As vagas disponíveis na Fórmula 1 para 2012 são escassas. Há uma vaga a definir na Williams, na Hispania e na Marussia. O resto já está garantido. Quem possuir grana garante o assento, porém, há muitos candidatos, com ou sem grana, para apenas 3 vagas.
Um destes candidatos é o brasileiro Rubens Barrichello. Com
19 anos de carreira, Rubens ainda deseja continuar a disputar a categoria
máxima do automobilismo por pelo menos mais uma temporada. Porém, como já
falamos, a concorrência é forte e numerosa e suas chances a cada dia tornam-se
mais remotas.
Acompanhei a carreira de Barrichello bem de perto, desde sua
estréia em 1993, pela equipe Jordan. Lembro que ele destacou-se neste ano no GP
da Europa, que foi disputado no circuito inglês de Donington Park. Com chuva,
Barrichello mostrou habilidade e chegou a estar em terceiro lugar, mesmo com um
carro mediano como o Jordan-Hart, antes
de abandonar por uma falha mecânica. Essa corrida foi vencida por Ayrton Senna,
que fez uma das largadas mais espetaculares, saindo de 5º para o 1º lugar na
primeira volta, debaixo de chuva.
Em 1994, a Jordan evoluiu e Rubens chegou a conquistar um
pódio (em Ainda, Japão, GP do Pacífico) e uma pole-position (GP da Bélgica, em
Spa-Francorchamps). O brasileiro ficou na 6ª posição do campeonato, com 19 pontos. Em 1995 e
1996, um declínio no desempenho de Rubens. Neste período, apenas um pódio
conquistado e algumas boas atuações com o Jordan-Peugeot.
Em 1997, Barrichello muda de equipe. Vai para a estreante Stewart, do tricampeão escocês Jackie Stewart, apoiada oficialmente pela Ford, fornecedora do propulsor. Em Mônaco, novamente embaixo de chuva, Barrichello conquista fantástico 2º lugar, atrás apenas de Michael Schumacher, de Ferrari. O ano de 1998 não foi generoso com Barrichello e a equipe Stewart. Com um carro pouco competitivo, Rubens apenas marca pontos e fica na esperança de que o time escocês projete um carro melhor para 1999.
E as esperanças de Barrichello foram concretizadas. A
Stewart faz um carro competitivo, que permitem ao brasileiro e ao seu
companheiro, o inglês Johnny Herbert, disputar poles, pódios e até vitórias
(Herbert venceu em Nurbürgring, em uma confusa corrida). Barrichello termina o ano com um saldo mais do que positivo: 3 pódios (3º lugar em Ímola, Magny-Cours e Nurburgring), além de uma pole-position em Magny-Cours.
Rubens Barrichello renasce na carreira e fecha contrato com
a Ferrari para ser companheiro de Michael Schumacher, a partir de 2000. Logo em
seu primeiro ano, Rubens vence seu primeiro GP, na Alemanha, circuito de
Hockenheim. Foi uma bela demonstração de pilotagem do brasileiro, que partiu da
18ª posição e recuperou-se, correndo nas últimas voltas de pista molhada com
pneus slicks, de pista seca. Foi uma vitória com “V” maiúsculo, muito
comemorada pela equipe e pelo piloto. Barrichello correu pela Ferrari de 2000 a 2005. Conquistou dois vice-campeonatos e nove vitórias, porém as atenções da equipe estavam voltadas para o alemão Michael Schumacher, que neste período, conquistou 5 títulos.
De 2006 a 2008 Barrichello corre pela Honda, porém a equipe não consegue construir carros competitivos e o brasileiro amarga péssimos resultados. Quando parecia que sua carreira estava prestes a acabar, Barrichello corre pela equipe Brawn GP, em 2009, vence duas corridas e chega a disputar o título com seu companheiro de equipe, o inglês Jenson Button. Depois, Barrichello muda-se para a Williams, que não tem mais o desempenho de outrora, e amarga as posições intermediárias das corridas em 2010 e 2011.
Caso não consiga vaga para o ano que vem na Fórmula 1,
gostaria muito de ver Rubens Barrichello pilotando, por exemplo, no Mundial de
Endurance. Barrichello tem experiência, é muito talentoso e veloz e, com
certeza, teria uma rápida adaptação com os protótipos. Acredito que qualquer
das equipes oficiais de Endurance, como a Peugeot e a Audi, gostaria de ter na
sua relação de pilotos o brasileiro. Rubens traria consigo muito know-how
técnico (não podemos esquecer que Rubens acompanhou 19 anos de evolução técnica
e tecnológica da principal categoria de automobilismo do mundo), para aprimorar
e desenvolver o equipamento ao seu limite, além da sua “mão-de-obra” mais do
que especializada, uma pilotagem ao mesmo tempo técnica e agressiva.
Neste contexto, ainda haveria um outro desafio a Rubens Barrichello. Ser o primeiro brasileiro a vencer uma das mais importantes provas da história do automobilismo, ao lado das 500 milhas de Indianápolis e do GP de Mônaco: as 24 Horas de Le Mans. Vencer por si só a legendária prova de longa duração já seria um grande feito. Ser o primeiro brasileiro a fazê-lo, seria de fato entrar definitivamente para a história. Então, vai aqui o meu apelo: Vai para Le Mans, Rubens!
Concordo com você Rodrigo, Le Mans surge como um objetivo louvável para o Rubinho, tanto pela tradição e grandiosidade da prova, quanto pela inédita vitória verde-amarela na competição.
ResponderExcluirSem dúvidas, seria uma ótima forma de encerrar a carreira, ou, como Emerson Fittipaldi fez em 1985 ao estrear na Indy, começar uma nova carreira!
òtimo blog, parabéns!