratégia de poupar o equipamento, economizando pneus e combustível para evitar paradas de boxes a mais que os adversários. Na 46ª volta a dupla líder da corrida efetivou a parada de boxes para troca de piloto. Assumiu o Passat líder José Romano Coelho. A equipe também efetivou a troca dos pneus dianteiros do Passat. Exatamente na volta seguinte Ingo parou para a entrada de Girotto. O time optou por não trocar os pneus e ganhou aproximadamente 15 segundos nesta parada. Claudio Girotto passou a imprimir um ritmo de prova bastante agressivo, chegando a descontar 1 segundo por volta para o líder José Romano. Na volta 55, Girotto ultrapassou o líder e abriu, vencendo a corrida com 30 segundos de vantagem. Foi uma prova desgastante para os equipamentos: dos 21 carros que largaram, somente 10 receberam a bandeirada final após 3 horas de 50 minutos de corrida. Foi mais um excelente resultado para a Volkswagen, com 7 carros da marca nas 7 primeiras colocações.




Mais uma vitória do Passat, dessa vez de Ingo Hoffmann e Claudio Girotto




Na tabela de classificação das marcas, a Volkswagen liderava com folga neste momento, com 94 pontos. Ford era a segunda colocada com 25 pontos e a Fiat, que fazia um início de campeonato muito ruim, tinha apenas 3 pontos.



2 Horas de Interlagos - 18/05/1986


A etapa em Interlagos seria dividida em duas baterias de 1 hora cada uma, com início às 13h30. A chuva marcou presença principalmente na primeira bateria, levando a direção de prova a interromper a corrida antes do previsto. No final, vitória para Atila Sipos , de Fiat Uno Turbo, seguido de Fábio Greco com Ford Escort. Na segunda bateria a briga pela vitória foi polarizada por Paulão Gomes de Escort e Ingo Hoffmann de Passat, que travaram uma bela disputa no traçado de Interlagos. Infelizmente Ingo teve problemas com o motor do seu Passat, que passou a falhar, deixando a disputa e a vitória para Paulão.




Paulão Gomes e Fabio Greco, os melhores em Interlagos



O bom desempenho dos carros equipados com turbocompressor acendeu uma luz amarela de alerta para as equipes que utilizam carros com motor aspirado. Fabio Greco alertou que "está na hora de aceitar o fato de que os carros turbinados deverão mandar nas classificações daqui para frente".


Com os resultados em São Paulo a dupla Ingo Hoffmann e Claudio Girotto assumiu a liderança do campeonato mas por pouco tempo: a CBA confirmou dias depois que o combustível (álcool) utilizado pela dupla na corrida estava adulterado. Além de terem sido excluídos da prova, também foram suspensos da corrida seguinte no Rio de Janeiro. A liderança entre os pilotos passou então para a dupla Rogério do Santos e José Rubens Coelho Romano.


O resultado geral de Interlagos foi o seguinte:


1º - Paulo Gomes / Fábio Greco - Ford Escort
2º - Xandy Negrão / Armando Balbi - Volkswagen Passat
3º - Lian Duarte / Fabio Sotto Mayor - Ford Escort
4º - Egidio "Chichola" Micci / Walter "Tucano" Barchi - Volkswagen Passat
5º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - Volkswagen Passat



3 Horas do Rio de Janeiro - 20/07/1986


O certame do Brasileiro de Marcas e Pilotos desembarcou em Jacarepaguá com a seguinte situação nos campeonatos: entre os pilotos, Rogério do Santos e José Rubens Coelho Romano (50 pontos), Xandy Negrão e Armando Balbi (42 pontos) e Paulão Gomes e Fábio Greco (39 pontos). Entre as marcas a Volkswagen liderava com 83 pontos, seguida da Ford com 66 pontos e da Fiat com 32 pontos.


Nos treinos classificatórios os mais rápidos foram Xandy Negrão e Armando Balbi de VW Passat, com a marca de 2m18s54. Logo atrás vinham Chichola e Tucano, também de Passat, que viraram 2m18s61. Ingo e Girotto protocolaram uma liminar - deferida - na 21ª Vara Cível da capital carioca e participariam da corrida, eliminando a suspensão pelo combustível adulterado na etapa anterior. Seria mais uma etapa com duas baterias em disputa.


Fazia calor e o sol brilhava forte em Jacarepaguá para as disputas naquele domingo. Na primeira bateria Armando Balbi queimou a largada e recebeu uma punição de 10 segundos acrescidos ao seu tempo total. O piloto do Passat número 10 venceu na pista mas por conta do penalty sofrido perdeu a vitória para Ingo Hoffmann, chegando em segundo. A briga entre os dois pilotos pela ponta foi muito interessante. Ingo, apesar de marcar a melhor volta em 2m20s16, voltou a ter problemas de desempenho no seu Passat, perdendo desempenho.


A segunda bateria apresentou mais disputas aos mais de três mil torcedores alocados nas arquibancadas. Claudio Girotto e Xandy Negrão inicialmente disputaram a liderança mas os problemas do Passat de Girotto, apresentados na primeira bateria quando da condução por Ingo Hoffmann, apareceram de vez, alijando o carro para a décima-sexta posição. Lá atrás, Paulão Gomes que havia largado em 11º fez uma corrida de recuperação, chegando em Xandy Negrão após 45 minutos de prova. Paulão assumiu a ponta para não mais perdê-la, seguido de Negrão, Fabinho Sotto Mayor com Escort e Toni Rocha de Passat. Com o resultado, Armando Balbi e Xandy Negrão saíram de Jacarepaguá com a liderança do campeonato de pilotos por 71 pontos.




O Passat dos vencedores Xandy Negrão e Armando Balbi



O resultado geral em Jacarepaguá:


1º - Xandy Negrão / Armando Balbi - Volkswagen Passat - 2h23m40s
2º - Toni Rocha / Paulo Judice - Volkswagen Passat - 2h24m22s
3º - Rogério dos Santos / José Rubens Coelho Romano - Volkswagen Passat - 2h24m24s
4º - João "Capeta" Palhares / Dudu Tavares - Volkswagen Passat - 2h24m46s



12 Horas de Goiânia - 17/08/1986


Depois de um começo de temporada de muito domínio dos VW Passat e de muitas quebras e abandonos dos Unos turbinados, os treinos classificatórios de Goiânia viram uma "virada" dos carros da Fiat. A pole foi conquistada pelo trio Atila Sipos / Silvio Zambello / Zeca David de Uno Turbo (1m46s16). Em segundo mais um Uno de Luis Otavio Paternostro (1m46s46) e em terceiro mais um Uno, do trio Clemente de Farias, José Junqueira e Vinicius Pimentel (1m46s59). O primeiro Passat apareceu em quarto, com Ingo Hoffmann e Claudio Girotto (1m46s86). O melhor Escort no classificatório foi o de Paulão Gomes e Fábio Greco, na oitava colocação.








Mas o bom desempenho dos Fiats nos treinamentos não se repetiu na prova de longa duração goiana. Com largada à meia-noite, o público presente pôde apreciar uma corrida "cabeça" de Andreas Mattheis e Elio Seikel. A dupla largou na décima terceira posição mas veio galgando posições e na metade da corrida já assumia a liderança, para não mais perdê-la. Foi mais uma vitória do Passat. Em segundo - para variar - mais um Passat, dos constantes Xandy Negrão e Armando Balbi. Fechando o pódio, na terceira colocação, outro Passat, de Chichola e Tucano. Até o décimo-terceiro colocado, todos os carros que finalizaram foram carros da Volks. Já os Fiats Uno decepcionaram e todos abandonaram a prova. Os Escorts também deixaram a desejar - o melhor carro da Ford finalizou a corrida na décima-quinta colocação com o trio Leonardo Campos / Rodrigo Souza / Marcos Aurélio.


Com os resultados do fim de semana, o campeonato de marcas via nesse momento uma tranquila liderança da Volkswagen com 143 pontos, seguida pela Ford com 110 pontos, a Fiat com 51 e a Chevrolet (sem apoio oficial) com 10 pontos.


Resultado final:

1º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - Volkswagen Passat - 388 voltas - média de 123,644 km/h
2º - Xandy Negrão / Armando Balbi - Volkswagen Passat
3º - Egidio "Chichola" Micci / Walter "Tucano" Barchi - Volkswagen Passat
4º - Rogério dos Santos / José Rubens Coelho Romano - Volkswagen Passat
5º - Toni Rocha / Paulo Judice - Volkswagen Passat



6 Horas de Guaporé - 19/10/1986


As atividades em Guaporé começaram com treinos dominados pelos Passats. A melhor marca ficou com Ingo Hoffmann e Claudio Girotto (1m24s801) e foram seguidos por Xandy Negrão / Armando Balbi e Andreas Mattheis / Elio Seikel.


A corrida teve um grid de 19 carros - 13 Passats, três Escorts e dois Fiats Uno - e inicialmente a liderança ficou com o Uno turbo número 64 de Atila Sipos e Silvio Zambello, imprimindo um forte ritmo. Tão forte que levou a melhor volta da corrida com o tempo de 1m24s12, com média de 131,81 Km/h. Depois de 4 horas de corrida, a dupla abandonou a prova com problemas de suspensão. A liderança foi assumida pelo Uno turbo #38, de Clemente de Farias e José Junqueira, que também abandonaram mais à frente, com avarias no turbocompressor.


Foi então que o Passat dos líderes Balbi e Negrão assumiu a ponta, começou a abrir vantagem e alcançar a vitória na pista, após 249 voltas. Outros sete Passats finalizaram a prova na sequência. Porém, após os carros pararem depois da volta de desaceleração, chegou o anti-climax: os comissários anunciaram a desclassificação dos Passats pela utilização ilegal de freios com refrigeração e componentes não homologados de suspensão. Parados ao lado do carro, Balbi e Negrão aguardavam quando questionaram o comissário Clóvis Mendonça Jr.: "vai haver cerimônia no pódio?". A resposta foi direta: "se estiver usando o freio refrigerado, não vão estourar o champagne".


Com o resultado da corrida sub-judice, foi anunciada a imediata suspensão para a próxima etapa, dos competidores que foram punidos em Guaporé. Para as equipes, foi aberta a possibilidade com recurso junto à Confederação Brasileira de Automobilismo.



500 Quilômetros de Tarumã - 26/10/1986


Depois de todo o embróglio envolvendo os freios refrigerados dos Passats em Guaporé, a participação dos carros da Volkswagen foi confirmada para Tarumã, na semana seguinte, desde que os carros não estivessem equipados com o artificio. A participação foi garantida graças a um recurso administrativo no qual as equipes representaram junto à CBA.


O campeonato de marcas neste momento via a Volkswagen na liderança consolidada com 163 pontos, com a Ford marcando 100 pontos e a Fiat com 51 pontos. Entre os pilotos, Xandy Negrão e Armando Balbi lideravam com 92 pontos, seguidos de Rogério dos Santos e José Rubens Romano com 82 pontos, Elio Seikel e Andreas Mattheis com 46 pontos, Toni Rocha e Paulo Judice com 40 pontos - todos com Passat - Paulo Gomes e Fabio Greco (Escort) com 39 pontos e Ingo Hoffmann e Claudio Girotto (Passat) com 32 pontos.


Nos treinos classificatórios em Tarumã os Fiats Uno Turbo foram os mais rápidos, com Clemente de Faria/José Junqueira/Vinicius Pimentel marcando 1m16s890 e 144,206 Km/h de média e a dupla Atila Sipos e Silvio Zambelo marcando exatamente o mesmo tempo.


E esta boa performance dos Fiats foi ratificada na corrida, vencida pela dupla Sipos/Zambelo. Foi a primeira vitória da marca na temporada e também de um carro turbo. O trio que marcou a pole, Clemente de Faria/José Junqueira/Vinicius Pimentel finalizou a corrida na segunda colocação. Foi uma prova bem agitada por disputas de posições e também teve um fato que assustou a todos: um forte acidente envolvendo os Passats de Elio Seikel/Andreas Mettheis, Toni Rocha/César "Bocão" Pegoraro e o Escort de Paulão Gomes/Fábio Greco.




Finalmente, a primeira vitória do Uno Turbo na temporada



O resultado final da prova em Tarumã:

1º - Atila Sipos / Silvio Zambelo - Fiat Uno Turbo
2º - Clemente de Faria / José Junqueira / Vinicius Pimentel - Fiat Uno Turbo
3º - Lian Duarte / Fabio Sotto Mayor - Ford Escort
4º - Egidio "Chichola" Micci / Walter "Tucano" Barchi - Volkswagen Passat
5º - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - Volkswagen Passat


Faltando duas etapas para o final do campeonato, a classificação dos pilotos agora estava assim:

1º - Xandy Negrão / Armando Balbi - VW Passat - 99 pontos
2º - Rogério dos Santos / José Rubens Coelho Romano - VW Passat - 86 pontos
3º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - VW Passat - 46 pontos
4º - Lian Duarte / Fabio Sotto Mayor - Ford Escort - 46 pontos
5º - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - VW Passat - 42 pontos
6º - Egidio "Chichola" Micci / Walter "Tucano" Barchi - VW Passat - 42 pontos


Entre as marcas, a Volkswagen estava com uma mão na taça, com 179 pontos, contra 115 pontos da Ford, 79 pontos da Fiat e 10 pontos da Chevrolet, que não oferecia apoio oficial às equipes.




A Fiat usando bem as vitórias na publicidade




3 Horas do Rio de Janeiro - 09/11/1986


Chegamos à penúltima etapa da campeonato de 1986, a terceira passagem pelo Rio de Janeiro, com novidades no Brasileiro de Marcas e Pilotos. A crescente melhoria em desempenho dos carros turbinados da Fiat fez com que outras equipes de outras marcas preparassem carros com esse artifício. Em Jacarepaguá a dupla paulista Tide Dalécio e Álvaro Guimarães trouxe um Voyage turbinado assim como o Escort da equipe Greco de Edson Yoshikuma e Paulo Carcasci, que disputaria a corrida com o "caracol" mágico instalado no motor Ford CHT.


A prova seria disputada em duas baterias de 1 hora e trinta minutos cada. Para a corrida, teríamos um grid total de 27 carros, sendo dezesseis Passats, três Voyages, três Escorts e cinco Unos. Nas provas de classificação para a corrida, mais uma vez os Unos turbo foram os mais rápidos, dominando as primeiras filas do grid. Danusa Palhares, a única mulher em disputa, teve dois infortúnios na classificação: um estouro de motor que quase levou seu carro a um incêndio e depois uma capotagem espetacular no final da grande reta, saindo ilesa do acidente. Seguem as posições de largada para as 3 Horas do Rio de Janeiro:


1º - Atila Sipos / Silvio Zambelo - Fiat Uno Turbo
2º - Jorge de Freitas / José Junqueira - Fiat Uno Turbo
3º - Luiz Otávio Paternostro / Jaime Figueiredo - Fiat Uno Turbo
4º - Clemente de Faria / Vinicius Pimentel - Fiat Uno Turbo
5º - Lian Duarte / Fabio Sotto Mayor - Ford Escort
6º - Xandy Negrão / Armando Balbi - VW Passat
7º - Paulo Gomes / João Carlos "Capeta" Palhares - Ford Escort
8º - Rogério dos Santos / José Rubens Coelho Romano - VW Passat
9º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - VW Passat
10º - Egidio "Chichola" Micci / Walter "Tucano" Barchi - VW Passat




Danusa Palhares não deu sorte nos treinamentos em Jacarepaguá



Com forte calor em Jacarepaguá - que levou à quebra de muitos carros posteriormente -, os 27 competidores partiram para a disputa da primeira bateria, após a largada dada às 10 da manhã do domingo. Jorge de Freitas liderou de ponta a ponta e faturou a primeira bateria. Jorginho cedeu o carro ao seu companheiro José Junqueira na segunda bateria e levou o Uno turbo a mais uma tranquila vitória para a equipe. Junqueira falou ao jornal "O Globo" após a corrida: "fizemos uma corrida perfeita e a vitória foi apenas uma consequência do que prevíamos. Vamos continuar aprimorando nossos motores e procurando sempre desenvolvimento nas provas. Este resultado confirma que os motores aspirados da Volkswagen estão com os dias contados".


O resultado final no Rio:

1º - Jorge de Freitas / José Junqueira - Fiat Uno Turbo - 3h01m28s
2º - Atila Sipos / Silvio Zambelo - Fiat Uno Turbo
3º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - VW Passat
4º - Xandy Negrão / Armando Balbi - VW Passat
5º - Lian Duarte / Fabio Sotto Mayor - Ford Escort
6º - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - VW Passat
7º - Rogério dos Santos / José Rubens Coelho Romano - VW Passat
8º - Toni Rocha / Paulo Judice - VW Passat
9º - Amadeu Rodrigues / Paulo Sarmento - VW Passat




O campeonato de pilotos ainda via na frente a dupla Xandy Negrão / Armando Balbi com 105 pontos, seguidos de Rogério dos Santos / José Rubens Coelho Romano com 87 pontos e Andreas Mattheis / Elio Seikel com 52 pontos.



3 Horas de Interlagos - 21/12/1986


Interlagos era o palco para a decisão da Copa Shell de Marcas de Pilotos de 1986. Os treinos livres no traçado paulista, disputados sob chuva na sexta-feira tiveram mais uma vez como mais rápidos os Fiat Uno turbo, mostrando a todos que os motores sobrealimentados eram o futuro para a categoria. Os quatro melhores nos treinos livres foram os seguintes:

1º - Atila Sipos / Silvio Zambelo - Fiat Uno Turbo - 3m16s76
2º - Jorge de Freitas / José Junqueira - Fiat Uno Turbo - 3m18s65
3º - Clemente de Faria / Jorge Junqueira - Fiat Uno Turbo - 3m21s44
4º - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - VW Passat - 3m22s40


Os postulantes ao título de pilotos - Xandy Negrão/Armando Balbi e Rogério dos Santos/José Rubens Coelho Romano ficaram respectivamente em sétimo e nono, com os tempos de 3m24s27 e 3m25s27.




Os dirigentes da Volkswagen Bob Sharp e Ronald Berg disputaram a última etapa do ano com o Passat da foto



Na classificação a pole position - mais uma na temporada - ficou com o Uno turbo de Atila Sipos e Silvio Zambelo, seguidos de mais um Uno turbo de Luis Otávio Paternostro e Walter Travaglini, com amplo domínio dos Turbos. O melhor aspirado classificado foi o Passat de Ingo Hoffmann e Cláudio Girotto, que rodou seis segundos mais lento que os mais rápidos. Os mais rápidos na classificação:


1º - Atila Sipos / Silvio Zambelo - Fiat Uno Turbo
2º - Luis Otávio Paternostro / Walter Travaglini - Fiat Uno Turbo
3º - João Carlos "Capeta" Palhares / Luiz Rosenfeld - Ford Escort Turbo
4º - Paulo Gomes / Fabio Sotto Mayor - Ford Escort Turbo
5º - José Junqueira / Jorge de Freiras - Fiat Uno Turbo


A corrida foi vencida pela dupla Paulão Gomes/Fabinho Sotto Mayor, com Escort turbo, a primeira desse modelo no campeonato. Atila Sipos, o pole, manteve a liderança no começo da prova mas o turbo do seu Fiat Uno se entregou na oitava volta, forçando o abandono. A briga pelo campeonato de pilotos terminou logo na primeira volta, quando Rogério dos Santos rodou, escapou da pista na primeira volta e danificou o carro - problema em uma mangueira de óleo, impedindo ele e seu parceiro José Romano de brigar pela vitória. A partir de então, foi só administrar o ritmo de prova para a dupla Xandy Negrão e Armando Balbi, que finalizaram a corrida na sétima colocação. Xandy Negrão confessou à Folha de São Paulo que "com a rodada deles (Rogério e José Romano), corremos apenas para chegar. Foi uma conquista tranquila". O título entre as marcas ficou com a Volkswagen, seu terceiro campeonato na história da categoria.




Xandy Negrão e Armando Balbi, os campeões de 1986



Resultado final:

1º - Paulo Gomes / Fabio Sotto Mayor - Ford Escort Turbo - 53 voltas
2º - Egidio "Chichola" Micci / Walter "Tucano" Barchi - VW Passat
3º - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - VW Passat
4º - Toni Rocha / Paulo Judice - VW Passat
5º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - VW Passat
6º - Amadeu Rodrigues / Paulo Sarmento - VW Passat
7º - Xandy Negrão / Armando Balbi - VW Passat
8º - Rogério dos Santos / José Rubens Coelho Romano - VW Passat
9º - Fábio Crespi / Jorge Claudio Schuback - VW Passat
10º - Gunnar Volmer / Rogério Wemuth - Volkswagen Passat



Mais imagens da temporada de 1986:




Passat de Claudio Girotto e Ingo Hoffmann













Passat de Rogerio dos Santos e José Romano Coelho





Escort de Lian Duarte e Fabio Sotto Mayor





Passat de Bob Sharp e Ronald Berg




Uno da dupla Clemente de Farias e José Junqueira




O Escort de Paulão Gomes e Fábio Greco (ao volante), nas 2 Horas de Interlagos




Duelo entre Passats: na frente, a dupla Ingo Hoffmann/Cláudio Girotto e atrás, José Romano Coelho e Rogério dos Santos





O pódio dos Mil Quilômetros de Brasília




Xandy Negrão / Armando Balbi e as marcas da batalha na porta do Passat da dupla





A polêmica dos turbocompressores


Uma das grandes discussões da Copa Shell de Marcas e Pilotos de 1986 foi a adoção por parte de algumas equipes de motores equipados com turbocompressor. Na porção final do campeonato, os carros equipados com o recurso se sobressaíram em desempenho sobre os modelos aspirados. A Volkswagen foi a fábrica que mais reclamou, em que pese ter conquistado o seu terceiro título na até então curta história desse campeonato. Na pessoa de seu diretor de competições, Ronald Berg, a reclamação vinha acompanhada de ameaças de bancar retirada do certame e baseada na justificativa de que o regulamento FISA-Grupo A não admitiria motores turbocomprimidos. Aspas para Berg: "Se eles (os turbos) fossem colocados nos carros de série não haveria do que reclamar. Mas o regulamento não prevê o turbo instalado por pequenas indústrias que os produzem. Isso foi um jeito que a Confederação Brasileira de Automobilismo arranjou para favorecer a Fiat que não tinha um carro de 1.600 cilindradas. Agora existe o modelo 1.5R, que pode competir em igualdade de condições". E Berg continua: "não há condições de competir contra os motores turbo porque eles desenvolvem 20 HP´s a mais do que o Passat". Uma das principais "pequenas indústrias" produtoras referidas por Berg era a Larus Turbo, de propriedade do piloto Atila Sipos, que desenvolvia o recurso com competência, fazendo sucesso entre os proprietários de carros particulares que buscavam uma "pimenta" a mais no seu motor.




A fachada da preparadora Larus Turbo cheia de clientes no aguardo da instalação do "caracol da alegria"



Paulão Gomes, ao ouvir as declarações de Ronald Berg da Volkswagen, foi duro: "ela (a Volkswagen) já tumultuou muito os campeonatos. Se querem sair, boa viagem. Não precisamos da Volks porque ela só serve para atrapalhar. Acho que isso é uma atitude antiesportiva e prejudicial ao automobilismo. Eles sabem ganhar e deveriam aprender a perder". Por mais que a Volks reclamasse, o futuro próximo do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos ainda teria uma boa estrada com motores equipados com turbocompressor, nos próximos anos.














Observação: as fotos aqui reproduzidas foram localizadas na Internet. Se você conhece ou é o autor das mesmas, peço por gentileza entrar em contato com o blog para registrarmos os devidos créditos. Obrigado!

segunda-feira, 26 de abril de 2021

A Copa Centro-Oeste MG de Kart Amador 2021



O kart amador vem ganhando força crescendo em quantidade e qualidade de campeonatos pelo Brasil nos últimos 10 anos. A organização destes certames possibilita a pilotos amadores de kart a viabilização do sonho e do desejo de participar de um campeonato de kart organizado, com regras, estrutura, premiação e divulgação dignos de eventos profissionais.


O kart amador cresceu tanto que até provas de longa duração de nível nacional são realizadas, reunindo os pilotos e as equipes das principais ligas de kartismo do país. É a oportunidade que os competidores têm de medir forças com outros pilotos, testando suas habilidades e capacidades.


E neste ano iremos acompanhar aqui no Blog um destes tantos campeonatos de kart amador organizados pelo país. Mais precisamente, para começar, a Copa Centro-Oeste MG, no estado das Minas Gerais, onde nosso irmão Reginaldo Pereira irá participar de todas as etapas. Com o apoio da “Eu dasafio.com”, Reginaldo vai para a disputa com um Background de 20 anos de disputas de kart, desde as corridas sazonais com os amigos, no início da sua carreira de piloto, em kartódromos como Interlagos, Arena Skin Itú, Aldeia da Serra e Granja Viana, passando pela participação nos campeonatos da CPKA – Clube de Pilotos de Kart Amador – em São Paulo até as recentes disputas em campeonatos como por exemplo o NETKART AKAMIG, em Minas Gerais.







O desafio atual para Reginaldo é a Copa Centro-Oeste MG de Kart Amador, sempre com corridas no KIB – Kartódromo Internacional de Betim – aliás, mais um dos ótimos kartódromos existentes no país, que possui um traçado de 1.110 metros de extensão e a possibilidade de 42 opções diferentes de traçados. Na primeira etapa, realizada em fevereiro deste ano, Reginaldo finalizou a corrida na décima colocação e atualmente está em décimo-terceiro no campeonato, com três etapas ainda em disputa.


A Copa Centro-Oeste MG terá o seu prosseguimento com o seu calendário composto das seguintes etapas e os detalhes das próximas corridas serão reportados aqui no Blog:


16 de maio de 2021

Categoria 85Kg – Bateria às 10h
Categoria 100Kg – Bateria às 10h45
Categoria 100Kg – Bateria às 12h15


20 de junho de 2021

Categoria 100Kg – Bateria às 10h
Categoria 85Kg – Bateria às 10h45
Categoria 85Kg – Bateria às 12h15


04 de julho de 2021

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quinta-feira, 22 de abril de 2021

Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos – Temporada de 1985



Após duas temporadas o Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos ganhou um “Sponsor Name”, um patrocinador que foi incorporado ao nome do evento. O nome “Copa Shell” foi criado e utilizado até 1994, tempo em que durou o patrocínio e também o certame. O leque de novidades para 1985 também contemplava mudanças no regulamento técnico. Os motores deveriam agora ser de 1.300 centímetros cúbicos de capacidade volumétrica, deixando os motores 1.6 para trás. O combustível a ser utilizado deveria ser o álcool.


Para as fábricas, o desafio seria adaptar os motores ao novo regulamento técnico. No caso da Fiat e da Ford, elas já tinham os motores nesta configuração. Já para a Volkswagen, a engenharia precisou realizar uma adaptação a partir do motor AP-800, de 1.800 centímetros cúbicos, fazendo alterações no miolo do motor e cabeçote. Foi adotado um novo virabrequim para que os pistões tivessem um menor curso. No cabeçote, houve a adoção de molas de válvulas especiais para atender ao maior regime de rotações. O carburador foi adaptado para dar maior fluxo à mistura. Os números de performance do motor reportavam 130 cavalos de potência líquida a 8 mil rotações por minuto.


A grande baixa de 1985 foi a saída da Chevrolet, que deixou de apoiar oficialmente as equipes. A relação nunca foi boa e o protesto de Ingo Hoffmann e equipe na última etapa de 1984 expôs os problemas de relação entre as equipes e a fabricante americana. Ingo passaria a pilotar para a Volkswagen, com a expectativa de passar a ganhar mais competitividade com melhor equipamento.


Volkswagen e Fiat traziam carros novos para o campeonato de 1985. Gol e o novo Uno se juntavam ao Escort da Ford para compor o certame. Modelos novos, com motores de 1.300 centímetros cúbicos. Um calendário com dez provas de longa duração, novas equipes e pilotos tomando parte do campeonato. Tudo isso trazia uma boa expectativa a todos para esta temporada. E a primeira prova seria tradicionalmente em São Paulo, com as 6 Horas de Interlagos, no mês de junho.



6 Horas de Interlagos - 15 de junho de 1985


Chegamos a Interlagos com uma previsão de 40 competidores para a prova de 6 horas. Eram esperados por volta de 17 carros da Volks, 12 da Ford e 11 da Fiat. A programação, como mandava a tradição, contaria com duas sessões de treinos livres na quinta-feira, classificação na sexta e a corrida no sábado, com largada às 14h.


Nos treinos os melhores tempos ficaram na casa 3m27s com pneus novos. Nos classificatórios da sexta-feira os cariocas Toni Rocha e Armando Balbi levaram seu Gol para a pole position com o tempo de 3m27s78. O Uno começava bem a sua jornada no Brasileiro de Marcas conquistando a segunda colocação, com a dupla Walter Travaglini e Zeca Giaffone e o tempo de 3m27s94. Em quarto mais um Gol, da dupla Paulo Júdice e Egígio "Chichola" e na quinta posição Zeca David e Arthur Bragantini de Fiat Uno. A Ford decepcionou na classificação e o melhor Escort apareceu na décima terceira posição com Fábio Grecco e Lian Duarte. A se destacar no classificatório uma dificuldade adicional aos pilotos: uma pista muito suja e com muito óleo. Por fim, os 40 carros previstos para tomar parte da corrida se concretizaram em 28 participantes.








E na primeira prova do ano já tínhamos a primeira polêmica da temporada relacionada ao regulamento técnico. Os Fiats Uno foram equipados com uma barra estabilizadora na suspensão traseira que não havia sido homologada pela Confederação Brasileira de Automobilismo. Os comissários desportivos identificaram a irregularidade e as equipes precisaram retirar o aparato dos carros.


Na corrida, os VW Gols pontearam a prova, com alternância na liderança entre os pole-positions Toni Rocha e Armando Balbi, de Toninho da Matta e Jorge de Freitas e Chichola e Paulo Júdice. Os Fiats só não andaram melhor por conta da proibição da barra estabilizadora traseira, que debitou desempenho dos Unos. Walter Travaglini e Zeca Giaffone, uma das duplas fortes de Fiat Uno, tiveram um furo de tanque de combustível que alijou a dupla da disputa por posições no pelotão de frente. A se destacar o ótimo trabalho nas paradas de boxes dos carros da Volkswagen, que garantiu, somado ao ótimo desempenho, as três primeiras colocações ao final das seis horas de prova. A vitória ficou com o VW Gol da equipe Refricentro, da dupla Chichola e Paulo Júdice, após 803 quilômetros percorridos nas 6 horas de prova, com 101 voltas completadas e média de 131,39 km/h.







O Gol de Chichola e Júdice, começando bem a temporada




Resultado final:


1º - #5 Egídio "Chichola" Micci / Paulo Júdice - Volkswagen Gol (Equipe Refricentro/VW) - 101 voltas em 6h03m22s36 - média de 131,394 Km/h
2º - #70 Xandy Negrão / Jaime Figueiredo - Volkswagen Gol (Equipe Rodão/Kovak/VW)
3º - #58 José Rubens Coelho / Amadeu Rodrigues - Volkswagen Gol (Equipe Malt 90/VW)
4º - #47 Valdir Florenzo / Luis Rosenfeld - Ford Escort (Equipe Greco/Ford)
5º - #1 Toninho da Matta / Jorge de Freitas - Volkswagen Gol (Equipe Dimep/VW)
6º - #38 José Junqueira / Clemente de Farias - Fiat Uno (Equipe Banco Bandeirantes/Localiza)
7º - #22 Fábio Sotto Mayor / Paulo Gomes - Fiat Uno (Equipe HG/Metalpó)
8º - #26 Arthur Bragantini / Zeca David - Fiat Uno (Equipe Milano)
9º - #35 João Aguiar / Luiz Rondinone - Fiat Uno (Equipe Lécio Pneus/Ferticentro)
10º - #6 Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - Volkswagen Gol (Equipe Irmãos Giustino/VW)
11º - #33 Murilo Pilotto / João Carlos "Capeta" Palhares - Fiat Uno (Equipe Vicauto)
12º - #3 Dimas de Melo Pimenta / Walter "Tucano" Barchi - Volkswagen Gol (Equipe Dimep/VW)
13º - #50 Armando Balbi / Toni Rocha - Volkswagen Gol (Equipe Refricentro/VW)
14º - #45 Affonso Giaffone / René Lofti Jr. - Ford Escort (Equipe Greco/Ford)
15º - #46 Fabio Greco / Lian Duarte / Edmar Ferreira - Ford Escort (Equipe Greco/Ford)
16º - #4 Luiz Antonio Massa / José Massa Neto / José Roberto Cardarelli - Volkswagen Gol (Equipe Caio/Hidroplás)
17º - #44 Walter Travaglini / José Próspero Giaffone - Fiat Uno (Equipe Sultan)
18º - #48 Renato Conill / Pedro Grendene Bartelle - Fiat Uno (Equipe Taurus)
19º - #59 Paulo Sarmento / Nelson Balestieri - Volkswagen Gol (Equipe Malt 90/VW)
20º - #56 Rogério dos Santos / Julio Inácio Horn - Volkswagen Gol (Equipe Sport Veículos Jania)
21º - #62 Antonio Carlos Avallone / Luiz Evandro Aguia - Ford Escort (Equipe Fabrini/Al Car)
22º - #11 Edson Yoshikuma / Cesar "Bocão" Pegoraro - Fiat Uno (Equipe Marshall/Localiza)
23º - #23 Roberto Manzini / Renato Cattalini - Fiat Uno (Equipe Cattalini Transportes)
24º - #7 Roberto Coutinho Nogueira / Fabio Crespi - Ford Escort (Equipe Souza Ramos)


Volta mais rápida: 3m30s38, média de 134,736 - #50 Armando Balbi / Toni Rocha - Volkswagen Gol (Equipe Refricentro/VW)




A Volkswagen "surfando a onda" dos bons resultados no campeonato





500 Quilômetros do Rio de Janeiro - 06/07/1985


Para a prova do Rio de Janeiro a expectativa era a de que a Volkswagen continuaria a sua hegemonia. Os Gols andaram muito bem em São Paulo e a esperança era de que os Unos chegassem mais perto dos carros da fábrica alemã em desempenho e que a Ford finalmente melhorasse a performance dos Escorts. Chico Serra, que não tinha participado da primeira etapa por estar disputando uma etapa da Fórmula Indy, faria a dupla com Walter Travaglini no Fiat Uno e era tido como um ótimo reforço na luta contra a Volkswagen.




O bonito Uno de Chico Serra e Walter Travaglini



E esta expectativa se converteu no melhor tempo de Serra nos treinos livres em Jacarepaguá, com o tempo de 2m22s01. Mas na hora do "vamos ver" das sessões de classificação, a Volkswagen mostrou seu poderio, com o registro da pole position do Gol da dupla Atila Sipos e Luis Otávio Paternostro, com o tempo de 2m20s58. Em segundo mais um Gol, dos pilotos locais Armando Balbi e Tony Rocha, que cravaram 2m20s81. Serra e Travaglini ficaram em terceiro com o tempo de 2m20s95.


A largada para a corrida, prevista para as 11h do sábado, foi dada com atraso de aproximadamente 10 minutos por queda de energia no autódromo. A previsão era de quatro horas de prova e o que se viu no Rio foi uma etapa agitada, com diversos incidentes. Logo na largada, Chico Serra encostou no Gol de Atila Sipos. Mais à frente, os dois se chocaram na curva atrás dos boxes e abandoraram a prova. Seus companheiros de equipe, Luis Otávio Paternostro e Walter Travaglini, quase que imediatamente discutiram e brigaram nos boxes.




A confusão da largada no Rio



A CBA teria trabalho para avaliar esta confusão entre Serra e Atila e também um protesto impetrado por Paulo Gomes e Fabinho Sotto Mayor, que reclamavam de irregularidades no motor e suspensão do Gol da dupla Andreas Mattheis e Elio Seikel, que venceram a corrida. Eles fizeram uma excelente prova largando da décima sétima colocação. Paulão e Fabinho terminaram na segunda colocação, mostrando a evolução dos Unos, que conseguiram 5 das oito primeiras colocações na classificação final.


Resultado Final:


1º - Andreas Mattheis / Élio Seikel - Volkswagen Gol
2º - Paulo Gomes / Fabio Sotto Mayor - Fiat Uno
3º - Egidio "Chichola" Micci / Paulo Júdice - Volkswagen Gol
4º - José Junqueira / Clemente de Faria - Fiat Uno
5º - Renato Conil / Vinicius Pimentel - Fiat Uno
6º - Aluisio Andrade Filho / Ciro Aliperti Jr. - Ford Escort




O Gol vencedor da dupla Mattheis e Seikel




500 Quilômetros de Brasília - 28 de julho de 1985


A terceira etapa do campeonato seria mais uma prova de 500 quilômetros, dessa vez no seletivo traçado de 5.475 metros de Brasília. A vitória de Andreas Mattheis e Élio Seikel no Rio de Janeiro foi mantida pela CBA e o campeonato neste momento via como líderes a dupla Chichola e Paulo Júdice com 35 pontos e os cariocas Mattheis e Seikel vice-líderes, com 20 pontos. Na tabela das marcas, a Volkswagen era líder com 81 pontos, Fiat em segundo com 46 pontos e Ford com 16 pontos.


As novidades do fim de semana davam conta que Chico Serra e Walter Travaglini realizaram alterações de suspensão e acertos de chassi no seu Fiat Uno e a dupla César "Bocão" Pegoraro e Edson Yoshikuma teriam um novo motor desenvolvido e acertado na Itália. Nos treinos classificatórios, a pole position ficou mais uma vez com um Volkswagen Gol, da dupla Atila Sipos e Luis Otavio Paternostro.







A corrida foi bem movimentada na disputa pela vitória, com brigas entre Florenzo/Rosenfeld e Sipos/Paternostro, além de Chichola/Júdice. A partir da volta 70 a dupla carioca Balbi/Rocha pulou para a liderança para não mais perdê-la, conquistando a primeira vitória no campeonato, mais uma do Volkswagen Gol. Já os líderes do campeonato Chichola/Judice não fizeram uma boa prova, terminando na vigésima-nona colocação.


Armando Balbi, em entrevista para a Folha de São Paulo, explicou um pouco mais do desempenho na prova: "questão de mecânica, boa técnica e despreocupação. Assim chegamos ao final provando que, para vencer numa disputa dessas, não é necessário largar na ponta". Toninho da Matta também falou à "Folha": "o Gol melhora o seu desempenho a cada prova. Ele provou isso nas etapas anteriores e na de agora. Vamos trabalhar ainda mais para que o carro continue na frente e comigo pilotando. Cheguei em segundo mas pretendo a ponta na próxima prova". Renato Conil, o melhor com Fiat Uno em Brasília, deu seu depoimento: "o Fiat foi bem na prova mas terá melhores oportunidades em circuitos menores, como o de Goiânia. Ali nós vamos provar a nossa disposição de quebrar a supremacia do Gol. E o Uno tem condições para isso. Podem apostar".


No campeonato de marcas a disputa agora estava assim: Volkswagen com 132 pontos disparada na frente; Fiat com 54 pontos e Ford com 34 pontos. O campeonato de pilotos tinha sua tabela neste momento com a liderança da dupla Egidio Chichola/Paulo Júdice com 35 pontos. Andreas Mattheis/Elio Seikel em segundo com 32 pontos e Toninho da Matta/Jorge de Freitas com 23 pontos na terceira posição - todos com Volkswagen Gol.


1º - Armando Balbi / Tony Rocha - Volkswagen Gol (Refricentro) - 92 voltas
2º - Toninho da Matta / Jorge de Freitas - Volkswagen Gol (Dimep)
3º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - Volkswagen Gol (Rodão/Kovac)
4º - Luis Rosenfeld / Waldir Florense - Ford Escort (Grecco-Ford)
5º - Renato Conil / Vinicius Pimentel - Fiat Uno (Taurus/Cesarin)
6º - Silvio Zambelo / Edmar Ferreira / Renê Lefti Jr - Ford Escort (Grecco-Ford)





Mais uma vitória do VW Gol, dessa vez da dupla Armando Balbi e Toni Rocha




12 Horas de Goiânia - 11/08/1985


O Campeonato Brasileiro de Marcas chegava a Goiânia para a primeira prova de mais longa duração da temporada. Com largada à meia-noite de sábado, a corrida teria um total de 376 voltas e 1.441 quilômetros a percorrer. Nos treinos classificatórios, mais uma pole-position contabilizada para a Volkswagen, do Gol número 25 da dupla Atila Sipos e Luis Otávio Paternostro, com a marca de 1m49s68.


Com 30 carros largando à meia-noite de sábado e um excelente público estimado de 40 mil pessoas, a prova em Goiânia viu o domínio da Ford e a primeira vitória do Escort na história do campeonato. As cem primeiras voltas foram de domínio dos Fords nas três primeiras colocações. O Escort do trio Silvio Zambelo / Edmar Ferreira / Renê Lofti Jr teve que parar nos boxes na volta trezentos com problemas do motor, abandonando a briga na ponta. Porém a Ford continuou dominando e após 12 horas de prova, a vitória ficou com o Escort da dupla Lian Duarte e Fábio Grecco. A dobradinha foi completada com Valdir Florenzo e Luiz Rosenfeld. Dos 30 carros que largaram, 21 terminaram a maratona em Goiânia, sendo onze Gols, três Escorts, seis Unos e um Voyage.








E para não "perder o costume", tivemos mais um protesto para os comissários técnicos da CBA avaliarem: as duplas Walter Barchi/Dimas de Melo Pimenta e Luis Massa/José Cardareli acusaram de irregularidades os Escorts primeiro e segundo colocados - eixo do comando de válvulas do motor e diferencial com autoblocante eram os objetos da reclamação.




Lian Duarte na condução do Escort



Resultado Final:


1º - Lian Duarte / Fábio Grecco - Ford Escort - 382 voltas
2º - Valdir Florenzo / Luiz Rosenfeld - Ford Escort
3º - Armando Balbi / Tony Rocha - Volkswagen Gol
4º - Toninho da Matta / Jorge de Freitas - Volkswagen Gol
5º - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - Volkswagen Gol
6º - José Junqueira / Clemente de Faria / Vinicius Pimentel - Fiat Uno




A bandeirada histórica para os Escorts em Goiânia




Mil Quilômetros de Brasília - 01/09/1985


O Brasileiro de Marcas voltava para Brasília para a disputa da tradicional prova de Mil Quilômetros. A dobradinha dos Escorts na etapa anterior foi mantida pela CBA após analisar os protestos realizados por irregularidades técnicas nos Fords. O bom desempenho dos Escorts em Goiânia acendia uma luz amarela de alerta para a Volkswagen, que fez um excelente início de campeonato.


Nos treinos classificatórios, a Volkswagen voltou a dominar as ações, com o melhor tempo registrado pela dupla carioca Armando Balbi e Toni Rocha, seguidos dos companheiros de marca Chichola e Paulo Júdice. Os Fiats Uno vieram na sequência, com Paulão Gomes e Fabinho Sotto Mayor em terceiro, Chico Serra e Walter Travaglini em quarto e José Junqueira, Clemente de Faria e Vinicius Pimentel em quinto. O melhor Escort só apareceu na sexta colocação, com a dupla Valdir Florenzo e Luiz Rosenfeld.


Mas na corrida, que teve largada às 9h30 da manhã do domingo, as coisas foram diferentes e a Ford virou o jogo, conquistando a segunda vitória consecutiva no campeonato, desta vez com a dupla Valdir Florenzo e Luiz Rosenfeld. Em segundo completaram Armando Balbi e Tony Rocha de Gol e em terceiro o Uno do trio José Junqueira, Clemente de Faria e Vinicius Pimentel. Três marcas diferentes nas três primeiras colocações.




Bom resultado para o Uno de Junqueira / Farias / Pimentel



Resultado final:


1º - Valdir Florenzo / Luiz Rosenfeld - Ford Escort
2º - Armando Balbi / Tony Rocha - Volkswagen Gol
3º - José Junqueira / Clemente de Faria / Vinicius Pimentel - Fiat Uno



500 Quilômetros de Goiânia - 08/09/1985


O certame do Campeonato Brasileiro de Marcas continuava no centro-oeste do país, voltando agora para Goiânia, para a disputa da prova de 500 quilômetros. Os treinos classificatórios foram disputados em um calor de 35 graus, característicos desta região e mais uma vez tiveram o domínio da Volkswagen, com a pole conquistada pela dupla Chichola e Paulo Júdice, seguidos do Gol de Armando Balbi e Tony Rocha. O melhor Escort, o dos líderes do campeonato neste momento, Valdir Florenzo e Luiz Rosenfeld, classificou na sexta colocação. O grid de largada para a prova ficou assim:


1º - Egidio "Chichola" Micci / Paulo Júdice - Volkswagen Gol - 1m49s07
2º - Armando Balbi / Tony Rocha - Volkswagen Gol - 1m49s12
3º - Paulo Gomes / Fabio Sotto Mayor - Fiat Uno - 1m49s14
4º - Atila Sipos / Luis Otavio Paternostro - Volkswagen Gol - 1m49s29
5º - Xandy Negrão / Jaime Figueiredo - Volkswagen Gol - 1m49s56
6º - Valdir Florenzo / Luiz Rosenfeld - Ford Escort - 1m49s67



Com largada às 11h da manhã de sábado e 183 voltas pela frente, a corrida foi caracterizada pelo forte calor de mais de 35 graus, clima presente em todo o fim de semana goiano. Tal fato atrapalhou bastante o desempenho principalmente dos VW Gols, que não tiveram bom desempenho na prova, com diversas quebras e dificuldades mecânicas. Balbi e Rocha tiveram problemas de superaquecimento, Chichola e Júdice com os freios e Ingo Hoffmann e Claudio Girotto com quebra do trambulador do câmbio. Toninho da Matta e Jorge de Freitas se viram às voltas com diversas falhas mecânicas. Foi um dia difícil para a Volkswagen: todos abandonaram a prova, apesar do domínio na parte inicial da corrida.







O caminho então ficou livre para mais uma vitória - com direito ao pódio completo - da Ford. Lian Duarte e Fabio Grecco foram os vencedores, seguidos de Valdir Florenzo e Luiz Rosenfeld e Silvio Zambelo e Edmar Ferreira. Florenzo e Rosenfeld mantiveram a liderança na tabela de pilotos com este resultado.


A tabela de classificação entre as marcas agora mostrava a Volkswagen líder com 204 pontos, seguida da Ford com 146 pontos e a Fiat com 98 pontos. Entre os pilotos, Valdir Florenzo / Luiz Rosenfeld eram os líderes com 70 pontos, seguidos dos companheiros Lian Duarte e Fabio Grecco com 47 pontos. Armando Balbi e Tony Rocha são os terceiros colocados também com 47 pontos.



Os Escorts da equipe Greco dominaram as primeiras posições em Goiânia



Resultado final:

1º - Lian Duarte / Fabio Grecco - Ford Escort (Equipe Greco/Ford) - 131 voltas
2º - Valdir Florenzo / Luiz Rosenfeld - Ford Escort (Equipe Greco/Ford)
3º - Silvio Zambelo / Edmar Ferreira - Ford Escort (Equipe Greco/Ford)
4º - José Junqueira / Clemente de Faria / Vinicius Pimentel - Fiat Uno (Equipe Banco Bandeirantes/Localiza)
5º - Xandy Negrão / Jaime Figueiredo - Volkswagen Gol (Equipe Rodão/Kovak/VW)
6º - Renato Conil / Claudio Muller - Fiat Uno (Equipe Taurus/Casarin)
7º - Elio Seikel / Andreas Mattheis - Volkswagen Gol (Equipe Petropolis/Castro/VW)
8º - Luis Otavio Paternostro / Atila Sipos - Volkswagen Gol (Equipe Rodão/Kovak/VW)
9º - Chico Serra / Walter Travaglini - Fiat Uno (Equipe Sultan/Fiat)
10º -João Aguiar / Luiz Rondinone - Fiat Uno (Equipe Lécio Pneus / Ferticentro)





O pódio de Goiânia



6 Horas de Guaporé - 06/10/1985


A primeira prova do Brasileiro de Marcas no sul seria disputada em Guaporé, um traçado mais curto que os anteriores em disputa no campeonato e que exige bastante de freios e das caixas de câmbio. A pole position finalmente foi conquistada por um carro da Ford em 1985, e coube aos vice-líderes da tabela dos pilotos - Lian Duarte e Fábio Grecco - a façanha, com a marca de 1m24s93. Ao seu lado mais um Escort, da dupla gaúcha que estreava na temporada - Ronaldo Ely / Egon Ertzfeldt, com o tempo de 1m25s01. Em terceiro no grid o Fiat Uno de Renato Conil e César "Bocão" Pegoraro, com a marca de 1m25s36. Na quarta colocação saíram os líderes do campeonato, Valdir Florenzo e Luiz Rosenfeld, com o tempo de 1m25s65.


Com um público - apaixonado, como é o gaúcho - de aproximadamente 30 mil pessoas, a largada foi dada às 10h da manhã do domingo, com previsão de duração de seis horas. A corrida, como era de se esperar, foi muito disputada. A briga pela vitória ficou entre o Escort da dupla Lian Duarte/Fabio Grecco e o Uno de Paulão Gomes e Fabinho Sotto Mayor, que saíram da disputa pelo caneco quando tiveram que recolher aos boxes com problemas de freios no seu Fiat. Mesmo assim, asseguraram a segunda colocação da prova, atrás do Escort de Lian e Grecco. Foi uma prova desgastante para os equipamentos: dos 28 carros que largaram, 15 finalizaram a corrida.




Ótima segunda colocação para Paulão Gomes e Fabinho Sotto Mayor



Agora a liderança da tabela de pilotos estava dividida entre as duas duplas da Ford (Fábio Grecco/Lian Duarte e Valdir Florenzo / Luiz Rosenfeld) com 70 pontos conquistados. Na disputa das marcas, a Volks continua líder com 237 pontos, com a Ford em segundo com 174 e a Fiat com 118 pontos.


Resultado final:


1º - Lian Duarte / Fabio Grecco - Ford Escort
2º - Paulo Gomes / Fabio Sotto Mayor - Fiat Uno
3º - Egidio "Chichola" Micci / Paulo Júdice - Volkswagen Gol




O Escort no grid em Guaporé: ótima fase dos carros da Ford




500 Quilômetros de Tarumã - 13/10/1985







O circo do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos desembarcou em Tarumã para antepenúltima etapa. Nos treinos classificatórios os melhores tempos ficaram com os gaúchos Ronaldo Ely e Egon Ertzfeldt com Ford Escort (1m18s34), seguidos de Ingo Hoffman e Claudio Girotto de VW Gol e Armando Balbi e Tony Rocha, também de VW Gol (1m18s92).


A prova foi vencida pela Fiat, quebrando um jejum de 14 corridas. A façanha coube à dupla José Junqueira e Vinicius Pimentel, que levou o Uno à vitória após 166 voltas completadas. A Fiat foi bem no Tarumã e completou a dobradinha com outro Uno, de Renato Conil e César "Bocão" Pegoraro. Na terceira colocação chegou o Ford Escort da dupla Aluisio Andrade Filho e Ciro Aliperti Jr. Não foi uma boa etapa em geral para a Ford: Lian Duarte/Fabio Grecco, Valdir Florenzo/Luiz Rosenfeld e Ronaldo Ely/Egon Ertzfeldt abandonaram respectivamente com problemas de motor e de alimentação de combustível.








O campeonato de marcas tinha neste momento como líder a Volkswagen com 255 pontos, seguida da Ford com 186 pontos e da Fiat com 159 pontos. Na tabela dos pilotos, a disputa estava quente e nada mais nada menos do que 9 duplas tinham chance de levar o título, com duas etapas ainda em disputa.


Resultado final:

1º - José Junqueira / Vinicius Pimentel - Fiat Uno
2º - Renato Conil / César "Bocão" Pegoraro - Fiat Uno
3º - Aluisio Andrade Filho / Ciro Aliperti Jr. - Ford Escort
4º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - Volkswagen Gol
5º - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - Volkswagen Gol
6º - Arthur Bragantini / Zeca David - Fiat Uno




O Uno número 38 dos vencedores



500 Quilômetros do Rio de Janeiro - 10/11/1985


O calor típico da cidade maravilhosa era um dos grandes desafios para máquinas e pilotos em Jacarepaguá, na disputa da penúltima etapa do campeonato de 1985. Nos treinos livres a temperatura na pista chegou a bater 36 graus. Renato Conil foi o mais rápido com 2m22s01, mas a turma preferiu não levar os equipamentos ao limite para evitar quebras indesejadas logo de cara.




O Uno de Bocão e Yoshikuma em ação no Rio



No classificatório a pole ficou com os locais Andreas Mattheis e Elio Seikel, de Gol, com o tempo de 2m20s15, seguidos de João Carlos "Capeta" Palhares e Murilo Pilotto, com a marca de 2m20s22. Seguem os dez mais rápidos para o grid de largada no Rio:


1º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - Volkswagen Gol - 2m20s15
2º - João Carlos "Capeta" Palhares e Murilo Pilotto - Fiat Uno - 2m20s22
3º - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - Volkswagen Gol - 2m20s39
4º - Ronaldo Ely / Egon Ertzfeldt - Ford Escort - 2m20s59
5º - Lian Duarte / Fabio Grecco - Ford Escort - 2m20s64
6º - José Junqueira / Clemente de Faria / Vinicius Pimentel - Fiat Uno - 2m20s65
7º - Egidio "Chichola" Micci / Paulo Júdice - Volkswagen Gol - 2m20s66
8º - Valdir Florenzo / Luiz Rosenfeld - Ford Escort - 2m20s84
9º - Armando Balbi / Tony Rocha - Volkswagen Gol - 2m20s85
10º - Paulo Gomes / Fabio Sotto Mayor - Fiat Uno - 2m21s02


A corrida foi vencida pela dupla Lian Duarte/Fabio Grecco, graças à ordem do chefe da equipe Grecco, o "trovão" Luis Antonio Grecco, para que a dupla gaúcha Ronaldo Ely/Egon Ertzfeldt cedesse a primeira posição - uma vez que não estavam brigando diretamente pelo título. Dessa forma Lian e Fábio dispararam na tabela com 90 pontos, face a José Junqueira com 81 pontos e 79 pontos de Vinicius Pimentel. A dupla da Ford Valdir Florenzo/Luiz Rosenfeld mantinha os 70 pontos. Na briga das marcas, com o resultado do Rio, a Volkswagen levou o campeonato com uma etapa de antecipação.


Resultado final:

1º - Lian Duarte / Fabio Greco - Ford Escort
2º - Ronaldo Ely / Egon Ertzfeldt - Ford Escort
3º - José Junqueira / Clemente de Faria / Vinicius Pimentel - Fiat Uno
4º - Andreas Mattheis / Elio Seikel - Volkswagen Gol
5º - Arthur Bragantini / Zeca David - Fiat Uno
6º - Armando Balbi / Tony Rocha - Volkswagen Gol




Mais uma vitória para a dupla Greco e Lian




A Ford não deixou de aproveitar o sucesso nas pistas pra fazer a sua propaganda




Mil Quilômetros de Interlagos - 01/12/1985


Chegamos à última etapa da temporada 1985 do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos com um título de pilotos a decidir. Nos bastidores, tínhamos a informação sobre o julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva da Confederação Brasileira de Automobilismo, que determinou a suspensão de 90 dias para o piloto Atila Sipos, no incidente com Chico Serra na segunda etapa do campeonato, os 500 Quilômetros do Rio de Janeiro, em Julho. Sipos deveria apelar aos seus advogados a solicitar uma liminar para poder participar da última etapa em São Paulo.


A lista de inscritos para Interlagos contou com 37 carros, sendo dezesseis VW Gol, um VW Voyage, um GM Chevette, um Fiat 147, seis Ford Escort e doze Fiat Uno:


#01 - Toninho da Matta / Jorge de Freitas - Equipe Dimep/VW - Volkswagen Gol
#02 - Marcelo Aiquel / Luiz Alberto Andrade / Ernani Mello - Equipe Taurus - Fiat 147
#03 - Walter "Tucano" Barchi / Dimas de Melo Pimenta - Equipe Dimep/VW - Volkswagen Gol
#04 - Luiz Antonio Massa / José Cardarelli - Equipe Caio/Hidroplas - Volkswagen Gol
#05 - Paulo Judice / Egídio "Chichola" Micci - Equipe Refricentro/VW - Volkswagen Gol
#06 - Ingo Hoffmann / Claudio Girotto - Equipe Irmãos Giustino/Molybras/VW - Volkswagen Gol
#07 - Fabio Crespi / Jorge Claudio Schuback / Caetano Alipert - Equipe Souza Ramos/Staroup - Ford Escort
#08 - Ricardo Soares / Nelson Silva - Equipe Atri/Kalembeck - Fiat Uno
#09 - Nelson "Bola" Lacerda / Alcides Lopes Jr. - Equipe Beg Financeira - Volkswagen Voyage
#11 - Edson Yoshikuma / Denísio Casarini - Equipe Localiza National - Fiat Uno
#15 - João Dionizio / Della Penna / Rodrigo Otavio - Equipe Helta/Informática Brago/Rota S/D - Chevrolet Chevette
#17 - Sérgio Louzão / Djalma Fogaça - Equipe Torre Veículos - Volkswagen Gol
#22 - Paulo Gomes / Fabio Sotto Mayor - Equipe HG/Metalpó - Fiat Uno
#23 - Renato Cattalini / Roberto Manzini - Equipe Cattalini Transportes - Fiat Uno
#26 - Zeca David / Arthur Bragantini - Equipe Milano/Fiat - Fiat Uno
#33 - Murilo Pilotto / José Carlos "Capeta" Palhares - Equipe Vicauto - Fiat Uno
#34 - Marcelo Toldi / Silvio Zambelo - Equipe Sultan - Fiat Uno
#35 - Luiz Rondinone / João Aguiar - Equipe Lecio Pneus/Ferticentro -Fiat Uno
#37 - Sérgio Louzão / Victor Foresti - Equipe Torre Veículos - Volkswagen Gol
#38 - José Junqueira / Clemente de Farias / Vinicius Pimentel - Equipe Localiza/Banco Bandeirantes/Cetibras - Fiat Uno
#44 - Chico Serra / Walter Travaglini - Equipe Sultan/Fiat - Fiat Uno
#45 - Egon Herzfeldt / Ronaldo Ely - Equipe Greco/Ford - Ford Escort
#46 - Fábio Greco / Lian Duarte - Equipe Greco/Ford - Ford Escort
#47 - Luiz Rosenfeld / Waldir Florenzo - Equipe Greco/Ford - Ford Escort
#48 - Renato Conill / César "Bocão" Pegoraro - Equipe Taurus - Fiat Uno
#50 - Armando Balbi / Toni Rocha - Equipe Refricentro/VW - Volkswagen Gol
#56 - Rogério dos Santos / Julio Inácio Horn - Equipe Confecções Jaina/Esporte Veículos - Volkswagen Gol
#58 - Amadeu Rodrigues / José "Coelho" Romano - Malt 90/Banerj/VW - Volkswagen Gol
#59 - Paulo Sarmento / John O´Donnell - Equipe Malt90/Brasas/VW - Volkswagen Gol
#60 - Sérgio José Paim / Armando Pires - Equipe Tamoyo - Volkswagen Gol
#64 - Luis Otávio Paternostro / Atila Sipos - Equipe Rodão - Volkswagen Gol
#70 - Jaime Figueiredo / Xandy Negrão - Equipe Rodão/Kovak/VW - Volkswagen Gol
#72 - Elio Seikel / Andreas Mattheis - Equipe Petrópolis Veículos/Castro/VW - Volkswagen Gol
#77 - Aloisio Andrade Filho / Ciro Aliperti Jr. - Equipe Souza Ramos/Staroup - Ford Escort
#80 - Alládio Teixeira Jr. / Cairo Fontes / Luiz Calil - Equipe Pavimento/Valetur/Pousada do Rio Quente - Ford Escort
#81 - Renato Crosta / Walter Spinelli - Equipe Laguna/Marchezan - Fiat Uno
#91 - Tide Dalécio / Marcio Salomão - Equipe Torre Veículos - Volkswagen Gol


Nos treinos livres a dupla líder do campeonato Lian Duarte e Fábio Grecco fez a melhor marca com 3m27s03. Atila Sipos conseguiu a liminar no STJD. participou dos treinos e, animado, foi o segundo mais rápido ao lado de Luis Otavio Paternostro, com o tempo de 3m27s03. Valdir Florenzo e Luis Rosenfeld ficaram com a terceira melhor marca - 3m28s25.


Nos treinos classificatórios a pole-position ficou com o Fiat Uno da dupla Renato Conil e Cesar "Bocão" Pegoraro, que marcaram o melhor tempo em 3m25s00, seguidos dos líderes do campeonato, Lian Duarte e Fabio Grecco. Em terceiro no grid largariam José Junqueira/Clemente de Farias, adversários diretos no título e Chico Serra e Walter Travaglini na quarta posição. Depois vinham Walter "Tucano" Barchi/Dimas de Melo Pimenta e Zeca David/Arthur Bragantini. Um ótimo resultado para os Fiat Uno, mostrando a evolução da fábrica.



O Uno pole-position




O Uno de Paulão/Fabinho ultrapassando outro Uno, de Ricardo Soares/Nelson Silva



Foi uma corrida bem movimentada e acidentada, recheada de emoções. No início da prova um acidente envolvendo cinco carros entre as curvas 1 e 2 forçou a interrupção da disputa. Na relargada, Chico Serra teve um incidente com Lian Duarte e acabou por chocar-se com o Escort. Serra levou a pior e abandonou a prova. Na volta 53, um episódio insólito: uma das rodas do Fiat Uno de Cesár "Bocão" Pegoraro soltou-se na curva do sol, forçando sua saída da corrida. Ao final da prova, dos 34 carros que largaram em Interlagos, apenas 11 completaram a competição. Por fim a grande disputa pela vitória foi emocionante entre o Escort de Ronaldo Ely/Egon Ertzfeldt e o Uno de José Junqueira/Clemente de Faria/Vinicius Pimentel, com melhor resultado - a vitória - para a dupla gaúcha. Com as combinações de resultados e a quarta posição em Interlagos, a dupla Lian Duarte e Fabio Greco sagrou-se campeã de pilotos da temporada.


Resultado final:

1º - Ronaldo Ely / Egon Ertzfeldt - Ford Escort
2º - José Junqueira / Clemente de Faria / Vinicius Pimentel - Fiat Uno
3º - Valdir Florenzo / Luiz Rosenfeld - Ford Escort
4º - Lian Duarte / Fabio Greco - Ford Escort
5º - Armando Balbi / Tony Rocha - Volkswagen Gol
6º - Egidio "Chichola" Micci / Paulo Júdice - Volkswagen Gol





O Escort vencedor de Interlagos




Comemorações de sobra para a Ford




Ford comemorando o título de pilotos...



...e Volkswagen celebrando o título de marcas - divulgação na grande imprensa





Classificação final do Campeonato de Pilotos:

1º - Lian Duarte / Fabio Grecco - Ford Escort - 100 pontos
2º - José Junqueira / Vinicius Pimentel - Fiat Uno - 91 pontos
3º - Valdir Florenzo / Luiz Rosenfeld - Ford Escort - 82 pontos
4º - Armando Balbi / Tony Rocha - Volkswagen Gol - 71 pontos


Classificação final do Campeonato de Marcas:

Volkswagen - 258 pontos
Ford - 249 pontos
Fiat - 182 pontos



Mais imagens da temporada de 1985:











Gol de Luis Otávio Paternostro / Atila Sipos






Escort de Aloisio Andrade Filho / Ciro Aliperti Jr.




Gol de Amadeu Rodrigues / José "Coelho" Romano





Gol de Toninho da Matta / Jorge de Freitas






Uno de Conil / Bocão






Edson Yoshikuma e Bocão Pegoraro



Amadeu Rodrigues







Registro das 6 Horas de Interlagos




O pódio das 6 Horas de Interlagos, da esquerda para a direita: Xandy Negrão, Egídio Chichola, Paulo Júdice e Cláudio Girotto



Parada de box do Ford Escort da dupla Affonso Giaffone / Renê Lofti Jr, nas 6 Horas de Interlagos




Gol de Andreas Mattheis / Élio Seikel liderando o pelotão nos 500 Quilômetros do Rio




Gol de Armando Balbi e Tony Rocha na bandeirada dos 500 Quilômetros de Brasília




Gol de Egídio "Chichola" Micci e Paulo Júdice nas 6 Horas de Interlagos







Uno de Clemente de Farias e José Junqueira nas 6 Horas de Interlagos




Lian Duarte e Fábio Greco levando o Escort para a bandeirada nas 12 Horas de Goiânia





Gol dos cariocas Andreas Mattheis e Élio Seikel em ação nos 500 Quilômetros do Rio de Janeiro




Uno da dupla Paulão Gomes e Fabinho Sotto Mayor nos 500 Quilômetros do Rio












Valdir Florenzo Luiz Rosenfeld nos 500 Quilômetros de Brasília




Gol de Jaime Figueiredo e Xandy Negrão nas 6 Horas de Interlagos




Observação: as fotos aqui reproduzidas foram localizadas na Internet. Se você conhece ou é o autor das mesmas, peço por gentileza entrar em contato com o blog para registrarmos os devidos créditos. Obrigado!