segunda-feira, 26 de julho de 2021

O duro teste de resistência para o Ford Maverick em 1975


No ano de 1975 a Ford brasileira criou um desafio de resistência para colocar à prova um dos seus principais produtos fabricados no país: um teste de 20 mil quilômetros com um Maverick seis cilindros, na versão quatro portas. A programação previa rodar essa alta quilometragem em 14 dias, sem desligar o motor “seis em linha”, propulsor que era uma das heranças da compra da Willys anos antes, e que equipava originalmente o sedã Itamaraty.




O Maverick do teste de resistência



Mas o teste de resistência não contemplaria apenas avaliações do motor. Itens como embreagem, conjunto de freios, sistema de arrefecimento, caixa de câmbio, bomba de gasolina, alimentação/carburação e suspensões e seus componentes foram todos colocadas à prova e devidamente avaliados.


A programação consistia em testes realizados durante o dia em ruas de cidades e à noite nas estradas. As condições enfrentadas foram as mais variadas, desde um calor acima de 35 graus no início do teste em São Paulo, passando por fortes chuvas e temperaturas mais baixas no prosseguimento dos testes.




Edgard Mello Filho (sentado à esquerda) e José Carlos Pace, o "Moco", sentado ao volante, no Centro de Pesquisas da Ford em São Bernardo do Campo



O trajeto definido para este grande teste começava em São Paulo, no Centro de Pesquisas da Ford, na cidade de São Bernardo do Campo, em uma sexta-feira de solenidades de abertura e já começou com uma rodagem de 3.200 quilômetros cumpridos em 48 horas. Depois, o Maverick seguia para Campinas, Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto, Orlândia, Santos, Guarujá e Bertioga. Depois, saindo de São Paulo, os pilotos de teste seguiam com o Maverick para o Rio de Janeiro, onde rodaria na cidade e em estradas cariocas. O teste seria finalizado em São Paulo, onde o carro cumpriria os 20 mil quilômetros rodados previstos. Ao todo, o carro rodaria em estradas como a Rodovia Anchieta, Imigrantes, Castelo Branco, Anhanguera, Pedro Taques, Regis Bittencourt e Via Dutra.


Os pilotos destacados para realizarem os testes e avaliações seriam os titulares da equipe Mercantil Finasa-Ford que disputava os Campeonatos Brasileiros de Turismo – Divisão 1 e 3 da temporada de 1975: Paulo Gomes (campeão da Divisão 1), Edgard Mello Filho (campeão da Divisão 3) e José Carlos Pace, o “Moco”, que também era piloto de Fórmula 1 na equipe Brabham. A eles, se juntavam nos testes os jornalistas Sérgio Aparecido (Jornal A Tribuna, de Santos) e Oswaldo Luis Palermo (Jornal da Tarde e Estado de SP). Cada piloto realizava uma jornada de 6 horas ao volante e só parava para realizar os reabastecimentos. Após o final – bem sucedido – deste programa especial de testes, a Ford utilizou os resultados não só como base de informações importantes para o departamento de engenharia mas também para as peças publicitárias com vistas a promover ainda mais o seu principal produto aqui no Brasil.




A peça publicitária que a Ford divulgou na grande imprensa




O Ford Maverick Super seis cilindros em 1975


A boa novidade para o Maverick seis cilindros para o ano de 1975 era a alavanca do câmbio de quatro velocidades posicionada “no chão”, solução que era adotada nos modelos equipados com motorização V8. O motor seis cilindros em linha de 3.000 cm³ de deslocamento rendia 112 HP´s de potência. O modelo ainda vinha equipado com freios a disco nas rodas dianteiras e o tradicional tambor nas traseiras. Nos testes de desempenho realizados pela revista Quatro Rodas, na edição de janeiro de 1975, o modelo alcançou a velocidade máxima de 146 Km/h e um 0 a 100 Km/h cumpridos em 21,6 segundos. Ganhou notas graduadas com “ótimo” nos itens conforto e acabamento e um “ruim” para o consumo – a média com gasolina comum ficou em 6,7 Km/litro, com máximas de 6,8 Km/litro na estrada. O motor seis cilindros – muitas vezes criticado pelos “puristas” – ganhou graduação “bom”, apesar da sua concepção mais antiga e recebeu uma crítica de “falta de mais potência”.











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