No início da década de 90 o cenário do automobilismo do Brasil estava em ebulição. Na Fórmula 1, Senna e Piquet eram protagonistas. Na Fórmula Indy, o veterano Emerson Fittipaldi vinha fazendo uma carreira sólida e de ponta. E nas categorias de base, diversos pilotos do país tinham posição de destaque.
Uma das categorias que trilhavam uma história de sucesso nessa época era a Fórmula 3 Sul-Americana. Voltando para a temporada de 1990, o título foi conquistado por Christian Fittipaldi em uma disputa muito ferrenha contra Oswaldo Negri Jr. e o veterano Leonel Friedrich. Porém, o título do jovem Fittipaldi teria uma participação inusitada de um rival da época do kart: Rubens Barrichello.
Rubinho em 1990 cumpriu sua temporada na Fórmula Opel européia com louvor. Pela equipe Draco Racing e com apenas 18 anos de idade, em sua estreia nas pistas do velho continente, Barrichello faturou o título, demonstrando mais uma vez que seria uma das boas apostas para o futuro do automobilismo brasileiro. Ao final do ano, Rubinho (com o intuito de ganhar “hora de vôo” no equipamento da Fórmula 3, uma vez que iria disputar o certame inglês em 1991) correu três provas na Fórmula 3 Sul-Americana pela equipe Forti-Corse, que dispunha do equipamento composto pelo chassi italiano Dallara e o motor da Alfa-Romeo. Sim, você não leu errado. É a mesma equipe que galgou as categorias de base, passando pela Fórmula 3000 e chegou na Fórmula 1 – fazendo a parceria ítalo-brasileira com Carlo Gancia – em 1995, e contando com os pilotos brasileiros Pedro Paulo Diniz e Roberto “Pupo” Moreno.
Rubinho e o Dallara-Alfa-Romeo da equipe Forti-Corse
O destaque vai para a última etapa, realizada em Interlagos. A briga pelo título Sul-Americano estava polarizada entre Oswaldo Negri Jr. (que já tinha garantido o título brasileiro de F-3) e Christian Fittipaldi. Mas quem roubou as atenções foi Rubens Barrichello. A prova foi liderada em praticamente de ponta-a-ponta por Negri, porém Rubinho deu o bote na última prova, ultrapassando o líder e vencendo a prova. Este resultado, nas combinações matemáticas, garantiu o título Sul-Americano de Fórmula 3 para seu antigo arqui-rival, Christian Fittipaldi.
A curiosidade final fica por conta do fato de Ayrton Senna estar presente nesta corrida, como espectador. Senna fez questão de ir ao grid antes da largada e cumprimentar os pilotos, um a um, nos seus respectivos cockpits.
Senna cumprimentando Rubinho no grid em Interlagos - 1990
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