sexta-feira, 17 de abril de 2020

A primeira vez a gente nunca esquece



A madrugada do dia 09 para o dia 10 de julho de 1994 (sábado para domingo) foi de muita ansiedade. O sono não vinha, o frio na barriga crescia a cada avanço de hora. Foi difícil dormir mesmo. A expectativa de assistir pela primeira vez uma corrida ao vivo no autódromo de Interlagos deixava eufórico o adolescente de 13 anos, aficcionado por carros e automobilismo.


Essa euforia havia crescido em mim quando chegou em casa, entregue pelo carteiro, a edição de junho de 1994 da revista Quatro Rodas. Dentro da revista, em uma página de propagando do evento entitulado "Chevrolet Challenge", havia dois ingressos para a etapa paulista da Ômega Stock Car e da Fórmula Chevrolet. Era o ano da estréia do Chevrolet Ômega na Stock. Os grids estavam cheios, tanto na Stock Car quanto na Fórmula Chevrolet. Os anos anteriores de crise na principal categoria de turismo do país, principalmente depois da retirada do apoio oficial da GM, estavam ficando para trás. No final do ano, ainda estrearia mais uma categoria com apoio oficial da Chevrolet e que integraria o evento "Chevrolet Challenge": a Copa Corsa.




Esta propaganda de página cheia da Quatro Rodas, acompanhada de ingressos foi o estopim para a primeira vez em um autódromo



Bom, voltamos então ao domingo, 10 de julho de 1994. Ao chegar no autódromo naquela manhã ensolarada de inverno, a partir da arquibancada "A", vi pela primeira vez o traçado do autódromo de Interlagos. A imensidão do traçado me fascinou de primeira.


O piloto-acrobata Carlos Cunha logo tratou de animar o grande público presente nas arquibancadas da reta principal com seu conhecido show. Andou em duas rodas, pulou de rampas, deu cavalos-de-pau, tudo isso usando carros de produção da Chevrolet, como Kadett, Monza, Corsa e outros.


Mas o grande impacto mesmo foi quando foi aberto o box para os Ômegas da Stock Car. O som dos motores, a velocidade, a vibração, o colorido dos carros e dos capacetes dos pilotos, tudo isso me impactou de tal forma que essa impressão toda impregnou na mente e na alma, chancelando de vez a paixão pelo automobilismo. Não tinha mais jeito, como diz Edgard Mello Filho, o "vírus do automobilismo já tinha sido encubado". A primeira vez, a gente nunca esquece!




Adalberto Jardim e seu Ômega multicolorido foram os grandes vencedores daquele fim de semana em Interlagos



Um comentário:

  1. Que experiência única essa hein cara? Meus parabéns! E por coincidência, a primeira corrida que assisti em Interlagos foi contigo, a final da Porsche Endurance de 2018.

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