Depois de uma temporada de retomada do crescimento da categoria em 1993, em que tivemos um ano mais tranquilo em relação à organização do campeonato, a temporada de 1994 chegava com grande expectativa para quais rumos o Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos seguiria no futuro. A participação de somente duas marcas - Ford e Volkswagen - com maioria de carros Escort dos anos de 92 e 93 nos grids - parecia denotar que o interesse das montadoras já não era mais o mesmo que o de outrora.
A intenção dos organizadores era a de criar, em 1995, um Campeonato Brasileiro de Carros Turismo, abrindo a possibilidade de inscrição de carros não só nacionais mas também importados, com regulamento alinhado ao Grupo N - FIA e classes separadas para carros produzidos no país e carros estrangeiros. Infelizmente, nem este campeonato tampouco o Brasileiro de Marcas e Pilotos - no formato até então organizado - foi realizado em 1995. Um novo certame com status de campeonato brasileiro de marcas somente viria a ser realizado no ano de 2004.
De qualquer forma, foi uma temporada bastante disputada e o que se viu foi uma melhor performance dos Escorts do novo modelo - fato que não aconteceu em 1993 -, com ligeira vantagem para os modelos mais antigos ao longo do ano. Tivemos grids de largada com poucos carros nas provas, porém, fortes duplas formadas. Foi criada uma categoria B, que admitia competidores que não tinham se classificado recentemente entre os três primeiros colocados no campeonato de pilotos. Mas também não houve adesão maciça dos pilotos.
As mudanças técnicas para 1994 davam conta da alteração das medidas nas talas das rodas utilizadas no campeonato - da marca Rodão/Binno - de 5,5 para 7 polegadas. Os pneus continuavam a ser os slicks. O Escort antigo, modelo 1992, teve uma redução de 40 quilos no seu peso total, não podendo pesar menos que 760 quilos. Já o Escort novo, modelo 1993, deveria ter seu peso mínimo em 780 quilos. Além disso, o modelo novo teve a autorização para a instalação do diferencial auto-blocante, além da liberação da utilização do aerofólio traseiro e os spliters/spoilers dianteiros do XR3 de produção. Para o Voyage - que teve pouco uso pelas equipes durante o ano - era permitido ficar 30 quilos abaixo do peso dos Escorts. Por fim, a injeção eletrônica dos motores de todos os carros deveria ser a de modelo básico, diferentemente do que acontecia em 1993.
1ª Etapa – Brasília – 15/05/1994
O Escort 1992 começou em vantagem a temporada de 1994. O modelo antigo venceu a primeira etapa em Brasília, e coube à dupla gaúcha Egon e Daudt com seu lindo Escort "amarelão" a façanha - uma vitória sólida, com 20 segundos de vantagem para os segundos colocados. A dupla de irmãos de Goiânia, Laércio e Ananias Justino também foram muito bem, sendo o melhor Escort 1993 na etapa. Ainda assim, Laércio não se deu por satisfeito com a segunda colocação: "ainda há muito o que acertar no carro", relatou o goiano à reportagem da revista Quatro Rodas.
Egon e Daudt faturando a primeira etapa do ano
A pole position foi conquistada pelos atuais campeões, Andreas Mattheis e Paulo Júdice, que este ano continuaram a apostar no Escort antigo. Eles largaram bem, com Paulo Júdice na condução, mas já na terceira volta uma quebra fatal na caixa de câmbio do "flechinha de prata" tirou a dupla da prova. A dupla de São Paulo Claudio Girotto / Rodolfo Pousa assumiu a liderança mas também sofreu com problemas mecânicos: o motor do Escort se entregou na oitava volta da prova, tirando a boa dupla da corrida.
A briga pela segunda colocação da prova, na última volta, foi o ponto alto da corrida. Laércio Justino e Amadeu Rodrigues brigavam pela posição quando o goiano deu um toque em Amadeu, tirando-o da pista. Amadeu ainda se recuperou para completar a corrida na quinta colocação.
Destaque para a dupla Atila Sipos e Toninho da Matta. Atila convocou o mineiro, que andava sumido do Brasileiro de Marcas - a esta altura muito envolvido na carreira do filho, Cristiano da Matta - e terminou a prova em Brasília em uma ótima terceira colocação, de Escort 1993.
Resultado final:
1º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt – Ford Escort 1992 – 20 pontos
2º - Laércio Justino / Ananias Justino – Ford Escort 1993 – 15 pontos
3º - Atila Sipos / Toninho da Matta – Ford Escort 1993 – 12 pontos
4º - Guga Ribas / Silvio Crema – Ford Escort 1993 – 10 pontos
5º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan – Ford Escort 1992 – 8 pontos
6º - Clemente de Farias / Vinicius Pimentel - Ford Escort 1993 – 6 pontos
7º - Gastão Weigert / Jairo Sabatini - Ford Escort 1993 – 4 pontos
8º - Ricardo Bürger / Sérgio Bürger – 3 pontos
9º - Waldir Buneder / Luiz de Castro “Castrinho” - Ford Escort 1992 – 2 pontos
Abandonos:
- Andreas Mattheis / Paulo Júdice
- Claudio Girotto / Rodolfo Pousa
- Alessandro Weiss / Rogério dos Santos
- Heuber Cimini / Marcos Freire
2ª Etapa – Interlagos – 05/06/1994
O grid de largada em Interlagos contou com 15 carros para a disputa da etapa. Foram poucos competidores, mas a disputa foi em alto nível. A briga pela vitória se intensificou nas últimas voltas e teve como protagonistas Rodolfo Pousa - que faz uma dupla forte com Claudio Girotto - e Andréas Mattheis, que viu seu companheiro Paulo Júdice tomar um toque de um adversário no início do turno e cair de posições naquele momento da corrida. Júdice entregou o carro a Mattheis, que deu show na recuperação e foi brigar lá na frente no final. Pousa resistiu aos ataques do adversário e conquistou a vitória, com apenas 176 milésimos de segundo de vantagem para Andreas. Com a terceira colocação dos goianos Ananias e Laércio Justino em Interlagos, os irmãos assumiram a liderança na classificação geral de pilotos. Um prêmio pela regularidade da dupla.
O Escort dos vencedores Claudio Girotto e Rodolfo Pousa
Resultado final:
1º - Claudio Girotto / Rodolfo Pousa – Ford Escort 1992 – 20 pontos
2º - Andreas Mattheis / Paulo Júdice – Ford Escort 1992 – 15 pontos
3º - Laércio Justino / Ananias Justino – Ford Escort 1993 – 12 pontos
4º - Waldir Buneder / Luiz de Castro “Castrinho” – Ford Escort 1992 – 10 pontos
5º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan – Ford Escort 1992 – 8 pontos
6º - Heuber Cimini / Marcos Freire - Ford Escort 1993 – 6 pontos
7º - Alessandro Weiss / Rogério dos Santos – Volkswagen Apollo - 4 pontos
8º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt – Ford Escort 1992 – 3 pontos
9º - Clemente de Farias / Vinicius Pimentel - Ford Escort 1993 – 2 pontos
10º - Ricardo Bürger / Sérgio Bürger – 1 ponto
Abandonos:
- Atila Sipos / Toninho da Matta
- Guga Ribas / Silvio Crema
- Egídio “Chichola” Micci / Nilson Vicentini
- Gastão Weigert / Jairo Sabatini
Campeonato de pilotos até o momento:
1º - Laércio Justino / Ananias Justino - 27 pontos
2º - Andreas Mattheis / Paulo Júdice - 23 pontos
3º - Rodolfo Pousa / Claudio Girotto - 20 pontos
3ª Etapa – Londrina – 24/07/1994
Atila Sipos convocou Carlos Apezzatto para a prova londrinense e conquistou a primeira vitória na temporada dele e de um Escort do modelo novo. Seu antigo companheiro, Toninho da Matta, deixou as pistas de vez para direcionar a carreira do filho Cristiano da Matta, que naquele ano disputava a Fórmula 3 Brasileira. Ao final do ano Cristiano sagrou-se campeão.
Atila Sipos e Carlos Apezzatto vencendo com Escort 1993
A dupla Apezzatto / Sipos largou na sexta colocação e fez uma corrida "cabeça", consistente e contou com infortúnios dos adversários, um deles dos irmãos Justino, que tiveram problemas na caixa de câmbio do Escort 1993, ficaram alijados na disputa e deixaram a briga pela ponta, terminando na segunda colocação.
Resultado final:
1º - Atila Sipos / Carlos Apezzatto – Ford Escort 1993 – 20 pontos
2º - Laércio Justino / Ananias Justino – Ford Escort 1993 – 15 pontos
3º - Alessandro Weiss / Rogério dos Santos – Volkswagen Apollo – 12 pontos
4º - Waldir Buneder / Luiz de Castro “Castrinho” – Ford Escort 1992 – 10 pontos
5º - Claudio Girotto / Rodolfo Pousa – Ford Escort 1992 – 8 pontos
6º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt – Ford Escort 1992 – 6 pontos
7º - Andreas Mattheis / Paulo Júdice – Ford Escort 1992 – 4 pontos
8º - Egídio “Chichola” Micci / Nilson Vicentini - Ford Escort 1992 – 3 pontos
9º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan – Ford Escort 1992 – 2 pontos
10º - Gastão Weigert / Jairo Sabatini – 1 ponto
Abandonos:
- Guga Ribas / Silvio Crema
4ª Etapa – Tarumã – 14/08/1994
Em Tarumã, finalmente Atila Sipos encontrou seu companheiro de equipe para o restante da temporada. Foi Chico Serra, que trouxe uma mão-de-obra especializada para a categoria e acabou com um hiato de vários anos de ausência do campeonato. E a dupla já estreou detonando, garantindo a segunda vitória do Escort número 21 azul e branco e a segunda vitória consecutiva na temporada.
Foi Atila quem largou com o carro, na terceira posição, e na troca dos pilotos entregou o Escort à Serra quando ocupava a segunda colocação. Chico então foi para cima do líder, Laércio Justino. Mais uma vez, a caixa de câmbio que tinha apresentado problemas em Londrina deixou os irmãos goianos na mão. Chico Serra contou um pouco da disputa na pista, para a reportagem da revista Quatro Rodas: "percebi que ele teve problemas com as marchas e aproveitei a chance para ultrapassá-lo".
Mais uma vitória para Atila Sipos, agora em parceria com Chico Serra
Tivemos uma disputa bastante acirrada entre Paulo Júdice e Laércio Justino. Os dois pilotos "trocaram tinta" por diversas vezes, sendo que em uma o carro de Justino chegou a dar um salto no toque com Júdice. A direção de prova resolveu punir os dois pilotos pelas atitudes agressivas na pista. Outros que levaram punição por toques na pista foram os gaúchos Egon e Daudt, que tocaram em Castrinho em dado momento da corrida.
Resultado final:
1º - Atila Sipos / Chico Serra – Ford Escort 1993 – 20 pontos
2º - Claudio Girotto / Rodolfo Pousa – Ford Escort 1992 – 15 pontos
3º - Waldir Buneder / Luiz de Castro “Castrinho” – Ford Escort 1992 – 12 pontos
4º - Alessandro Weiss / Rogério dos Santos – Volkswagen Apollo – 10 pontos
5º - Laércio Justino / Ananias Justino - Ford Escort 1993 - 8 pontos
6º - Clemente de Farias / Roberto Mourão - Ford Escort 1993 – 6 pontos
7º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan – Ford Escort 1992 – 4 pontos
8º - Gastão Weigert / Jairo Sabatini – 3 pontos
9º - Egídio “Chichola” Micci / Nilson Vicentini - Ford Escort 1992 – 2 pontos
10º - Guga Ribas / Silvio Crema – Ford Escort 1993 – 1 ponto
Campeonato de pilotos até o momento:
1º - Atila Sipos - 52 pontos
2º - Rodolfo Pousa / Claudio Girotto - 43 pontos
3º - Laércio Justino / Ananias Justino - 42 pontos
4º - Waldir Buneder / Luis de Castro "Castrinho" - 34 pontos
5ª Etapa – Goiânia – 10/09/1994
O grid do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos continuava minguado. Em Goiânia apenas 14 carros alinharam para a largada. Debaixo de muito calor - característico da região - e sob o olhar de aproximadamente 15 mil espectadores nas arquibancadas, os gaúchos Egon Hertzfeldt e Vicente Daudt levaram o Escort 1992 à vitória em Goiânia, a segunda da dupla na temporada. O resultado os alçou à segunda colocação na tabela de pilotos, seguidos bem de perto pelos constantes Rodolfo Pousa e Claudio Girotto. Atila Sipos e Chico Serra obtiveram mais um ótimo resultado, a segunda posição, o que deixou Atila na liderança do campeonato. A ausência sentida em Goiânia foi a da dupla Andreas Mattheis e Paulo Júdice.
Mais uma vitória para o Escort amarelo dos gaúchos Egon e Daudt
Sipos e Serra mais uma vez fortes, chegando na segunda colocação
Resultado final:
1º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt – Ford Escort 1992 – 20 pontos
2º - Atila Sipos / Chico Serra – Ford Escort 1993 – 15 pontos
3º - Guga Ribas / Silvio Crema – Ford Escort 1993 – 12 pontos
4º - Walter Soldan – Ford Escort 1993 – 10 pontos
5º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan – Ford Escort 1992 – 8 pontos
6º - Clemente de Farias / Roberto Mourão - Ford Escort 1993 – 6 pontos
7º - Claudio Girotto / Rodolfo Pousa – Ford Escort 1992 – 4 pontos
8º - Laércio Justino / Ananias Justino – Ford Escort 1993 – 3 pontos
Abandonos:
- Waldir Buneder / Luiz de Castro “Castrinho”
- Egídio “Chichola” Micci / Nilson Vicentini
Campeonato de pilotos até o momento:
1º - Atila Sipos - 52 pontos
2º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt - 49 pontos
3º - Rodolfo Pousa / Cláudio Girotto - 47 pontos
6ª Etapa - Guaporé - 09/10/1994
A etapa em Guaporé começou com um susto no treino de aquecimento que antecede a corrida. A dupla Castrinho e Buneder realizou uma troca de pilotos para treinar a operação visando a corrida. Castrinho entrou no carro, fechou a porta, arrancou, engatou a segunda marcha e olhou para baixo para afivelar os cintos. Foi o suficiente para perder o controle e acertar com tudo uma mureta. Castrinho estava sem o cinto e sofreu um baita impacto contra o volante. Tanto que foi levado ao hospital com suspeita de fratura nas costelas - que não foi confirmada após o piloto ter sido examinado mais detalhadamente. O Escort da dupla ficou destruído e Buneder não participou da corrida. Diante do ocorrido, a direção de prova então adotou o seguinte procedimento para as paradas para mudança de pilotos: um fiscal fica ao lado do carro no momento da troca, com a mão no pára-brisas, e só libera o carro para a volta à pista depois de garantido que os cintos de segurança estejam devidamente afivelados.
A pole position foi conquistada pelos gaúchos Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt. No "quintal de casa", a dupla marcou o tempo de 1m21s512, com média de 136,030 Km/h de velocidade. E os gaúchos mantiveram o bom desempenho - reforçado por testes no autódromo, anteriores à etapa, que consistiram em 350 voltas completadas em duas semanas - e venceram a corrida. Contaram também com a sorte do abandono do postulante direto ao título, Atila Sipos, que teve um problema na junta homocinética do Escort. Além da vitória, Egon e Daudt de lambuja alcançaram a liderança na tabela de pontos.
Egon e Daudt vencendo "em casa"
Os gaúchos assumiram a liderança na tabela de pilotos
O Escort do modelo antigo ainda fazia frente aos modelos novos
Briga entre Rogério dos Santos (à frente) e Egídio "Chichola" Micci
Egon falou à reportagem da revista Quatro Rodas o seu entendimento sobre o equilíbrio entre os modelos 92 e 93 do Escort: "não acredito na superioridade desse modelo (o antigo), nós é que treinamos muito antes dessa etapa". Paulo Júdice também deu a sua impressão: "as duas versões estão equilibradas".
Resultado final:
1º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt – Ford Escort 1992 – 20 pontos
2º - Andreas Mattheis / Paulo Júdice – Ford Escort 1992 – 15 pontos
3º - Claudio Girotto / Rodolfo Pousa – Ford Escort 1992 – 12 pontos
4º - Heuber Cimini / Marcos Freire - Ford Escort 1993 - 10 pontos
5º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan – Ford Escort 1992 – 8 pontos
6º - Walter Soldan / Waldir Buneder - Ford Escort 1993 - 6 pontos
7º - Alessandro Weiss / Rogério dos Santos – Ford Escort 1993 – 4 pontos
8º - Laércio Justino / Ananias Justino – Ford Escort 1993 – 3 pontos
9º - Clemente de Farias / Roberto Mourão - 2 pontos
10º - Marcelo Pegoraro / Ike Zornig - 1 ponto
Abandonos:
- Guga Ribas / Silvio Crema
- Atila Sipos / Chico Serra
Campeonato de pilotos até o momento:
1º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt - 69 pontos
2º - Atila Sipos - 67 pontos
3º - Rodolfo Pousa / Cláudio Girotto - 59 pontos
4º - Laércio Justino / Ananias Justino - 48 pontos
5º - Waldir Buneder - 40 pontos
6º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan - 38 pontos
7ª Etapa - Goiânia - 06/11/1994
O Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos voltou para Goiânia em um ambiente de muita competitividade, com Atila Sipos brigando pelo título contra os gaúchos Egon e Daudt e a dupla Rodolfo Pousa e Claudio Girotto correndo por fora.
A pole position para a etapa foi conquistada pelos cariocas Andreas Mattheis e Paulo Júdice. Os atuais campeões levaram o "flechinha de prata" para a vitória depois de 28 voltas, em 50min08s168 e média de 128,506 Km/h de velocidade. Atila Sipos finalizou a etapa em terceiro e Egon e Daudt na quarta colocação, embolando ainda mais o "meio de campo" da tabela de pilotos: eles saíram de Goiânia empatados, com 79 pontos. Rodolfo Pousa e Claudio Girotto também tinham chances de levar a taça. A decisão em Interlagos prometia muito!
Vitória para o "flechinha de prata" dos cariocas Mattheis e Júdice
Mais um bom resultado para a dupla Atila Sipos e Chico Serra
Resultado final:
1º - Andreas Mattheis / Paulo Júdice – Ford Escort 1992 – 20 pontos
2º - Laércio Justino / Ananias Justino – Ford Escort 1993 – 15 pontos
3º - Atila Sipos / Chico Serra – Ford Escort 1993 – 12 pontos
4º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt – Ford Escort 1992 – 10 pontos
5º - Heuber Cimini / Marcos Freire - Ford Escort 1993 - 8 pontos
6º - Claudio Girotto / Rodolfo Pousa – Ford Escort 1992 – 6 pontos
7º - Egídio “Chichola” Micci / Nilson Vicentini - Ford Escort 1992 – 4 pontos
8º - Waldir Buneder / Luiz de Castro “Castrinho” – Ford Escort 1992 – 3 pontos
9º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan – Ford Escort 1992 – 2 pontos
10º - Edgard Favarin / David Muffato - Volkswagen Voyage - 1 ponto
Abandonos:
- Rogério dos Santos / Alessandro Weiss
Campeonato de pilotos até o momento:
1º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt - 79 pontos
2º - Atila Sipos - 79 pontos
3º - Rodolfo Pousa / Claudio Girotto - 65 pontos
4º - Laércio Justino / Ananias Justino - 63 pontos
5º - Andreas Mattheis / Paulo Júdice - 54 pontos
6º - Chico Serra - 47 pontos
8ª Etapa - Interlagos - 18/12/1994
O palco estava pronto! Interlagos sediaria a decisão do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos de 1994. E o título ficou com a dupla gaúcha Egon Hertzfeldt e Vicente Daudt, que garantiu a vitória após 25 voltas em 50min55s441. Contaram também com o azar de Atila Sipos, que se viu às voltas com problemas no carro e terminou a etapa na oitava colocação. Atila explicou, aqui no Blog, em um comentário feito em uma postagem no ano de 2010, o que aconteceu com ele e Chico Serra nesta etapa. Aspas para Sipos: "Perdi o campeonato de 94 para os excelentes Egon Herzfeldt e Vicente Daudt, por quebra do comando do acelerador na última etapa, em Interlagos, quando liderava. Corria em dupla com Chico Serra e chegamos apenas em oitavo (consertamos o acelerador nos boxes). Meus parceiros de dupla foram Toninho da Matta (nas duas primeiras etapas), Carlos Appezzato (etapa de Londrina que vencemos) e, Chico Serra nas restantes. Por esta razão, fui vice campeão isoladamente."
Atila largou em nono mas vinha fazendo uma excelente prova de recuperação. Em dado momento, chegou a estar com a taça na mão, ocupando o segundo lugar na prova. Mas um problema aparentemente tão simples tirou o piloto do título.
Os campeões gaúchos não dispunham de grande estrutura. A equipe era composta por três mecânicos e um cozinheiro. Egon era o preparador do carro e realizava todos os acertos, seja de suspensão, seja de motor. Até pilotar o caminhão da equipe durante a temporada era tarefa de Hertzfeldt. Os testes da equipe também eram realizados por Egon, uma vez que Vicente Daudt, que além de piloto patrocinava a equipe, não tinha tempo de sobra para dedicar integralmente à equipe, uma vez que fora das pistas estava às voltas com os compromissos de empresário.
Egon e Daudt - o título veio com vitória em Interlagos
O momento de glória para os gaúchos
Depois de doze temporadas, o ano de 1994 foi o último da história de disputa do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos. Alguns envolvidos com a categoria já imaginavam que o fim estava próximo, principalmente após as dificuldades enfrentadas desde o ano de 1992. O Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos teria ainda, no futuro, mais duas reedições: de 2004 a 2009, com regulamento alinhado ao Turismo N, e de 2011 a 2018, com carros sedãs de produção nacional e motorização padronizada, preparada pelo ateliê do argentino Oreste Berta. Mas, na minha opinião, nenhuma das edições seguintes repetiram o prestígio do primeiro Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos.
E dessa forma, chega ao fim o especial contando a história do Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos. Tenho que agradecer a algumas pessoas especiais que de forma especial me ajudaram neste trabalho. Primeiramente, ao meu irmão de Maceió, Ricardo Sarmento, dono do excelente Blog das Mil Milhas (acessem, é muito legal!), que me ajudou com matérias e fotos que ele tinha em seu arquivo, correções de texto após a publicação e também com todo o apoio e incentivo que me impulsionou para pesquisar e escrever estes capítulos especiais. Outros amigos que me ajudaram muito foram os jornalistas Jorge Kraucher, com auxílio em alguns textos e também Paulo "McCoy" Lava, que me cedeu fotos incríveis e inéditas para ilustrar algumas postagens. A todos eles, o meu carinho especial e o meu muito obrigado!
Resultado final da prova:
1º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt – Ford Escort 1992 – 20 pontos
2º - Andreas Mattheis / Paulo Júdice – Ford Escort 1992 – 15 pontos
3º - Heuber Cimini / Marcos Freire - Ford Escort 1993 - 12 pontos
4º - Rogério dos Santos / Alessandro Weiss - Ford Escort 1993 - 10 pontos
5º - Waldir Buneder / Luiz de Castro “Castrinho” – Ford Escort 1992 – 8 pontos
6º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan – Ford Escort 1992 – 6 pontos
7º - Egídio “Chichola” Micci / Nilson Vicentini - Ford Escort 1992 – 4 pontos
8º - Atila Sipos / Chico Serra – Ford Escort 1993 – 3 pontos
Classificação final do campeonato de pilotos:
1º - Egon Hertzfeldt / Vicente Daudt - 99 pontos
2º - Atila Sipos - 82 pontos
3º - Andreas Mattheis / Paulo Júdice - 69 pontos
4º - Claudio Girotto / Rodolfo Pousa - 65 pontos
5º - Laércio Justino / Ananias Justino - 63 pontos
6º - Waldir Buneder - 51 pontos
7º - Chico Serra - 50 pontos
8º - Luiz de Castro “Castrinho” - 45 pontos
9º - Amadeu Rodrigues / Paulo Quinan - 45 pontos
10º - Rogério dos Santos / Alessandro Weiss - 40 pontos
11º - Heuber Cimini / Marcos Freire - 36 pontos
12º - Guga Ribas / Silvio Crema - 23 pontos
13º - Clemente de Farias - 22 pontos
14º - Carlos Apezzatto - 20 pontos
15º - Walter Soldan - 16 pontos
16º - Roberto Mourão - 14 pontos
17º - Egídio “Chichola” Micci / Nilson Vicentini - 13 pontos
18º - Toninho da Matta - 12 pontos
19º - Gastão Weigert / Jairo Sabatini - 8 pontos
20º - Vinicius Pimentel - 8 pontos
21º - Sérgio Bürger / Ricardo Bürger - 4 pontos
Classificação final do campeonato - Categoria B:
1º - Marcelo Pegoraro / Ike Zornig - Ford Escort 1993 - 107 pontos
2º - Edgard Favarin / David Muffato - Volkswagen Voyage - 82 pontos
O Escort da dupla campeã da Categoria B, Ike Zornig e Marcelo Pegoraro
O lindo Voyage da dupla vice-campeã da Categoria B, os paranaenses Edgard Favarin e David Muffato
Mais imagens da temporada de 1994:
Foto gentilmente cedida ao Blog do Carelli pelo jornalista Paulo "McCoy" Lava - Foto de autoria de Ayrton Mitczuck - Ford Escort da dupla Vicente Daudt / Egon Hertzfeldt
Atila Sipos, o vice-campeão da temporada
Alessandro Weiss puxando o pelotão
Escort de Egídio "Chichola" Micci e Nilson Vicentini
Escort azul escuro dos gaúchos Luiz Carlos Kuenzer (Chico Bala) e Adriano Baldo
Escort de Heuber Cimini
Daudt e Egon
Andreas Mattheis e Paulo Júdice
Amadeu Rodrigues e Paulo Quinan
Escort da dupla carioca Guga Ribas e Silvio Crema
O goiâno Laércio Justino
No pódio, de macacões amarelos, a dupla Cláudio Girotto e Rodolfo Pousa
O bonito Escort de Cláudio Girotto e Rodolfo Pousa
Escort de Walter Soldan e Renato Weiand