sábado, 29 de julho de 2017
Marcas alemãs anunciam mudanças que agitam o motorsports mundial
Na última segunda-feira, o departamento desportivo da Mercedes Benz anunciou que deixará de disputar, ao final de 2018, o DTM, Campeonato Alemão de Turismo, um dos maiores certames de carros de turismo do mundo. A marca da estrela de três pontas, ao lado da Audi, disputa o DTM de forma ininterrupta, desde o primeiro ano da segunda fase do campeonato, que iniciou-se no ano de 2000.
A debandada da Mercedes Benz tem uma única explicação: a migração das forças e recursos para a disputa da Fórmula E. O primeiro impacto no meio do motorsports mundial são os boatos de enfraquecimento do DTM, uma vez que restariam na disputa apenas Audi e BMW e não há indícios de entrada de novas fábricas no certame.
Nesta quinta-feira, mais uma notícia que trouxe surpresa no mundo do automobilismo: a Porsche abandona o seu programa no WEC (World Endurance Championship), onde disputa a principal categoria dos protótipos, a LMP1, ao lado da Toyota, para também empregar esforços na Fórmula E. Neste caso, a ameaça ao fim da LMP1 no WEC é mais forte, com apenas uma fábrica atuando de forma oficial a partir de 2018. É bom lembrar que a Audi já havia deixado também o campeonato ao final de 2016, depois de uma longeva participação de mais de 16 anos.
Estas notícias deixam claro que as principais fábricas de automóveis do mundo estão preocupadas em desenvolver novas tecnologias voltadas para a sustentabilidade, visando minimizar os impactos ao meio ambiente adotando, por exemplo, a utilização de energias renováveis e limpas, como a eletricidade.
A propulsão elétrica é um dos caminhos (e já pode se dizer que este é um caminho sem volta) e o único certame top do automobilismo mundial com carros elétricos em disputa é a Fórmula E. A presença hoje de fabricantes de tradição como Audi, Renault, Citroen e Jaguar só reforça este fato.
Então, quais seriam as saídas para não perdemos excelentes campeonatos como o DTM, por exemplo? No caso do campeonato alemão de turismo, algumas das possíveis alternativas seriam o barateamento de custos para atrair novas fábricas ou até mesmo a fusão com o ótimo WTCC (Campeonato Mundial de Carros de Turismo), que hoje demanda menores cifras de orçamento para disputa e que nos últimos anos vem se enfraquecendo, por falta de envolvimento de times oficiais.
Outra saída seria a junção com o Super GT japonês, criando um campeonato de abrangência e status internacional. Aqui a viabilidade técnica é mais próxima, uma vez que tanto o DTM quando o Super GT partilham a mesma plataforma mecânica.
Já para o WEC a inspiração para o futuro pode estar do outro lado do Oceano, mais precisamente na América do Norte. Utilizar a fórmula do IMSA, que permite a utilização de modelos padronizados, com mudanças apenas de cunho estético de um fabricante para outro, podem "salvar" a categoria da debandada dos times oficiais de fábrica na disputa dos protótipos.
Na minha visão, o futuro do WEC está nas categorias GT´s, onde há forte envolvimento das fábricas, há interesse comercial (mercado consumidor), disputa por poderio tecnológico e os custos são bem mais comedidos em comparação com os protótipos.
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