sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Entregas rápidas - as peruas de corrida


Raro no mundo do automobilismo, mas algumas peruas participaram de competições no Brasil e no mundo. Aqui no Brasil, a Fiat preparou uma perua Fiat Marea Weekend Turbo, para disputa de provas de longa duração. A par desta perua, a Fiat ainda preparou um Brava também para disputas de provas de endurance.



Marea Weekend que disputou provas de endurance aqui no país


No BTCC (British Touring Cars Championship), o campeonato inglês de superturismo, a Volvo participou com a perua 850, que disputou o certame no ano de 1994, com o holandês Jan Lammers e o sueco Rickard Rydell.


A perua Volvo que disputou o inglês de Superturismo


A Peugeot preparou uma perua 806 e disputou as 24 Horas de Spa-Francorchamps em 1995. O modelo, que foi preparado pela equipe Peugeot Talbot Belgique não chegou a completar a prova. A trinca de pilotos foi a seguinte: Philip Verellen, Pascal Witmeur e Eric Bachelart.




As 24 Horas de Spa em 1995 viu a presença inusitada da Van Peugeot 806


Essa não chegou a disputar provas, mas vale a menção aqui por ser espetacular: Renault Espace F1. A perua foi equipada com o motor Renault V-10 de 3,5 litros, oriundo da Fórmula 1, e que foi montado na posição central na perua. O carro foi totalmente dimensionado para acompanhar o desempenho do motor de aproximadamente 800 cavalos. O modelo contou com o desenvolvimento em parceria com a equipe Williams de Fórmula 1, que na época utilizava o propulsor francês, e teve também o auxílio dos pilotos franceses Eric Bernard e Alain Prost.




A impressionante perua Espace F1, equipada com o propulsor V-10 da Fórmula 1

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Do fundo do baú - Fórmula 1 - Interlagos 2009

Voltamos a setembro de 2009. Estava na cama às 10 da manhã, pois as férias após o casamento assim me permitiam, quando o celular toca. Era o Tarcísio, que pelo ar de empolgação e entusiasmo, parecia ter coisa boa para falar:

- Diguinho, nós estamos comprando os ingressos para o Setor G da Fórmula 1 em Interlagos, vai a maior galera, eu, o Pereira, o Silvio, Marcinho, Leandro... Posso comprar o seu?

Não titubeei.

- Pode comprar sim, depois lhe repasso o valor!

Na verdade, todos nós já estávamos ensaiando esra ida a Interlagos para assistir a Fórmula 1 há muitos anos. O campeonato daquele ano estava muito disputado. A Brawn GP havia feito um carro muito bom, que trazia a novidade do difusor duplo. Jenson Button venceu seis provas no começo do campeonato e Rubens Barrichello, seu comanheiro de equipe, venceu outras duas, o que lhe permitiu chegar em Interlagos, penúltima etapa do certame disputando o campeonato com seu companheiro Button.



A semana antecedente ao GP foi de muita expectativa. Confesso que pouco dormia, só pensando em como seria a experiência única de ver a categoria máxima bem de perto. Na sexta-feira, já estávamos com tudo preparado: máquina fotográfica, capa de chuva, radinho de pilha, boné, óculos de sol, além de lanches para todo o sábado de classificação. Na semana anterior, comprei um ingresso para o Luiz Henrique e, nas vésperas, o entreguei, de surpresa. Ele não esperava. Ver a sua cara de espanto e alegria não teve preço!



Como ficaríamos no Setor G, o mais barato e por consequência o de maior público, nos preparamos para chegar cedo ao autódromo. A estratégia era ir de carro até o Shopping Interlagos e lá utilizar o transporte especial, disponibilizado pela prefeitura, até a pista. E lá fomos todos, felizes e emplogados para acompanhar a classificação!



O que não esperávamos é que o sábado seria de muita chuva e frio. Para quem não sabe, o Setor G, que compreende toda a reta oposta de Interlagos, é composto por arquibancadas totalmente descobertas. Resultado: de nada adiantaram as capas e guarda-chuvas, no final da tarde, somente a cueca não estava seca! Lembro que, em dado momento, entre o treino livre da manhã e a classificação, olhei para os dois lados e vi as aproximadamente 30 mil pessoas presentes no Setor G encolhidas por causa do frio decorrente da chuva forte...



Entretanto, tudo isso não tirou a emoção de acompanhar o treino livre pela manhã e a classificação à tarde, ambas com a pista molhada. De quebra, fomos agraciados pela conquista da Pole Position por Rubens Barrichello, para a alegria geral.



No domingo, São Pedro colaborou e fez um dia belíssimo de sol e céu azul, o que atrapalhou as pretensões de Rubinho em tentar manter a ponta da prova. Com a pista seca, Mark Webber da Red Bull logo o ultrapassou para abrir passagem e rumar de forma sólida para a vitória. A equipe das latinhas começava a mostrar seu poder, confirmado a partir de 2010 e 2011, com o bi de Sebastian Vettel.



De lambuja, com a combinação dos resultados finais da prova, vimos Jenson Button sagrar-se campeão mundial. Enquanto o inglês cantava feliz "We are the champions" pelo rádio, nos preparávamos para deixar o autódromo, cansados, porém felizes e impressionados com a velocidade, as cores dos carros e toda a magia que envolve o circo da Fórmula 1. Lembranças que ficarão para sempre em nossas memórias.


A bagunça do Setor G


Cornetas, buzinas, enormes bandeiras, torcidas organizadas, cantoria, olas, alegria regada a muita cerveja. Esses são alguns dos elementos presentes nas arquibancadas do Setor G, que vão desde o fim da curva do sol até a freada da reta oposta.



O clima é de muita alegria e descontração e para conseguir ficar em um lugar privilegiado, com boa visão geral da pista, é preciso chegar muito cedo. Alguns até dormem na fila para tanto.

Por conta da grande quantidade de cerveja consumida, em alguns momentos as brincadeiras extrapolam o limite do bom senso, principalmente quando direcionadas às mulheres.

Com exceção destes episódios, o Setor G é um local muito divertido para acompanhar a Fórmula 1, cim uma boa visibilidade geral da pista.

Fórmula 1 2011 - campeonato atual na pontuação antiga

Fiz um estudo para matar uma curiosidade minha e talvez de algumas outras pessoas que gostam da Fórmula 1: peguei os resultados de 2011 e refiz com a pontuação antiga (1º colocado: 10 pontos, 2º: 6, 3º: 4, 4º: 3, 5º: 2, 6º: 1). O campeonato de pilotos ficaria assim nesta pontuação:



Na pontuação deste ano, o campeonato de pilotos ficou assim:





Já o campeonato de construtores seria assim na pontuação antiga:


Em 2011, a pontuação das equipes ficou assim:
Na pontuação de construtores, nada mudou na comparação da pontuação antiga para a pontuação nova. Já na comparação da pontuação entre os pilotos, podemos fazer algumas análises interessantes. Por exemplo, a confirmação de que Sebastian Vettel seria espetacular em tempos anteriores como foi agora (64 pontos a mais que o segundo colocado na pontuação antiga). Já Alonso seria o terceiro colocado no campeonato, batendo Webber por apenas 1 ponto (Webber ficou na frente de Alonso em 2011). O brasileiro Felipe Massa teria apenas 17 pontos ao final do campeonato, na pontuação antiga e Michael Schumacher ficaria na frente de seu companheiro de equipe, Nico Rosberg (11 pontos contra 8). O Kamarada (Vitaly Petrov) pularia para a nona posição com 6 pontos.


Do Fundo do Baú – Campeonato Italiano de Superturismo 1995


Os campeonatos de Superturismo, ou Grupo D-2 FIA, eram sucesso em meados dos anos 90. Com o mesmo formato e regulamento, era disputado por toda a Europa, Ásia, Oceania e América do Norte. Havia o envolvimento oficial das fábricas, excelentes pilotos tomavam parte destes campeonatos e o público comparecia às corridas em massa. Para se ter uma idéia, em 1995, o público médio do STW, campeonato de Superturismo da Alemanha, teve um público médio de impressionantes 75 mil pessoas.

No Brasil, tivemos a oportunidade de acompanhar o Campeonato Italiano de Superturismo de 1995, transmitido pela extinta Rede Manchete, no programa dominical de esportes “A Grande Jogada”, narrado pelo Edgard Mello Filho. O campeonato foi televisionado em Janeiro e Fevereiro de 1996 e foi o último evento narrado e comentado pelo Edgard pela Manchete, depois de transmitir a Nascar em 1994 e o DTM/ITC em 94/95.




O campeonato de Superturismo Italiano tinha envolvimento oficial da Audi, Alfa-Romeo, BMW, Opel, além do apoio da francesa Peugeot para os pilotos particulares. O regulamento FIA D-2 trazia em seu bojo diversas particularidades. Os carros deveriam ter motores de até 2 litros de capacidade cúbica. A potência média ficava em torno de 300 cavalos e era obrigatória a utilização de um limitador, que limitava as rotações do motor a 8.500 rotações por minuto. Com relação à suspensão, seu ponto de ataque deveria ser original, e as rodas utilizadas eram de aro 19, porém as fábricas não podiam alargar os pára-lamas. Com relação ao peso dos carros, os valores variavam de acordo com a tração de cada modelo. Para os carros de tração dianteira, o peso máximo era de 975 quilos. Para os tração nas quatro rodas, o peso regulamentar era de 1.040 quilos. Para os carros de tração traseira, inicialmente era de 1.025 quilos, porém no meio da temporada de 1995, a FIA reduziu o peso regulamentar para 1.000 quilos. Por fim, a telemetria era proibida nas provas e treinos oficiais, liberada somente nos treinos livres.


 
As Marcas

Alfa-Romeo

A Alfa-Romeo utilizava o modelo 155 TS (tração dianteira) e era representada pela equipe oficial, a Alfa Corse. Eles tinham apenas um carro para o italiano Gabrielle Tarquini, que havia sido campeão do BTCC (British Touring Car Championchip), o inglês de Superturismo em 1994, com a mesma Alfa 155, e que em 95 acumulou as funções de piloto de testes da equipe Tyrrel-Yamaha na Fórmula 1, inclusive chegando a correr na temporada após o acidente de Ukyo Katayama na largada do GP de Portugal. No meio da temporada, mais precisamente após a etapa de Mugello, a Alfa Corse deixou o campeonato para direcionar suas forças ao DTM / ITC (inclusive Tarquini passou a correr lá).



Aqui está Fabrizzio Giovanardi, com seu Alfa 155 da equipe Nordauto



A Alfa-Romeo ainda dava apoio oficial para a equipe Nordauto, que disponibilizava duas Alfas 155 para dois excelentes pilotos, o jovem Fabrizzio Giovanardi e Antonio Tamburini.



O toscano Antonio Tamburini a bordo de sua Alfa 155 da equipe Nordauto



Mais uma Alfa 155 tinha apoio de fábrica, e era a do Jolly CLub de Milão. Seu piloto era o argentino Oscar “Popi” Larrauri, que tinha experiências anteriores na Fórmula 1 e Mundial de Esporte Protótipo.



O Alfa 155 do Jolly Club de Milano, pilotado pelo argentino Oscar Larrauri

As Alfas da Alfa-Corse e da Nordauto utilizavam pneus Michelin, enquanto a Alfa do Jolly Club de Milão utilizava os pneus japoneses da Yokohama.


Audi

A Audi era representada pela Audi Sport Itália e utilizava o novíssimo modelo A4 (tração nas quatro rodas), uma evolução do modelo 80 Quattro, que havia sido campeão em 1994. Todo o trabalho de aerodinâmica do novo modelo A4 foi feito em Eisack, na fábrica da Porsche e os modelos utilizavam os pneus da Dunlop. A fábrica dispunha de dois modelos A4 para os italianos Emanuele Pirro (campeão de 94) e Rinaldo “Dindo” Capello. Na etapa de Varano a Audi trouxe um terceiro carro para a participação da italiana Tamara Vidalli, que disputava o alemão de Superturismo.



O A4 de Dindo Capello

BMW



A marca alemã era representada pela BMW Itália e utilizava o modelo 318iS (tração dianteira). Três pilotos faziam parte da equipe: os italianos Gianni Morbidelli (que em 95 correu também na Fórmula 1, na equipe Arrows), Emanuelle Naspetti e a suíça Yolanda Surer. Os carros utilizavam pneus Yokohama.



Opel


A outra marca alemã utilizava o modelo Vectra (tração dianteira) e era representada pela equipe RC Motorsports. O piloto era o jovem e rápido italiano Roberto Colciago, campeão da Fórmula 3 Italiana no ano anterior.

Renault

A equipe Renault participou da última etapa do campeonato italiano, em Vallelunga, para medir forças com as equipes oficiais, principalmente com a Audi. Os carros eram preparados pela equipe Williams de Fórmula 1. O modelo utilizado era o Laguna (tração dianteira) e os pilotos eram o suíço Alain Menu e o inglês Will Hoy, ou seja, era a equipe que disputou o inglês de Superturismo e que venceu o campeonato de marcas de 1995.



Troféu Omega de pilotos independentes



Os pilotos particulares tinham um campeonato à parte que era patrocinado pela relojoaria Omega. Abaixo a relação de marcas e pilotos que fizeram parte deste campeonato:


Peugeot 405 MI 16v (Peugeot Itália)

Mauro Trione (campeão)
Maximo Pigolli
Gianpiero Pindari
Rafaelle Fortunatto
Guido Luchetti Cigarini

O Peugeot 405 MI 16v do campeão dos pilotos independentes, Mauro Trione


Alfa-Romeo 155 TS

Gerardo Cazzago
Paollo delle Piane
Felice Tedeschi
Giovani Ognio
Gianluca Roda
Danillo Mozzi
Moreno Solli (campeão dos privados em 1994)

BMW 318iS

Rocco Peduzzi
Mario Lusuardi



Opel Vectra

Giovani Ognio


As pistas



As corridas eram disputadas em provas de duas baterias. Foram ao todo 10 etapas e 20 provas:



1ª etapa: Santa Mônica de Misano


2ª etapa: Binetto




3ª etapa: Monza




4ª etapa: San Marino




5ª etapa: Maggione


6ª etapa: Mugello




7ª etapa: Santa Mônica de Misano




8ª etapa: Enna-Pergusa




9ª etapa: Varano




10ª etapa: Vallelunga



A posição ao final do campeonato foi a seguinte:

 
1º Emanuelle Pirro (Audi A4 – Audi Sport Itália)
2º Rinaldo “Dindo” Capello (Audi A4 – Audi Sport Itália)
3º Antonio Tamburini (Alfa-Romeo 155 TS – Nordauto)
4º Gianni Morbidelli (BMW 318iS – BMW Itália)
5º Fabrizzio Giovanardi (Alfa-Romeo 155 TS – Nordauto)
6º Emanuelle Naspetti (BMW 318iS – BMW Itália)