quarta-feira, 3 de julho de 2019

A volta dos que não foram - Porsche 917 Kremer Racing


Imagine a seguinte situação: uma equipe de corridas resgata de um museu um carro de corrida que há dez anos não coloca seus pneus em uma pista, como se, por exemplo, nas 24 Horas de Le Mans de 2019 uma equipe inscrevesse para a disputa um Peugeot 908 HDi FAP, na categoria LMP1. Guardadas as devidas proporções, foi mais ou menos o que a equipe Kremer fez no ano de 1981, ao retirar do esquecimento um Porsche 917, o "bicho papão" do Campeonato Mundial de Carros Esporte do início da década de 70, para disputar algumas corridas, inclusive Le Mans.






Para isso, prosseguiu com algumas atualizações e modificações para fazer frente aos modernos protótipos de então. A aerodinâmica foi retrabalhada visando melhorar a performance e a estrutura do chassi tubular, a base do 917, foi reforçada em alguns pontos estratégicos, com o intuito de melhorar a rigidez de torção. O motor utilizado continuava sendo o Flat-Twelve 12 cilindros boxer opostos, que debitava aproximadamente 570 cavalos de potência. O torpedo foi nomeado como Porsche 917 K/81.

O carro foi inscrito pelo Team Kremer Racing para a 49ª edição das 24 Horas de Le Mans de 1981. Foi convocada a trinca francesa Guy Chausseil, Xavier Lapeyre e Bob Wollek. Classificaram-se na 18ª posição do grid e não foram páreos para os modernos Porsche 936. Na prova, o 917 chegou a ocupar a nona colocação mas com 82 voltas de prova foi recolhido com problemas sérios de lubrificação no brutal motor de 12 cilindros.






A equipe Kremer ainda inscreveria o 917 K/81 em mais uma prova, os 1.000 Km de Brands Hatch, ainda em 1981. Dessa vez, foram convocados para a disputa os pilotos, além de Bob Wollek, a lenda francesa Henri Percarolo. O velho 917 obteve ótima adaptação ao circuito inglês e a dupla classificou o carro na terceira posição no grid de partida. Wollek foi o responsável por conduzir o carro na primeira parte da prova. O desempenho na corrida foi surpreendente e o 917 amarelo chegou a liderar a prova, porém, na volta 52, foram obrigados a abandonar a prova com uma falha na suspensão do Porsche.

Foi a última participação de um Porsche 917 em provas oficiais. O carro foi vendido posteriormente a um colecionador.










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