sábado, 16 de novembro de 2013
Meus nacionais preferidos: Fiat Tempra Turbo
"É tempo de Tempra". Esse era o jargão da propaganda do mais novo lançamento da Fiat Automóveis brasileira, em 1992. O modelo luxuoso chegava para concorrer diretamente no mercado nacional contra modelos como Chevrolet Omega, também recém lançado pela General Motors Brasil, Volkswagen Santana e Ford Versailles (este último, fruto da joint-venture da Ford com a Volkswagen, a Autolatina, ou seja, um Santana modificado).
O governo Collor havia liberado as importações de modelos estrangeiros um ano antes, o que fez movimentar o mercado de autos no país. As fábricas aqui instaladas precisavam buscar novidades para fazer frente à nova concorrência.
E a Fiat brasileira foi buscar na Itália seu trunfo. O Tempra era o modelo que a filial brasileira precisava. Aliava esportividade com o luxo e conforto de um sedã médio, em um nicho de mercado que crescia por aqui nessa época. Como curiosidade, é também nessa época que começa a "cair por terra" o mito de que carro de quatro portas era inseguro, ruim. O gosto do brasileiro começava a mudar.
O Tempra caiu "de cara" nas graças do brasileiro. Inicialmente disponível nas versões Ouro (mais requintada) e a básica, em duas e quatro portas, o modelo disponibilizava a motorização 2.0 de 4 cilindros e duplo comando de válvulas no cabeçote. Pelos testes da revista Quatro Rodas em 1992, o alcançou os 100 Km/h em 12s87 e a velocidade máxima foi de 167 Km/h. No quesito equipamentos, o modelo entregava ao consumidor trio elétrico, rodas de liga leve, acabamento luxuoso e coluna de direção ajustável.
Mas em 1994 chegaria ao mercado o modelo que é o mote desta postagem, a versão esportiva Tempra Turbo. A principal atração do carro, logo no seu lançamento, era o título de carro mais veloz do país. O modelo, graças à nova motorização turboalimentada de 165 cavalos, ultrapassava os 212 Km/h.
Na versão cupê duas portas, o Tempra Turbo aliava esportividade com uma boa gama de equipamentos a bordo. Check Control e computador de bordo de última geração na época eram os principais atrativos do modelo, que também podia vir equipado com ar-condicionado com controle eletrônico de climatização, CD-Player com capacidade para até seis discos, além de freios ABS e couro nos bancos.
O desempenho do modelo de fato era o destaque. O turbocompressor de fábrica era novidade por estas bandas. Com 0,75 bar de pressão, o motor utilizava uma turbina Garret. O fôlego era demonstrado na aceleração de 0 a 100 Km/h. Pelos testes da Quatro Rodas de maio de 1994, o modelo chegava aos 100 Km/h em 8s2.
Como a palavra de ordem do novo modelo era esportividade, a Fiat oferecia ao comprador do exclusivo modelo um curso de pilotagem de um dia no autódromo de Interlagos, para que o feliz proprietário aprendesse a utilizar de forma plena toda a potencialidade do carro. A condução do curso era por conta de Fabio Grecco, filho do lendário chefe de equipe Luiz Antonio Grecco.
O Tempra, em sua versão normal, foi produzido até meados de 1998, sendo substituído pelo modelo que também tomou seu lugar na Europa, o Marea, que também continuaria a linhagem de esportividade utilizando o turbocompressor de fábrica, porém, utilizando um motor de 5 cilindros e com mais de 180 cavalos de potência.
O Tempra Turbo, juntamente com o primo menor Uno Turbo, lançado quase que simultaneamente, foram os responsáveis por abrir as portas no mercado nacional a modelos originais de fábrica com motorização equipada com sobrealimentação. O que chancelava a possibilidade de ter um carro turbo aliando esportividade e confiabilidade.
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