segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Os dez anos sem Fabio Steinbruch


No mês de dezembro último completaram-se dez anos do passamento de Fabio Steinbruch, uma das figuras mais importantes na preservação da história do automóvel aqui no Brasil. Fábio perdeu a vida quando estava testando, na Marginal do rio Tietê, uma Moto Guzzi 250 do seu acervo, em 2 de dezembro de 2012, um domingo, quando um estouro do pneu dianteiro causou uma queda. Steinbruch tinha 51 anos.


Fábio desde muito jovem teve uma relação especial com os automóveis. A paixão o levou a ter uma relação profissional com o mundo automotivo em toda a sua vida. Além dos carros, Fábio sempre teve gosto pelas competições e ainda jovem fez o curso de pilotagem esportiva ministrado pelo saudoso Expedito Marazzi.


Sua ligação com carros da Alfa-Romeo sempre foi muito forte, desde a compra de seu primeiro exemplar da marca italiana, um GTV 2000 ano 1974. A paixão o levou a ser um dos criadores, no final dos anos 80, do Alfa Romeo Clube do Brasil.



Fábio Steinbruch e seu FNM 2150 Timb de corrida - paixão pura



Liderando o pelotão na Fórmula Classic a bordo de seu Alfa Romeo GTV 2000 ano 1974




Fábio e seu Dodge 1.800 de corrida





Fábio no grid da Classic no ano de 2002




Fabio e seu inseparável FNM de corrida




A compra posterior de um FNM JK e sua preparação para corrida o colocou ainda mais no mundo das corridas. Nessa época, Fabio trabalhava no comércio de carros antigos.


Nessa época foi criada uma categoria no campeonato paulista de automobilismo voltada para carros clássicos e Fábio foi um dos principais participantes e entusiastas da modalidade, dali para muitos anos à frente.


No início dos anos 90, já com a experiência adquirida nas competições, Fabio tornou-se um dos instrutores na escola de pilotagem que o formou. Expedito Marazzi não estava mais neste plano - havia perdido a vida em um acidente testando um caminhão para uma revista especializada. A escola era agora gerida pelo seu filho Gabriel.


Mas à frente, junto do seu irmão, e após a abertura das importações no Brasil, passou a trazer veículos de fora do país. Nessa época, eles já trabalhavam com o comércio de carros clássicos.


O trabalho desempenhado com os automóveis importados credenciou Fábio a ser um representante da marca japonesa Subaru no país. Os caminhos o levaram a participar de competições de rally, onde a Subaru sempre esteve envolvida.


Steinbruch escreveu quatro livros:

"Automóveis no Brasil - Marcas que o tempo não apaga";
"Memórias sobre rodas - O automóvel no Brasil dos anos 1960";
"Memórias sobre rodas - O automóvel no Brasil na virada da década de 1960 para 1970";
"Alguns aspectos da história do automóvel no Brasil".

São excelentes referências principalmente para a história do automóvel produzido no país.


Fábio também montou e organizou o que talvez seja uma das mais impressionantes coleções de carros do país. O acervo tem foco nos automóveis de produção nacional e ganhou o nome de "Coleção automóveis no Brasil". São mais de 350 carros de uma incrível coleção. Alexander Gromow, um entusiasta e especialista no Fusca e sua história, fez um vídeo lá no ano de 2012, mostrando uma boa parte do acervo. O vídeo está publicado no Youtube e você consegue vê-lo abaixo:






 

Relacionei abaixo alguns dos modelos que estão na coleção:


Brasinca Uirapuru cupê
Brasinca Uirapuru conversível
Bianco S
Ferrari Dino 246
Maserati Merak
De Tomaso Pantera
Puma VW cupê
Puma VW Spyder
GT Malzoni
Willys Interlagos Berlineta
Chevrolet Opala Diplomata cupê
Chevrolet Caravan SS6
Chevrolet Opala SS6 4 portas
Ford Maverick GT
Ford Del Rey Ouro
Ford Galaxy 500
Ford Landau
DKW Fissore
DKW Belcar
Dodge Charger RT
Dodge Magnum
Dodge Dart SE
Simca Esplanada GTX
Simca Jangada
Rural Willys
Volkswagen Kombi Série Prata
Volkswagen Kombi Edição 50 anos
Chevrolet Brasil wagon
Chevrolet Brasil picape
Dodge D100
Willys Itamarati Executivo
Volkswagen TL cupê
Volkswagen Variant I
Volkswagen 1.600 "Zé do Caixão"
Volkswagen Gol 1.6 G1
Fusca última série / serie especial
Karmann Ghia cupê
Karmann Ghia conversível
Ford Corcel I GT
Ford Escort XR3 conversível
Passat Dacon
Volkswagen Passat GTS Pointer
Volkswagen Santana GLS 2p
Volkswagen Variant II
Volkswagen Brasília LS
Fiat Cinquecento
Gurgel Motomachine
Alfa Romeo 75
Alfa Romeo 164
FNM JK
Furia GT 1972
Alfa Romeo 2300 1975
Santa Matilde conversível
Santa Matilde cupê
Chevrolet Omega
Chevrolet Opala Diplomata
Chevrolet Kadett GSI conversível
Kadett GSI cupê
Dodge Challenger
Chevrolet Corvair
Mercedes-Benz 280 SL
Alfa Romeo Alfetta
Alfa Romeo GTV 2000
Puma GTB
Volkswagen SP2
Karmann Ghia TC


A coleção continua sendo mantida pela família Steinbruch, com o irmão de Fábio, Leo, à frente das ações. Em abril de 2022, no encontro de Águas de Lindóia, uma parte do acervo foi exposta. "Isso é um legado, isso é uma responsabilidade, isso é um prazer, isso é uma herança... Eu acho que não faz sentido você ter uma coleção de objetos de arte - eu acho que carros são objetos de arte, é um design vivo - e você não puder compartilhar com os outros, não puder mostrar". As palavras do irmão Léo, em um vídeo do canal no Youtube "Classic Drive Brasil", resumem bem o legado deixado por Fabio Steinbruch para a história do automóvel e o antigomobilismo no Brasil.




3 comentários:

  1. Um grande cara que se foi, mas que deixou um legado aqui nesse plano. Que sua obra permaneça conservada por muitos e muitos anos ainda!

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  2. Verdade, que bom que a família vem preservando este legado!

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  3. Boa tarde, eu gostaria muito de resgatar ou seja comprar um carro que vendi a ele. Um Volkswagen tl. Mas não sei como fazer

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