O consumidor brasileiro não estava acostumado com picapes
derivadas de modelos de passeio até o início da década de 80. É nesse período
que surgem no mercado a Fiat City (derivada do Fiat 147 / Spazio), Chevy 500
(oriundo do Chevette), Ford Pampa (cuja base veio do Corcel II) e Volkswagen
Saveiro (nascida a partir do Gol).
Inicialmente, a Saveiro segue a mesma base mecânica do
primeiro Gol, com o tradicional motor boxer refrigerado a ar de 1.600
cilindradas de deslocamento, originado do velho Fusca. Mas logo chega a
primeira reestilização e o modelo recebe motorização de refrigeração líquida. A
aceitação do modelo no mercado é muito boa e o foco do seu uso continua sendo o
para qual nasceu: o comercial e de transporte de cargas.
Porém, com o passar do tempo, essa finalidade de utilização
começa a mudar de característica, por conta de um detalhe importante: as
picapes derivadas de modelos de linha caem no gosto dos jovens.
A Volkswagen, “antenada” neste movimento de mercado, de
forma inteligente começa a lançar séries especiais, com diversos extras em
equipamentos e visual diferenciado, para atingir este nicho de público. Versões
como a Summer e Sunset, consolidam o gosto do público por este tipo de automóvel
e pela Saveiro em particular.
Até 1997, a Saveiro utiliza a mesma plataforma de seu
nascimento (a chamada “quadrada”), que em sua história foi a versão de maior
sucesso. O modelo muda radicalmente neste ano e sua carroceria acompanha o
estilo do seu irmão mais velho, o Gol “bolinha” e ganha maior espaço na caçamba
além de uma pequena janela auxiliar na Coluna “B”.E é neste modelo que a
Saveiro ganha a mais esportiva versão da sua trajetória até hoje: a TSi.
Para começo de conversa, o modelo vinha equipado com um
motor 2.0 de 8 válvulas por cilindro, que desenvolvia 112
cavalos de potência. Nos testes da revista Quatro Rodas, em sua edição do mês
de dezembro de 1998 a picape alcançou os 100 Km/h em 11 segundos e meio. A
velocidade máxima fica em torno dos 174 Km/h.
Se o desempenho não empolgava tanto, o pacote de
equipamentos pelo menos fazia jus a uma versão topo de linha. Por fora, as
bonitas rodas de liga leve ajudavam a reforçar o apelo esportivo do modelo. Nas
laterais, o símbolo TSi marcava a presença para designar o modelo mais
elaborado da linha Saveiro. Nos pára-choques dianteiros, os clássicos faróis de
neblina completavam o ótimo conjunto ótico. Grade, pára-choques e espelhos eram
pintados na cor do carro e deixavam o visual bastante limpo e agradável.
Abrindo as portas, o interior entregava um bom pacote de
equipamentos. A comodidade era garantia pelo trio elétrico (vidros, travas e
retrovisores), ar-condicionado, direção hidráulica e rádio toca-fitas. Air-Bag era
opcional, assim como alarme anti-furto. No painel, os mostradores contavam com
o útil conta-giros e relógio digital. O volante de quatro raios tinha boa
empunhadura, mas não acompanhava a proposta esportiva da picape.
Infelizmente, a onda desenfreada do tuning e personalização
fez com que nos dias atuais não seja tão frequente encontrar uma Saveiro TSi em
condições originais.
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