Stock Car Brasil no Oval de Jacarepaguá – um complemento com a lembrança do Panda

Depois que subimos no blog a matéria sobre a prova extra-campeonato da Omega Stock Car no Oval de Jacarepaguá em 1996, nosso amigo e renomado jornalista Luiz Alberto Pandini inseriu um comentário na postagem que nos lembrou de forma valiosa que a Stock Car brasileira fez uma etapa oficial no oval do Rio de Janeiro, na temporada de 2000. Na verdade, foi uma tentativa de realização de prova: os treinos livres e classificatórios foram realizados no traçado oval, mas no domingo da corrida caiu um dilúvio na capital carioca, o que forçou os organizadores e direção de prova a alterar o percurso da corrida para o misto de Jacarepaguá.

Foi na temporada de 2000 que os carros da Stock Car Brasil sofreram a mudança definitiva de um carro de rua preparado para corridas para um modelo construído especificamente para a competição, com chassi tubular e carroceria moldada em fibra, com a silhueta do Chevrolet Vectra em produção naquela época. O motor ainda era o provado 6 cilindros em linha, utilizado pelo Omega na Stock até 1999.

A corrida no oval de Jacarepaguá valeria pela sexta e sétima etapas da temporada de 2000. Nos treinos classificatórios, a pole position foi conquistada por Xandy Negrão, com a melhor volta em 55s08 e média de 196,061 Km/h. Mas o domingo amanheceu com tempo feio e muita chuva no Rio de Janeiro. A decisão da direção de prova decidiu alterar a prova para o traçado misto, por questões de segurança. A água que caia era tanta que alguns carros tinham goteiras dentro do habitáculo. A visibilidade era precária, com muitos carros tendo seus vidros dianteiros muito embaçados.

Com transmissão pela Rede Globo, através do programa dominical "Esporte Espetacular", a primeira prova foi muito movimentada e recheada de ultrapassagens, rodadas e incidentes. Xandy Negrão não conseguiu manter a liderança após a largada, sendo atacado e superado por Paulo Gomes. Como fato curioso, Paulão voltava à Stock Car depois de ficar afastado em uma recuperação de fratura no braço. Depois de duas voltas de liderança, Paulão escapou na pista molhada e caiu para a última colocação. o piloto faria uma incrível prova de recuperação, fechando a corrida na quarta colocação e marcando a melhor volta da prova em 1min18s538 e 126,970 Km/h de média de velocidade.

O vencedor da sexta etapa foi Ingo Hoffmann, que havia largado na sétima colocação e abocanhou a liderança depois da parada nos boxes para reabastecimento O pole position Xandy Negrão teve problemas de pneus e terminou a prova na última colocação. O resultado final desta etapa foi o seguinte:

1º - #17 Ingo Hoffmann - 21 voltas em 29min03s566 - média de 120,106 Km/h de velocidade

2º - #11 Flávio "Nonô" Figueiredo

3º - #05 Adalberto Jardim

4º - #22 Paulo Gomes

5º - #01 Chico Serra

6º - #34 Flávio Trindade

7º - #04 Alceu Feldmann

8º - #27 Guto Negrão

9º - #26 Laércio Justino

10º - #0 Mário Covas Neto

Com a inversão total do grid para a corrida seguinte, Xandy Negrão no pelotão da frente. Agora, sem enfrentar problemas, Xandy levou seu Stock para a vitória. Ingo Hoffmann, que venceu na prova anterior e consequentemente largou em último, fez uma excelente prova, escalou o pelotão e terminou a corrida na segunda colocação. Sem sombra de dúvidas, foi o nome do fim de semana. Ingo falou, animado, para a equipe de reportagem do jornal O Estado de São Paulo: "estou muito feliz e este é um grande dia; minha equipe foi sensacional."

Ingo Hoffmann deu show no dilúvio carioca

A chuva intensa continuou e a segunda corrida do dia foi bem movimentada e acidentada. Destaque para a pancada que Chico Serra, sem visibilidade, deu em Mário Covas Neto. Flávio "Nonô" Figueiredo rodou e Paulão Gomes, destaque da primeira corrida, abandonou a prova por quebra de motor. Como prêmio de consolação, ficou com a melhor volta da prova, com a marca de 1min20s71 e média de 123,547 Km/h.

O resultado da etapa foi o seguinte:

1º - #09 Xandy Negrão - 15 voltas em 20min46s52 - média de 119,998 Km/h

2º - #17 Ingo Hoffmann

3º - #57 Rodnei Felicio

4º - #88 Beto Giorgi

5º - #71 Rodrigo Hanashiro

6º - #34 Flávio Trindade

7º - #05 Adalberto Jardim

8º - #06 Augusto Falletti

9º - #26 Laércio Justino

10º - #08 Carlos Alves

Quero agradecer ao Luiz Alberto Pandini, o "Panda", por lembrar dessas provas e sinalizar no blog e também ao meu irmão de Maceió, Ricardo Sarmento, pelo envio dos resultados das provas, direto do seu acervo.