domingo, 13 de novembro de 2016

Especial Salão do Automóvel Edição 1996 - Parati EDP


O ano é 1996. Nessa época, o Salão do Automóvel era realizado anualmente. Havia poucas fábricas instaladas no país, o mercado de carros importados estava aquecido e as grandes atrações das mostras dessa época eram os protótipos, estudos e edições especiais.

Nesse ano um carro atraiu a minha atenção de uma forma especial. No estande da Volkswagen, uma edição especial denominada Parati EDP exerceu fascínio instantâneo. Lembro bem de ficar mais de 20 minutos em frente ao grande e redondo mostruário que girava e revelava a perua em todos os detalhes. Não satisfeito, ainda voltei ao local no final da visita, para mais uma conferida no "torpedo". Um folheto especial e as fotos clicadas com máquina de filme (lembre-se: estávamos em 1996) foram suficientes para, em casa, continuar a imaginar como seria andar naquele carro.











Na segunda metade da década de 90 estávamos ainda longe da febre tuning, que ganhou força a partir de 2001 (principalmente por conta da primeira filmagem da franquia Velozes e Furiosos). Mas, trazendo para os dias atuais, podemos chamar o projeto EDP (Engineering Design Prototype) de um tuning, porém, com uma vertente mais voltada para o desempenho e a tecnologia embarcada. A versão da carroceria utilizada no estudo foi a de duas portas, o que reforçou ainda mais o apelo esportivo. O visual externo foi claramente inspirado em bólidos de corrida como, por exemplo, os do DTM (Campeonato Alemão de Turismo) e também dos campeonatos de Superturismo, que estavam em evidência em todo o mundo.

Girando em torno do modelo para conferir o visual externo, encontramos uma frente exclusiva, com faróis especiais de lentes negras, pára-choques estendidos e com entradas de ar de desenho exclusivo, integrando o defletor aerodinâmico. Nas laterais dos pára-choques, foram criadas entradas de ar para refrigeração dos freios dianteiros.

Nas laterais, as saias aerodinâmicas foram confeccionadas em fibra de carbono. Espelhos retrovisores menores, especiais e com clara inspiração nas pistas de corrida foram instalados. Molduras de rodas nos pára-lamas dianteiros e traseiros davam o toque de esportividade definitivo. Rodas da marca BBS em medidas de aro 17 polegadas calçadas com pneus de dimensões 215 e baixíssimo perfil 40 arrematavam o perfil agressivo do carro.








Na traseira, o pára-choques traseiro foi equipado com defletor aerodinâmico, que era composto pela saída de escape com ponteira especial. No alto, no topo da tampa do porta-malas, foi instalado um defletor que acompanhava a linha do teto da perua.

Internamente, por tratar-se de um esportivo, a Parati EDP dispunha apenas dos dois bancos dianteiros, por sinal, também esportivos, da tradicional marca Recaro (modelo "Style"). O motorista tinha à disposição um volante especial da marca Momo e um quadro de instrumentação denominado pela Volkswagen de "Alta Performance". Manopla de câmbio e pedaleiras eram especiais, confeccionadas em alumínio, bem como o piso e revestimento do assoalho traseiro.







O sistema de som era um capítulo à parte: Cassete e CD Changer da Clarion, com frente destacável e controle remoto sem fio, última tecnologia há 20 anos atrás. Para deixar o som mais forte, foram instalados quatro módulos de potência também da marca Clarion, totalizando 1.000 Watts de potência.

Na parte mecânica, o motor utilizado foi o conhecido AP 2.000, com dois litros de deslocamento, quatro cilindros e 16 válvulas no cabeçote, dimensionado para competição e oriundo da Audi, o que rendia ao propulsor 200 cavalos de potência. Segundo dados da Volkswagen, a Parati EDP fazia de 0 a 100 Km/h em 7,4 segundos e atingia a velocidade máxima de 230 Km/h, um número respeitável para uma perua em 1996. As suspensões foram recalibradas para o desempenho esportivo e os freios eram a disco ventilados nas quatro rodas, com o auxílio de ABS.







A revista Auto & Técnica, em sua edição de novembro de 1996 (veja acima), apresentou uma matéria com o teste realizado na Parati EDP. Na matéria, muitas informações interessantes sobre o protótipo: foram gastos U$ 800 mil no desenvolvimento do projeto, que foi realizado em parceria com diversos fornecedores, sendo que, dessa forma, caso a fábrica quisesse de fato montar o carro em linha de produção, poderia fazê-lo. Ao andar com o carro, o jornalista responsável pela matéria e o teste, Ricardo Dilser, relatou que "o ruído alto do motor 2.0 16 válvulas de 200 cavalos, os pneus de série 40 com suspensões rebaixadas e 'duras' dão, de imediato, a sensação de se estar ao volante de um carro de competição". Sensacional!

















































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