quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Copa Onix Jeans de Fórmula Uno – Temporada de 1993



Depois de uma ótima temporada de estreia em 1992, as expectativas para o ano de 1993 na Fórmula Uno eram as melhores possíveis. A categoria se tornou a grande sensação do automobilismo nacional e cada vez mais pilotos, equipes e patrocinadores queriam fazer parte do evento.


A Greco Competições – agora chefiada por Fabio Greco – continuava à frente da preparação dos equipamentos e promoveu algumas melhorias técnicas nos Unos para a nova temporada. O antigo carburador agora era substituído pela injeção eletrônica. O carro de rua base para o modelo de competição - o Uno 1.6R - agora era equipado com injeção eletrônica multiponto no já provado motor Sevel. Houve mudança também na calibragem dos amortecedores, que deixava os carros 3 centímetros mais baixos, o que melhoraria a estabilidade. Os pneus continuavam a ser os radiais mas agora seriam fornecidos pela Goodyear. O sorteio dos motores, equalizados previamente pelo time de Fábio Greco, continuava a ser realizado entre os competidores para garantir o balanço de performance. Apesar do sorteio, o regulamento desportivo permitia a cada piloto, caso desejasse, efetuar a troca de dois motores por etapa. No caso da terceira troca, o piloto era obrigado a largar no final do grid.








Fábio Sotto Mayor e Aroldo Bauermann liderando o pelotão em uma das etapas do ano




Sobre o esquema de preparação e equalização de motores, a equipe de reportagem da revista Quatro Rodas ouviu o time da Greco Competições sobre os detalhes do trabalho. Fábio Greco, o líder da equipe, confessou que "é impossível preparar modelos 100% idênticos". A Greco Competições estimava que a diferença de potência entre um motor e outro poderia chegar a dois cavalos.


O experiente preparador João Mariano, o responsável técnico pela preparação e equalização dos motores, contou um pouco do processo: "uma eventual diferença de potência é resultado do vazamento do cilindro, anel, pistão ou da ovalização de peças que não se acomodam bem no conjunto, aumentando o atrito do motor e, consequentemente, reduzindo sua potência. Isso influencia no rendimento do carro."


O fluxo de trabalho na preparação dos motores consistia em rebaixar o cabeçote, aumentando a taxa de compressão, instalação do comando de válvulas com 276 graus de abertura, aumentando o nível de torque. A injeção eletrônica instalada - novidade para a temporada de 1993 - era da marca Weber, do modelo "single-point" (monoponto). O processo de revisão dos motores era realizada após toda etapa e consistia em desmontar o propulsor, retirar e retificar as válvulas e trocar juntas de cabeçote, retentores e tampa de válvulas. Após a remontagem dos motores, o processo de amaciamento era realizado em dinamômetro. Ao todo, a Greco Competições trabalhava com um total de 150 propulsores.





João Mariano, o responsável da Greco Competições pela preparação dos motores




A Fórmula Uno continuaria com o esquema de separação por categorias. Na Graduados A, a premiação seria um carro zero quilômetro da Fiat para o campeão. Já o vencedor da Graduados B ganharia uma temporada paga na Fórmula 3 Italiana (caso o campeão tivesse até 25 anos de idade) ou um carro zero quilômetro, caso fosse mais velho. A temporada teria um total de dez etapas e os principais pilotos do automobilismo nacional continuavam a fazer parte dos grids. O televisionamento de todas as corridas ficaria à cargo da Rede Bandeirantes de televisão, como parte integrante do programa dominical "Show do Esporte".



1ª Etapa – Cascavel (PR) – 11 de abril de 1993


O circo da Fórmula Uno rumou para o oeste do estado do Paraná para a primeira etapa do ano. E tivemos a primeira polêmica da temporada. Com o pretexto de evitar acidentes, a CBA determinou a limitação do grid a 36 carros. Naquele momento, a competição tinha a inscrição de 45 carros. A decisão da Confederação Brasileira de Automobilismo gerou descontentamento entre os pilotos. Atila Sipos falou sobre o tema à revista Quatro Rodas: “a CBA quer esvaziar a Fórmula Uno para beneficiar o Campeonato Brasileiro de Marcas”. O presidente da entidade, Reginaldo Bufaiçal, rebatia as críticas e se defendia também em entrevista à Quatro Rodas: “em Cascavel deveria ter 27 carros, mas permiti que 36 largassem”. Bufaiçal embasava a decisão no Código do Automobilismo Brasileiro, que neste quesito, para definir a quantidade segura de participantes, leva em consideração a largura da pista, velocidade dos carros e distância percorrida.


A CBA também estimava ali os limites de carros no grid para as próximas etapas: Interlagos, Jacarepaguá, Goiânia e Brasília: 40 carros; Guaporé: 38 carros; Londrina: 36 carros; e Tarumã: 32 carros


Alheios a tudo isso, os pilotos deram show na pista. Xandy Negrão largou na pole position e teve uma boa batalha pela vitória com Toninho da Matta e Walter Travaglini. Xandy chegou a perder a liderança na largada, mas depois se recuperou e faturou a etapa. O vencedor falou à reportagem da revista Quatro Rodas: "meu Uno patinou na largada e fui ultrapassado pelo Travaglini. Mas na primeira curva, ele deixou o carro escapar e recuperei a liderança. Na Fórmula Uno é assim: ou passamos na marra ou esperamos o erro do adversário". Na categoria Graduados B, o primeiro vencedor do ano foi Carlos Apezzatto.




Xandy fatura a primeira etapa na Graduados A





Carlos Apezzatto foi o melhor na Graduados B




Resultado final da etapa:


Categoria Graduados A


1º - Xandy Negrão – 20 pontos
2º - Toninho da Matta – 15 pontos
3º - Walter Travaglini – 12 pontos
4º - Ingo Hoffmann – 10 pontos
5º - Guto Negrão – 8 pontos
6º - Leonel Friedrich – 6 pontos
7º – Paulo Gomes – 4 pontos
8º - Fábio Sotto Mayor – 3 pontos
9º - Rogerio dos Santos – 2 pontos
10º - Antônio Jorge Neto - 1 ponto


Categoria: Graduados B


1º - Carlos Apezzatto – 20 pontos
2º - Gilberto Gaspar - 15 pontos
3º - Nelson Silva Junior - 12 pontos
4º - Gabriel da Cas - 10 pontos
5º - Eduardo Garroux - 8 pontos
6º - Tino Vianna - 6 pontos
7º - Cláudio Gontijo - 4 pontos
8º - José Massa Neto - 3 pontos
9º - Fernando Guzzi - 2 pontos
10º - Ênio Paranhos - 1 ponto



2ª Etapa – Goiânia (GO) – 02 de maio de 1993


A segunda etapa do campeonato mostrou o poder e sucesso da Fórmula Uno no meio automobilístico nacional. Nada menos do que sessenta carros se inscreveram para a corrida em Goiânia. Na classificação, os 28 pilotos mais rápidos asseguraram vaga no grid. No domingo, através de uma repescagem, mais 12 pilotos se classificaram para compor o grid máximo regulamentar, de 40 carros.


Na corrida, o local Laércio Justino assumiu a ponta da classificação geral da etapa logo no início da corrida e imprimiu sólido domínio. Chegou a ser assediado no final da prova pelas feras Paulão Gomes e Fabinho Sotto Mayor, mas teve frieza para manter a liderança e vencer na classificação geral e na categoria Graduados A. Na categoria Graduados B a vitória ficou com Ênio Paranhos, que finalizou em uma ótima quarta colocação na classificação geral.





Laércio Justino venceu em casa



A título de curiosidade, trago aqui um conteúdo interessante da reportagem da revista Quatro Rodas sobre a opinião de alguns pilotos sobre a categoria. Com a palavra:


Ingo Hoffmann: "tenho lucros satisfatórios na Fórmula Uno. Como esporte, porém, ela não me diz nada, pois a competição é nivelada por baixo. São muitos pilotos andando sempre embolados. Quem é bom nem sempre aparece."


Paulo Gomes: "esses pegas fazem subir a adrenalina. Por outro lado, como estou acostumado com a Stock Car, os carrinhos não empolgam, porque são muito lentos."


Xandy Negrão: "como não dependo disso, tenho o maior prazer em dar dicas aos pilotos jovens. Basta me procurar nos boxes. Nas tomadas de tempo, eu noto que eles tentam me seguir, a fim de aprender o traçado. Só que, durante as corridas, eu não ensino ninguém."


Fábio Figueiredo: "aqui estão os melhores pilotos do Brasil. Vou aprender com eles."





Da esquerda para a direita: Xandy Negrão, Ingo Hoffmann e Fábio Figueiredo




Com o crescente aumento de pilotos inscritos, o organizador da categoria, Fábio Greco, naquele momento pensava em separar as categorias Graduados A e B em duas baterias distintas, para poder abrigar o máximo de competidores possível. Esse fenômeno de interessados se dava, principalmente, aos custos mais módicos em comparação com outras categorias e também à possibilidade de abrigar novatos em busca de "horas de vôo" para avançar na carreira. Na etapa seguinte, em Interlagos, o desejo de Greco foi efetivado e foram criadas corridas separadas para as duas categorias.


Resultado final da etapa:


Categoria Graduados A


1º - Laércio Justino - 20 pontos
2º - Fábio Sotto Mayor - 15 pontos
3º - Paulo Gomes - 12 pontos
4º - Ingo Hoffmann - 10 pontos
5º - Adalberto Jardim - 8 pontos
6º - Luiz Calil - 6 pontos
7º - Manoel Rezende - 4 pontos
8º - Walter Travaglini - 3 pontos
9º - Aroldo Bauremann - 2 pontos
10º - Artur Bragantini - 1 ponto


Categoria Graduados B


1º - Ênio Paranhos - 20 pontos
2º - Nelson Silva Junior - 15 pontos
3º - Alexandre Connil - 12 pontos
4º - Cesare Figueiredo - 10 pontos
5º - Luciano Zangirolami - 8 pontos
6º - Eduardo Garroux - 6 pontos
7º - Carlos Apezzatto - 4 pontos
8º - Cláudio Gontijo - 3 pontos
9º - Rogério Motta - 2 pontos
10º - Tino Vianna - 1 ponto



3ª Etapa – Interlagos (SP) – 23 de maio de 1993


A grande novidade da etapa em São Paulo era a realização de uma bateria para cada categoria. A decisão permitiria abrigar a maioria dos inscritos e também era encarada como uma medida de segurança, para evitar os altos índices de incidentes e acidentes que vinham ocorrendo até então. O cronograma previa a categoria Graduados B como preliminar da principal, a Graduados A. "Foi a melhor solução. Agora, todos os pilotos correm e os grids continuam cheios, com trinta carros em cada categoria", relatou Fábio Greco ao anuário Automotor.









O goiano Laércio Justino, empolgado pela vitória em casa, repetiu o feito em Interlagos. Dessa vez a briga direta foi com Xandy Negrão, mas o vencedor abriu uma vantagem de mais de três segundos para conquistar o caneco. Restou a Xandy Negrão, com a segunda posição, a liderança na tabela de pilotos na Graduados A, com 35 pontos.


Na categoria Graduados B, Rogério Motta foi dominante: largou na pole position e liderou de ponta a ponta para faturar a sua primeira vitória no ano.


Resultados finais da etapa:


Categoria Graduados A


1º - Laércio Justino - 20 pontos
2º - Xandy Negrão -15 pontos
3º - Fábio Sotto Mayor - 12 pontos
4º - Paulo Gomes - 10 pontos
5º - Leonel Friedrich - 8 pontos
6º - Ananias Justino - 6 pontos
7º - Artur Bragantini - 4 pontos
8º - Adalberto Jardim - 3 pontos
9º - Atila Sipos - 2 pontos
10º - José Mário Castilho - 1 ponto


Categoria Graduados B


1º - Rogério Motta - 20 pontos
2º - Cláudio Gontijo - 15 pontos
3º - Fábio Figueiredo - 12 pontos
4º - Gilberto Gaspar - 10 pontos
5º - Carlos Apezzatto - 8 pontos
6º - Alexandre Connil - 6 pontos
7º - Francisco Bianco - 4 pontos
8º - Cesare Marrucci - 3 pontos
9º - Cesare Figueiredo - 2 pontos
10º - Gabriel da Cas - 1 ponto



4ª Etapa – Tarumã (RS) – 13 de junho de 1993


A quarta etapa da Fórmula Uno seria disputada no ótimo circuito de Tarumã, sinônimo sempre de boas corridas. Na Graduados A, Ingo Hoffmann faturou a sua primeira vitória na temporada, seguido de Antônio Jorge Neto e Xandy Negrão, que manteve a liderança do campeonato, agora com 47 pontos.


A corrida foi marcada logo na primeira volta por uma capotada tripla de Aroldo Bauermann, que felizmente não se machucou. O gaúcho acusou Chico Serra de ter dado um "totó". Na Graduados B, Ênio Paranhos venceu a etapa, seguido de Carlos Apezzatto, que agora era o líder do campeonato com 47 pontos.





Ingo Hoffmann faturou a sua primeira vitória no ano




Resultados finais da etapa:


Categoria Graduados A


1º - Ingo Hoffmann - 20 pontos
2º - Antônio Jorge Neto - 15 pontos
3º - Xandy Negrão - 12 pontos
4º - Paulo Gomes - 10 pontos
5º - Toninho da Matta - 8 pontos
6º - Chico Serra - 6 pontos
7º - Atila Sipos - 4 pontos
8º - Ananias Justino - 3 pontos
9º - Eduardo Cunha - 2 pontos
10º - José Mario Castilho - 1 ponto


Categoria Graduados B


1º - Ênio Paranhos - 20 pontos
2º - Carlos Apezzatto - 15 pontos
3º - Gabriel da Cas - 12 pontos
4º - Márcio Lott - 10 pontos
5º - Fábio Figueiredo - 8 pontos
6º - Luciano Zangirolami - 6 pontos
7º - Ricardo Fiaminghi - 4 pontos
8º - José Massa Neto - 3 pontos
9º - Francisco Biano - 2 pontos
10º - Guilherme Caspar - 1 ponto



5ª Etapa – Londrina (PR) – 04 de julho de 1993


A quinta etapa da Fórmula Uno seria realizada na aprazível cidade de Londrina, no interior do Paraná. Ingo Hoffmann, apesar de reclamar de uma possível irregularidade no motor de Xandy Negrão - alegando que o propulsor do adversário tinha mais potência - o "alemão" conquistou a segunda vitória consecutiva na temporada. Com os resultados, ficou a apenas dois pontos de Xandy na tabela - 62 a 60 -, o que mostrava o bom nível de equilíbrio da categoria.




Ingo faturou a segunda vitória consecutiva na Graduados A



Na Categoria Graduados B, a vitória ficou com Cesare Marrucci, a primeira do piloto na temporada. No campeonato, assim como na categoria A, a briga estava acirrada: 56 pontos para Ênio Paranhos, o líder, contra 53 pontos de Carlos Apezzatto.


Resultados finais em Londrina:


Categoria Graduados A


1º - Ingo Hoffmann - 20 pontos
2º - Xandy Negrão - 15 pontos
3º - Paulo Gomes - 12 pontos
4º - Fábio Sotto Mayor - 10 pontos
5º - Rogério dos Santos - 8 pontos
6º - Atila Sipos - 6 pontos
7º - Chico Serra - 4 pontos
8º - Antônio Jorge Neto - 3 pontos
9º - Toninho da Matta - 2 pontos
10º - Rodolfo Pousa - 1 ponto


Categoria Graduados B


1º - Cesare Marrucci - 20 pontos
2º - Ênio Paranhos - 15 pontos
3º - Cláudio Gontijo - 12 pontos
4º - Albery Spinola - 10 pontos
5º - Tino Vianna - 8 pontos
6º - Carlos Apezzatto - 6 pontos
7º - Nelson Silva Junior - 4 pontos
8º - Ricardo Fiaminghi - 3 pontos
9º - Roberto "Beto" Giorgi - 2 pontos
10º - Gabriel da Cas - 1 ponto



6ª Etapa – Jacarepaguá (RJ) – 08 de agosto de 1993


No Rio de Janeiro, a pole position na categoria Graduados A ficou com o líder do campeonato, Xandy Negrão. Mas o piloto não resistiu ao assédio de Rogério dos Santos, que havia largado na segunda colocação e logo tomou a ponta da prova, não mais saindo de lá até a bandeirada final. Rogério explicou à Quatro Rodas o segredo da sua boa performance que o levou à sua primeira vitória na temporada: "como o asfalto de Jacarepaguá é abrasivo demais, ajustei meu Uno com as regulagens de quando corrida de Passat no campeonato regional no Rio. E deu certo."


Já Xandy Negrão não foi bem: terminou a prova na sexta colocação e viu sua liderança no campeonato de pilotos ser tomada por Ingo Hoffmann, pela diferença de dois pontos - 70 a 68. Destaque para os bons resultados de Toninho da Matta - bem habituado com o traçado de Jacarepaguá, por disputar nos últimos anos o Torneio Rio-Minas - que recebeu a bandeirada em segundo e Chico Serra, que fechou o pódio na terceira colocação.


Na Categoria Graduados B, o gaúcho Gabriel da Cas obteu sua primeira vitória no ano. A briga do campeonato também estava acirrada entre o líder Carlos Apezzatto e Ênio Paranhos - 68 pontos a 64.




Gabriel da Cas venceu na Graduados B




Resultados finais no Rio de Janeiro:


Categoria Graduados A


1º - Rogério dos Santos - 20 pontos
2º - Toninho da Matta - 15 pontos
3º - Chico Serra - 12 pontos
4º - Ingo Hoffmann - 10 pontos
5º - Antônio Jorge Neto - 8 pontos
6º - Xandy Negrão - 6 pontos
7º - Eduardo Cunha - 4 pontos
8º - Atila Sipos - 3 pontos
9º - José Mario Castilho - 2 pontos
10º - Laércio Justino - 1 ponto


Categoria Graduados B


1º - Gabriel da Cas - 20 pontos
2º - Carlos Apezzatto - 15 pontos
3º - Roberto "Beto" Giorgi - 12 pontos
4º - Francisco Bianco - 10 pontos
5º - Ênio Paranhos - 8 pontos
6º - Tino Vianna - 6 pontos
7º - Cláudio Campelo - 4 pontos
8º - Cláudio Gontijo - 3 pontos
9º - Cesare Marrucci - 2 pontos
10º - José Massa Neto - 1 ponto



7ª Etapa – Guaporé (RS) – 19 de setembro de 1993


O aficcionado público gaúcho compareceu em bom número para acompanhar as disputas da sétima etapa da Fórmula Uno. Em Guaporé, o grid da Graduados A contaria com 21 carros e a Graduados B com 26. A briga pela vitória na corrida da categoria principal envolveu quatro Unos, dos pilotos Leonel Friedrich, Chico Serra, Ingo Hoffmann e Atila Sipos, que faturou a etapa. Ingo terminou em segundo e abriu vantagem para Xandy Negrão (85 a 72), que terminou a corrida em uma modesta sétima posição.




Atila Sipos foi o melhor na Graduados A em Guaporé



Na categoria Graduados B o gaúcho Gabriel da Cas venceu a segunda etapa consecutiva. O piloto largou na pole position e logo no começo da prova recebeu uma encostada com o jovem Albery Spinola, que despencou para a última posição. Albery, de 19 anos, deu show com uma prova de recuperação que o levou a terminar a corrida na terceira colocação. O campeonato da Graduados B agora tinha na liderança Carlos Apezzatto com 69 pontos, seguido de Ênio Paranhos e Gabriel da Cas, empatados com 64 pontos.





Gabriel da Cas obteve em Guaporé sua segunda vitória consecutiva na Graduados B




Resultados finais em Guaporé:


Categoria Graduados A


1º - Atila Sipos - 20 pontos
2º - Ingo Hoffmann - 15 pontos
3º - Leonel Friedrich - 12 pontos
4º - Fábio Sotto Mayor - 10 pontos
5º - Chico Serra - 8 pontos
6º - Aroldo Bauermann - 6 pontos
7º - Xandy Negrão - 4 pontos
8º - Renato Connil - 3 pontos
9º - Guto Negrão - 2 pontos
10º - Paulo Gomes - 1 ponto


Categoria Graduados B


1º - Gabriel da Cas - 20 pontos
2º - Tino Vianna - 15 pontos
3º - Albery Spinola - 12 pontos
4º - José Massa Neto - 10 pontos
5º - Roberto "Beto" Giorgi - 8 pontos
6º - Cláudio Gontijo - 6 pontos
7º - Rogério Motta - 4 pontos
8º - Nelson Silva Junior - 3 pontos
9º - Eduardo Garroux - 2 pontos
10º - Carlos Apezzatto - 1 ponto



8ª Etapa – Brasília (DF) – 10 de outubro de 1993


Com o campeonato de 1993 chegando ao seu final, o circo da Fórmula Uno rumou para a capital federal para a disputa da oitava etapa. Com a motivação de retomar a liderança do campeonato da categoria Graduados A, Xandy Negrão cravou a pole position. Mas a sorte não andava rondando o piloto, que teve problemas elétricos em seu Uno e não conseguiu se manter na ponta. Finalizou a prova na quarta colocação e viu seu principal adversário, o "alemão" Ingo Hoffmann disparar na frente e vencer a sua quarta corrida na temporada. Ingo também disparou na tabela do campeonato, abrindo 23 pontos de vantagem para Xandy Negrão. Importante também destacar a corrida de recuperação de Fabinho Sotto Mayor, que largou em último e finalizou a prova em sexto.




O triunfo na capital federal fez Ingo disparar na tabela de pontos



Na Graduados B tivemos um vencedor inédito: Beto Giorgi, mais um jovem (23 anos) em busca do prêmio da temporada paga na Fórmula 3 Italiana. O segundo colocado também era um jovem, Albery Spinola. Com os resultados de Brasília, no campeonato, Carlos Apezzatto continuava na liderança, agora com 77 pontos, seguido de Gabriel da Cas, com 65.




Beto Giorgi, mais um jovem vencedor na Categoria Graduados B




Resultados finais em Brasília:


Categoria Graduados A


1º - Ingo Hoffmann - 20 pontos
2º - Walter Travaglini - 15 pontos
3º - Atila Sipos - 12 pontos
4º - Xandy Negrão -10 pontos
5º - Adalberto Jardim - 8 pontos
6º - Fábio Sotto Mayor - 6 pontos
7º - Rogério dos Santos - 4 pontos
8º - Toninho da Matta - 3 pontos
9º - Paulo Gomes - 2 pontos
10º - Aroldo Bauermann - 1 ponto


Categoria Graduados B


1º - Roberto "Beto" Giorgi - 20 pontos
2º - Albery Spinola - 15 pontos
3º - Ricardo Fiaminghi - 12 pontos
4º - José Massa Neto - 10 pontos
5º - Carlos Apezzatto - 8 pontos
6º - Cláudio Gontijo - 6 pontos
7º - Nelson Silva Junior - 4 pontos
8º - Rogério Motta - 3 pontos
9º - Eduardo Garroux - 2 pontos
10º - Gabriel da Cas - 1 ponto



9ª Etapa – Goiânia (GO) – 07 de novembro de 1993


Ingo Hoffmann foi para a penúltima etapa decidido a "liquidar a fatura" do campeonato da categoria Graduados A. Na sua estratégia, ele previa abrir vantagem na corrida para seu adversário direto, Xandy Negrão, mas também não forçar demais o equipamento. O mineiro Toninho da Matta cravou a pole position mas já na primeira volta perdeu a liderança para Ingo, com Xandy comboiando bem de perto. Enquanto isso, Fabinho Sotto Mayor, que havia largado em décimo terceiro, passava a dar show, passando todos e chegando a brigar pela liderança. De fato, Fabinho ultrapassou Ingo e partiu para a vitória, enquanto Xandy não conseguia melhorar da quarta colocação. Com os resultados, Ingo sagrou-se campeão da Graduados A. Logo depois da prova, Ingo falou à reportagem da revista Quatro Rodas: "sinto uma emoção diferente. A Uno é uma categoria extremamente competitiva, pois os melhores pilotos do Brasil estão aqui". Ingo levou para casa, como prêmio dado ao campeão pela Fiat, um Tempra 16v.




Ingo e Xandy, os grandes protagonistas na disputa do título da Categoria Graduados A



Na Graduados B a briga pelo título ainda estava aberta e sensacional. Ênio Paranhos venceu a etapa em Goiânia, chegou nos 84 pontos e encostou em Carlos Apezzatto, o líder com 89 pontos. A decisão ficaria para a última etapa, em Interlagos.


Resultados finais em Goiânia:


Categoria Graduados A


1º - Fábio Sotto Mayor - 20 pontos
2º - Ingo Hoffmann - 15 pontos
3º - Leonel Fiedrich - 12 pontos
4º - Xandy Negrão - 10 pontos
5º - Atila Sipos - 8 pontos
6º - Rodolfo Pousa - 6 pontos
7º - Walter Travaglini - 4 pontos
8º - Antônio Jorge Neto - 3 pontos
9º - Artur Bragantini - 2 pontos
10º - Laércio Justino - 1 ponto


Categoria: Graduados B


1º - Ênio Paranhos - 20 pontos
2º - Eduardo Garroux - 15 pontos
3º - Roberto "Beto" Giorgi - 12 pontos
4º - Tino Vianna - 10 pontos
5º - Gabriel da Cas - 8 pontos
6º - José Massa Neto - 6 pontos
7º - Albery Spinola - 4 pontos
8º - Carlos Apezzatto - 3 pontos
9º - Eduardo Scheurer - 2 pontos
10º - Cesare Marrucci - 1 ponto



10ª Etapa – Interlagos (SP) – 28 de novembro de 1993


Com o título da Categoria Graduados A já definido, as atenções estavam todas voltadas para a disputa do título da Graduados B. E a disputa teve lances de drama ainda antes da chegada em Interlagos. Por uma ultrapassagem em bandeira amarela na etapa anterior, em Goiânia, o líder do campeonato Carlos Apezzatto foi punido pela CBA e perdeu, além dos pontos, a liderança do campeonato para Ênio Paranhos.


A corrida teve atos de emoção justamente entre os dois postulantes ao título. Ênio Paranhos cravou a pole position e tinha ao seu lado na primeira fila justamente Carlos Apezzatto. E na quarta volta, o lance decisivo: os dois pilotos se tocaram, com Paranhos ficando para trás, com um pneu furado. Apezzatto saiu do lance com o carro avariado, mas conseguiu se manter na quarta posição até a bandeirada e garantir o título. "A vitória foi o prêmio de um ano de trabalho da equipe Sultan", revelou o campeão à reportagem da revista Quatro Rodas. A vitória na categoria ficou Ricardo Fiaminghi.




Carlos Apezzatto, o campeão da Graduados B



Na categoria Graduados A, tivemos um vencedor inédito: Rodolfo Pousa. O destaque foi a disputa pela segunda colocação, que envolveu nada menos do que seis carros: Walmir "Hisgué" Benavides, Chico Serra, Fábio Sotto Mayor, Andreas Mattheis, Ingo Hoffmann e Paulo Gomes. Sensacional!




Rodolfo Pousa fechou o ano com vitória em Interlagos na Graduados A



E assim terminava a segunda temporada da Formula Uno, cada vez mais disputada e consolidada no cenário do esporte a motor brasileiro. As novidades para 1994 seriam muito interessantes e credenciariam de vez a Fórmula Uno como uma das principais categorias monomarca do país. Mas isso é papo para a próxima postagem.


Categoria Graduados A


1º - Rodolfo Pousa - 20 pontos
2º - Walmir "Hisgué" Benavides - 15 pontos
3º - Chico Serra - 12 pontos
4º - Fábio Sotto Mayor - 10 pontos
5º - Andreas Mattheis - 8 pontos
6º - Ingo Hoffmann - 6 pontos
7º - Paulo Gomes - 4 pontos
8º - Antônio Jorge Neto - 3 pontos
9º - Walter Travaglini - 2 pontos
10º - Laércio Justino - 1 ponto


Categoria Graduados B


1º - Ricardo Fiaminghi - 20 pontos
2º - Márcio Lott - 15 pontos
3º - Nelson Silva Junior - 12 pontos
4º - Carlos Apezzatto - 10 pontos
5º - Francisco Bianco - 8 pontos
6º - Tino Vianna - 6 pontos
7º - Gabriel da Cas - 4 pontos
8º - Cesare Marrucci - 3 pontos
9º - José Massa Neto - 2 pontos
10º - Ricardo Paparoni - 1 ponto


Classificação final do campeonato - Categoria Graduados A:


1º - Ingo Hoffmann - 120 (126) pontos
2º - Xandy Negrão - 92 pontos
3º - Fábio Sotto Mayor - 86 pontos
4º - Atila Sipos - 55 pontos
5º - Paulo Gomes - 55 pontos
6º - Laércio Justino - 43 pontos
7º - Toninho da Matta - 43 pontos
8º - Chico Serra - 42 pontos
9º - Leonel Friedrich - 38 pontos
10º - Walter Travaglini - 36 pontos
11º - Rogério dos Santos - 34 pontos
12º - Antônio Jorge Neto - 33 pontos
13º - Rodolfo Pousa - 27 pontos
14º - Adalberto Jardim - 19 pontos
15º - Walmir "Hisgué" Benavides - 15 pontos
16º - Guto Negrão - 20 pontos
17º - Aroldo Bauermann - 9 ponto
18º - Ananias Justino - 9 pontos
19º - Andreas Mattheis - 8 pontos
20º - Artur Bragantini - 7 pontos
21º - Eduardo Cunha - 6 pontos
22º - Luiz Calil - 6 pontos
23º - Manoel Rezende - 4 pontos
24º - José Mario Castilho - 4 pontos
25º - Renato Connil - 3 pontos


Classificação final do campeonato - Categoria Graduados B:


1º - Carlos Apezzatto - 86 (90) pontos
2º - Ênio Paranhos - 84 pontos
3º - Gabriel da Cas - 76 (77) pontos
4º - Roberto "Beto" Giorgi - 54 pontos
5º - Tino Vianna - 52 pontos
6º - Nelson Silva Junior - 50 pontos
7º - Cláudio Gontijo - 49 pontos
8º - Albery Spinola - 41 pontos
9º - Ricardo Fiaminghi - 39 pontos
10º - José Massa Neto - 35 pontos
11º - Eduardo Garroux - 33 pontos
12º - Cesare Marrucci - 29 pontos
13º - Rogério Motta - 29 pontos
14º - Gilberto Caspar - 25 pontos
15º - Márcio Lott - 25 pontos
16º - Francisco Bianco - 24 pontos
17º - Fábio Figueiredo - 20 pontos
18º - Alexandre Connil - 18 pontos
19º - Luciano Zangirolami - 14 pontos
20º - Cesare Figueiredo - 12 pontos
21º - Cláudio Campelo - 4 pontos
22º - Fernando Guzzi - 2 pontos
23º - Eduardo Scheurer - 2 pontos
24º - Guilherme Caspar - 1 ponto
25º - Ricardo Paparoni - 1 ponto



Mais imagens da temporada de 1993:




A imagem que mais se via na Fórmula Uno: carros próximos e em disputa









Albery Spinola em um momento difícil





Atila Sipos foi o quarto colocado na Graduados A






Carlos Apezzatto





Chico Serra fez uma temporada aquém das expectativas





Ênio Paranhos fez um ótimo campeonato e quase foi campeão da Graduados B





Eduardo Garroux à frente de Fabio Sotto Mayor








Ingo Hoffmann teve um ano mágico em 1993, sagrando-se campeão da Fórmula Uno e da Stock Car Brasil










Laércio Justino liderando o pelotão em uma das etapas do ano em Goiânia





Uno de Luiz Calil





Paulo Gomes foi o quinto colocado na Graduados A





Rodolfo Pousa





Rogério dos Santos (na foto, em Interlagos) venceu a etapa do Rio na Graduados A











Uno do mineiro Toninho da Matta





Xandy Negrão fez uma ótima temporada





Atila Sipos em uma disputa "quente"





Mais um título na brilhante carreira de Ingo Hoffmann


9 comentários:

  1. I apologize in advance since I do not speak Portuguese. I had to use Google Translate to read your blog. However, I want to thank you dearly for collecting all this information! I wanted to recreate the Copa Uno in the videogame/racing simulator"Automobilista 2" by the Brasilian developer Reiza Studios because it features the Fiat Uno and all the tracks. This has been immensly helpful and also quite interesting and informative! Would you maybe know how long a race would have been? 30 minutes or a certain distance? Thanks very much and greetings from Germany!

    ResponderExcluir
  2. Hello my friend! Very cool to have an audience from Germany! I'm glad you liked the material from the "Fórmula Uno Brasileira" special! Answering your question, the Formula One races lasted an average of half an hour, varying the number of laps completed in each circuit. A big hug and feel free to question other details that you might have doubts. See you soon!

    ResponderExcluir
  3. Thank you very much for your kind words. Maybe I will look into other Brazilian championships in the future. I will make sure to reach out to you, then.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. OK! We are available. Remembering that on the blog we have the story of the "Brazilian Championship of Brands and Drivers", an important championship of touring cars held in Brazil from 1983 to 1994. See you soon!

      Excluir
  4. I have uploaded the first video for the Copa Onix Jeans de Fórmula Uno 1993. Nine more to come!
    https://youtu.be/eIVdsQBlX_o

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nice! I watched the video on your channel and already subscribed there. The simulation was amazing. Congratulations! I'll make a post here on the Blog telling this journey.

      Excluir
  5. Parabéns pelo belíssimo trabalho de historiador, revivi momentos emocionantes através da foto do S do Senna em Interlagos ( 10ª etapa) eu tinha 12 anos e estava no alambrado logo atrás.

    ResponderExcluir
  6. Sensacional, meus parabéns pela matéria. Sou de Brasília, faria no final do ano de 1993 11 anos de idade e curtia demais a Fórmula Uno, automobilismo em sua essência, carros colados e na última volta não sabíamos quem venceria. Muita saudade de todas as temporadas da F Uno, marcou época e é inesquecível pra mim.

    ResponderExcluir