segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Mil Milhas do Brasil 2021 - considerações finais sobre a prova e a classificação geral



Domingo, 16 de fevereiro de 2020. Depois de acompanhar a volta das Mil Milhas, in loco no autódromo, saíamos de lá na expectativa para a edição de 2021 da prova. Mal sabíamos que dali a um mês o mundo mudaria por conta de uma pandemia de um vírus mortal. E nesse momento mal imaginávamos que a edição de 2021 não poderia ter a presença do público.


E foi de forma remota, na frente do computador, com a transmissão ao vivo pelo Youtube e com a cronometragem oficial da corrida que acompanhamos e publicamos, aqui no blog, por mais de 10 horas, os principais acontecimentos, hora a hora, da edição de 2021 das Mil Milhas do Brasil.


A prova, com todas as dificuldades existentes em um ambiente de pandemia, quase não foi realizada. Mudou de mãos entre os responsáveis pela organização nos últimos dias (Elione Queiroz passou o bastão para Thiago Pereira), teve que alterar a sua programação (a largada à meia noite passou para as 8h50 da manhã de domingo) mas foi realizada, com muito empenho, esforço e dedicação de todos os envolvidos - organização, imprensa, pilotos, equipes e direção de prova.





"Glória imortal aos vencedores das Mil Milhas"




Vi muitos, principalmente nas diversas redes sociais, criticando a prova, seu formato, os carros que participaram, o horário da prova. Mas como sempre digo, criticar do sofá de casa e não fazer ou não ter a capacidade para tanto é algo improdutivo. Não é assim que se fomenta e se incentiva um esporte tão difícil e custoso quanto o automobilismo. São pessoas que sequer conhecem a história das Mil Milhas e não sabem que essa prova abrigou, abriga e sempre abrigará tudo o que vimos neste domingo em Interlagos: a complexidade de um protótipo, a sofisticação de um Gran Turismo importado, a simplicidade de um modelo popular nacional. Equipes estruturadas, equipes pequenas, garagistas, entusiastas que muitas vezes se sacrificam a custo de suor e lágrimas de uma vida, baseados em um sonho para estarem naquele grid, honrando as glórias, memórias e histórias da mais importante e democrática prova do automobilismo nacional. Para você que critica de uma forma não construtiva, coloque-se no lugar de quem está lá envolvido, seja em qual posição for. Pense antes de falar ou realizar postagens levianas.


Bom, passado esse meu desabafo, volto com uma boa notícia anunciada por Thiago Pereira, o novo organizador das Mil Milhas. A prova ganhou um “name rights” da Chevrolet Absoluta e teve sua extensão de contrato dilatada para mais 5 anos. Thiago também assegurou que teremos para a edição de 2022, no mínimo, a inscrição de 50 carros. É a constatação de que as Mil Milhas voltam a se consolidar, depois de um hiato que durou de 2008 a 2019.


Voltando aos acontecimentos da edição de 2021, tivemos a participação de 25 carros, uma evolução significativa em relação a 2020, onde tivemos 12 carros participando da prova e em dado momento, na manhã de domingo, chegamos a ter 4 carros na pista.


Foi uma prova com ótimo nível técnico. Apesar de algumas quebras e escapadas de pista, normais em provas de longa duração, chegaram ao final, em disputa, 19 carros dos 25 que largaram. A chuva – personagem que invariavelmente e historicamente marca as edições das Mil Milhas – veio no meio da prova para dar mais emoção à disputa.


As vitórias por categoria – na classificação geral e na categoria P3, venceu o protótipo MCR da equipe LT Racing Team, capitaneada por Leandro Totti. A equipe de Londrina fez um excelente trabalho: mesmo tendo uma rodada no início de prova e uma punição por queima de relargada durante a corrida, venceram na geral com 4 voltas de vantagem para o segundo colocado.


Na Categoria P4, venceu o protótipo R1 da equipe Guerra Motorsport. O time também conseguiu colocar o carro sempre competitivo, entre as primeiras posições por toda a corrida, chegando a liderar na geral. Finalizaram as Mil Milhas na segunda posição na classificação geral.


O Chevrolet Celta da equipe Oto conquistou uma excelente quinta posição na classificação geral, mostrando constância e resistência. Conquistou também a vitória na categoria TN1A.


O pole position da prova, o protótipo dos gaúchos da equipe MC Tubarão enfrentou uma série de dificuldades técnicas durante a prova. O início de prova foi ótimo para o time, com a liderança na geral por várias voltas. Mas pit stops demorados, paradas do carro no meio da pista denotavam que algo estava errado com protótipo gaúcho. Finalizaram a prova na sétima colocação geral e a vitória na categoria P2. Como consolo adicional, conquistaram a volta mais rápida da prova.


E os gaúchos da MC Tubarão tiveram dificuldades também com o segundo carro inscrito na prova, a BMW M3. Até uma roda solta no começo da prova acometeu o time, que finalizou com o carro alemão na décima segunda posição geral e a vitória na categoria GT4


Na categoria TN1, a vitória ficou com o Volkswagen Gol da equipe MI Motors.


O Chevrolet Omega da equipe big Power foi um dos carros que teve problemas graves de motor. Um quebra de virabrequim alijou a equipe paulista de uma melhor disputa de posições. Venceram na categoria TN1B e terminaram na décima sexta posição na tabela geral.


Ele veio de última hora, não participou dos treinos livres e classificação, largou em último mas causou a maior sensação no autódromo: O Chevrolet Corvette preto de Rodrigo Corbisier e Ricardo Gouveia trouxeram o monstro de aproximadamente 1.000 cavalos de potência para realizar acertos e ajustes visando a participação futura nas provas de longa duração. Andou pouco mas acabou levando para a casa um troféu de vencedor na Categoria GT3


Por fim, na Categoria P1, a vitória ficou com o Chevrolet Vectra V8 Stock Car da equipe 2GO/HT Guerra, que enfrentou graves problemas de câmbio e completou apenas 37 voltas, coma penúltima posição na classificação geral.


Para finalizar esta postagem especial sobre as Mil Milhas de 2021, todo o trabalho realizado aqui no Blog – de postagens prévias de atualização dos participantes, resultados de treinos livres e classificação e também da cobertura de mais de 10 horas de ontem – e também do Blog das Mil Milhas, do meu irmão de Maceió, Ricardo Sarmento, que trouxe deliciosas postagens sobre a história da prova, foi, de certa forma, uma homenagem e reverência ao excelente e saudoso site Speedonline (e que tive o prazer e a honra de colaborar por um período), que nas edições das Mil Milhas nas quais cobriu, realizava um trabalho nesta linha que buscamos – eu e Ricardo – fazer em nossos Blogs. Ao nosso amigo Jorge Kraucher, o idealizador do Speedonline, a nossa homenagem.


E não posso deixar de registrar aqui os meus agradecimentos com quem ficou conosco nesta cobertura: meu irmão de Maceió, Ricardo Sarmento, Rogério Mosca desde Portugal e o pessoal da Shelby Modelismo e André Hiebra e a turma do Racing.


Segue o resultado final das Mil Milhas do Brasil 2021:


1º - #73 José Vilela / Leandro Totti / Eduardo Souza Pimenta / Guilherme Ghido / Léo Yoshi - Protótipo MCR 2.1 - Equipe LT Racing Team – Categoria P3 – 291 voltas

2º - #31 Leandro Guerra / Alexandre Zaninoto / Marcelo Camacho - Protótipo R1 - Equipe Guerra Motorsport – Categoria P4 – 287 voltas

3º - #46 Robbi Perez / José Cordova / Juliano Moro / Maurizio Sandro Sala - Protótipo Roco P3 - Equipe Roco Racing – Categoria P3 – 277 voltas

4º - #6 Caio Lacerda / Geovani Almeida / Humberto Guerra Jr. – Aldee Cupê VW - Equipe HT Guerra – Categoria P4 – 254 voltas

5º - #17 Otávio Carmacio / Rafael Kasai / Maurício Arias / Vinícius Salva - Chevrolet Celta - Equipe Oto Racing - Categoria TN1A – 249 voltas

6º - #115 Estevão Alexandre / Rogério Dudu / Honda Civic Si - Equipe Maguila Motors – Categoria TN1A - 249 voltas

7º - #32 Mauro Kern / Márcio Basso / Paulo Sousa / Wellington Cirino - Protótipo MC Tubarão - Equipe MC Tubarão – Categoria P2 – 248 voltas – volta mais rápida da prova: 1:39.689 (volta 88)

8º - #216 George Lisi / Riccardo Savio / Ricardo Parente - Chevrolet Corsa - Equipe Oto Racing = Categoria TN1A – 248 voltas

9º - #11 Bruna Tomaselli / Emilio Padron Ianez / Fernando Ohashi / Fernando Fortes / Henrique Assunção - Protótipo Hayabusa - Team Quarteto Fantástico & Mulher Maravilha – Categoria P3 – 241 voltas

10º - #14 A. Tavares / E. Teixeira / V. Lira / F. Cesario – Ford Fiesta – Categoria TN1A – 241 voltas – carro que ganhou mais posições desde a largada até o final da prova

11º - #111 Rafinha Thiamer / Luiz Henrique / Mauricio Marchioni - Volkswagen Gol - Equipe MI Motors – Categoria TN1 – 233 voltas

12º - #64 Henry Visconde / Tiel de Andrade / Lucas Foresti - BMW M3 - Equipe MC Tubarão – Categoria GT4 – 229 voltas

13º - #3 Luciane Klai / Fernanda Aniceto / Renata Camargo - Volkswagen Voyage 1.6 - Equipe MI Motors – Categoria TN1 – 225 voltas

14º - #34 Mário Marcondes / Paulo Totaro / Márcio Mauro / Fábio Carbone - Protótipo MRX-Chevrolet 2.0 16V - Equipe Motorcar – Categoria P3 – 223 voltas

15º - #98 Nenê Finotti / Fábio Coelho / Marcelo Fortes - Volkswagen Passat - Equipe Coelho´s Racing / LF Competições / JR-Rodas – Categoria TN1 – 223 voltas

16º - #9 Ciro Paciello / Ricardo Alvarez / Evandro Camargo / Gelinho - Chevrolet Omega Stock Car - Equipe Big Power – Categoria TN1B – 198 voltas

17º - #84 Maurício Gonçalves / Marcelo Dias / Pedro Alexandre / Luiz Henrique - Volkswagen Gol 2.0 - Equipe MI Motors – Categoria TN1A – 197 voltas

18º - #74 R. Furquim / T. Soares / E. Souza - Protótipo Spyder 2.0 - Equipe LT Racing Team – Categoria P4 – 182 voltas

19º - #22 Tiago Regis / Ricardo Cimatti / Thiago Pereira - Honda Civic – Categoria TN1A – 157 voltas

20º - #63 Valter Fernandes / Marcos Fernandes / Marcos Nascar / Ricardo Domenech / Rogério Barbato - Chevrolet Astra V8 Stock Car - Equipe F&C Custom Garage – Categoria TN1B – 151 voltas

21º - #25 Ney Faustini / Ney Sá Faustini / Batistinha - Chevrolet Cobalt V8 Stock Car - Equipe Absoluta Racing – Categoria TN1B – 91 voltas

22º - #25 – Rodrigo Corbisier / Ricardo Gouveia – Chevrolet Corvete – Categoria GT3- 53 voltas

23º - #72 Deninho Casarini / Carlos Antunes / Marcelo Di Tripa / Marcelo Campagnolo - Protótipo MRX - Equipe Motorcar – Categoria P2 – 47 voltas

24º - #77 Edras Soares / Juarez Soares / Esdras Soares - Chevrolet Vectra V8 Stock Car - Equipe 2GO/HT Guerra – Categoria P1 – 37 voltas

25º - #96 Marcelo Servidone / Emerson Piedade / Luc Monteiro - Volkswagen Brasília - Equipe Mamba Negra – Categoria TN1A – 21 voltas






O protótipo MRX #34 da equipe Motorcar teve esse princípio de incêndio, por vazamento de combustível, ainda nas voltas de instalação








O Ford Fiesta #14 foi o carro que mais conquistou posições da largada até a bandeirada




O Honda Civic Si de Rogério Dudu e Estevão Alexandre chegou a ocupar a quarta posição na classificação geral, na sétima hora de corrida






MC Tubarão - a tradição gaúcha dos protótipos garantiu a pole position e a vitória na categoria P2, mas as pretensões eram da conquista da prova na geral





Não foi um bom domingo para o Chevrolet Cobalt V8 Stock Car da Absoluta Racing, liderado por Ney Faustini - diversos problemas técnicos e uma 21ª posição ao final




O Honda Civic Si de Thiago Pereira foi montado em tempo recorde, na semana da prova, com motorização original




O câmbio deixou a equipe 2GO/ HT Guerra na mão




O Volkswagen Gol vencedor da categoria TN1, da equipe MI Motors




Foi a despedida da BMW M3 da MC Tubarão. Vem aí uma nova M4 para as provas de longa duração




Protótipo R1 com motor da moto Suzuki Hayabusa




O trio feminino da prova / Lu Klai / Fernanda Aniceto / Renata Camargo foram muito bem - apesar de um problema de homocinética no finalzinha da prova, beliscaram um pódio na categoria









Protótipo Roco P3, baseado em um Fórmula 3 e equipado com motorização Hayabusa, mostrou durabilidade e consistência - chegou a liderar a prova e finalizou na terceira colocação









A Volkswagen Brasília da equipe Mamba Negra teve seu motor VW AP 2.0 partido ao meio logo no início da corrida





Excelente resultado para o Chevrolet Celta da equipe Oto - quinta colocação no geral









O segundo colocado geral foi este Spyder da equipe Guerra Motorsport




A equipe HT Guerra inscreveu de última hora este Aldee Cupê VW e conquistou uma excelente quarta posição




O Corvette de Corbisier foi a grande sensação da prova






Thiago Pereira dá a bandeirada ao protótipo vencedor



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