terça-feira, 21 de setembro de 2021

Uma viagem de McLaren F1 para Le Mans, por Maurizio Sala


Maurizio Sandro Sala é um dos principais pilotos brasileiros de carreira internacional. Sala disputou, por exemplo, diversas edições das 24 Horas de Le Mans, com carros que concorriam à vitória na classificação geral da prova. E foi em uma dessas edições da prova de longa duração, em 1995, que Sala teve uma grande chance de vencer a corrida. Pilotando o hoje cobiçado e lendário McLaren F1 GTR V12 e tendo como parceiros os ingleses Ray Bellm e Mark Blundell, o trio sempre esteve no pelotão de frente da prova e, não fosse a trapalhada do "gentleman driver" da equipe - Ray Bellm, que bateu o carro quando cumpria o seu stint debaixo de chuva - eles poderiam ter disputado fortemente a vitória. Finalizaram a corrida na quarta colocação.








Mas o fato curioso e interessante não foi propriamente a corrida em Le Mans, mas sim, o que ocorreu antes. Sala foi convidado pela revista inglesa Autocar para uma epopéia nas estradas europeias. Emulando o que as equipes inglesas - principalmente os "Bentley Boys" - faziam quando disputavam as 24 Horas de Le Mans em tempos passados, Sala conduziu um McLaren F1 de rua, levando de passageiros o jornalista Russel Bulgin e o fotógrafo Iain Dawson, que registraram todos os detalhes para uma matéria especial, da edição de 21 de junho de 1995 da publicação. Como o McLaren F1 tem uma incomum  disposição de passageiros para um super-esportivo - piloto no centro e um passageiro de cada lado, mais recuados e próximos do habitáculo do motor - foi possível que os três partissem bem cedo de Woking - a sede da fábrica - até Le Mans, na França, chegando na pista ao final do entardecer daquele dia.




Sala ao centro, de óculos escuros e um sorriso no rosto


Foi um evento divertido e inusitado para o piloto brasileiro e os dois componentes da revista. Passaram por "perrengues", como por exemplo, a entrada no Ferry Boat que atravessa o canal da mancha, que precisou de auxílio, já que o McLaren é muito baixo. Foram diversas paradas para cafés e alimentação durante o percurso, fato que despertava a curiosidade dos incautos que não entendiam o que estava ocorrendo. Os três se divertiram com os momentos de pagamento dos tickets de pedágio - uma vez que o motorista-piloto senta-se no meio do carro - e também com as "traseiradas" nas curvas mais sinuosas do percurso.



Bom, mas o melhor é ouvir de Maurizio Sala - o grande protagonista desta viagem - como foi esta epopeia. Dentre os vários depoimentos que ele já deu sobre essa deliciosa passagem, destaco o feito para uma live com o piloto Djalma Fogaça no Instagram, no ano passado. Aspas para Sala: "teve uma passagem muito engraçada. Quando eu corri as 24 Horas de Le Mans para a Mclaren em 1995, eu fiz uma reportagem para uma revista, a Autocar, que era fazer uma viagem como nos primórdios das corridas da 24 Horas de Le Mans. As equipes inglesas vinham de carro até Le Mans para participar das 24 Horas. E voltavam. Então o que a gente fez: saímos da fábrica da McLaren em Woking, de McLaren F1 de rua, peguei a balsa, desci toda a Cote D` Azur e cheguei até Le Mans, com o carro de rua. Desci do carro de rua e sentei no carro de corrida. E disso foi feito uma matéria, eu parando nos pedágios, parando nos cafés para tomar café, e toda a viagem com esse carro. Foi uma viagem dos sonhos!"





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