O ano de 2011 ficará marcado no mundo do automobilismo como
um ano em que três excepcionais pilotos nos deixaram. Gustavo Sonderman, na
Copa Montana, Dan Wheldon na Fórmula Indy e Marco Simoncelli na MotoGP.
Em comum entre estes três homens estão predicados especiais,
como carisma, humildade e talento para aquilo que faziam. Qualquer perda no
automobilismo é sempre sentida. Mas a perda destes três pilotos em especial foi
muito dolorida e ainda não foi superada totalmente no mundo do esporte a motor.
No caso de Sonderman, o que me resta é muita revolta. Os
dirigentes nada fizeram de efetivo para melhorar a segurança da categoria, o
que é no mínimo uma vergonha para o automobilismo nacional. É bom lembrar que,
em 2007, Rafael Sperafico perdeu a vida no mesmo local e com o mesmo carro. Ou
seja, de lá para cá, a categoria continuou a utilizar o mesmo chassi, sem
evoluções no quesito segurança. A medida paliativa foi utilizar a chicane na
subida do café, com o intuito de matar a velocidade no local. Mas essa chicane
mostrou-se ineficaz e até perigosa em algumas situações, como por exemplo em um
acidente na Copa Linea com o piloto José Vite, que bateu de frente com o muro
da arquibancada.
Enfim, nada disso trará o Gustavo Sonderman, piloto
excepcional e de um caráter exemplar, de volta. Tivemos o privilégio de
assistir os treinos do sábado anterior ao acidente e ver o Gustavo fazendo o
que melhor sabia fazer: acelerar fundo, ir ao limite com sua pilotagem técnica
em Interlagos.
Marco Simoncelli era quase que unanimidade entre os
aficcionados pelo motociclismo. Sua figura de sorriso fácil e seus cabelos que
lhe deram a alcunha de “urso do cabelo duro” conquistavam a simpatia de
qualquer mortal. Em cima da magrela, não fazia feio: era rapidíssimo e
agressivo, o que lhe rendeu algumas desavenças dentro da pista. Jovem, ainda
tinha muita carreira pela frente e, com certeza, num futuro muito próximo,
ainda faria dupla com seu compatriota, Valentino Rossi, na italiana Ducatti. Mas
não foi assim que o destino quis. Seu acidente pode ser classificado como uma
fatalidade. Ironia do destino, seu amigo Rossi envolveu-se nele, porém sem
culpa para o italiano.
Estamos em Indianápolis, maio de 2011. Dan Wheldon, que não
vinha fazendo a temporada completa da Fórmula Indy, vence na última volta, de
forma espetacular, após uma batida no muro do líder, J. R. Hildebrand, as 500
Milhas de Indianápolis. Foi a sua segunda vitória em Indy na carreira do piloto
inglês, que por todo o ano trabalhou no desenvolvimento do chassi Dallara para
2012. A última prova do ano da Indy, em Las Vegas, era para ser de muita festa
e alegria pelo encerramento do ano e também pela premiação especial. Existia a
possibilidade da participação de pilotos convidados, porém somente Wheldon
candidatou-se a participar. Na volta 12, a fatalidade: metade do grid
envolve-se em uma batida múltipla. Vários carros decolam, entre eles o do
australiano Will Power e o de Wheldon, que infelizmente voou de encontro às
telas do alambrado, de cabeça para baixo. O carro perdeu toda a parte do
santoantônio, que protege a cabeça do piloto. Foi um choque fatal.
Um feliz 2012 a todos e um ano novo cheio de realizações!
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