Estivemos presentes na 20ª edição das 500 Milhas de Kart da Granja Viana. Depois de cinco anos, a corrida voltou a ser disputada em Cotia, o local de origem da tradicional prova de longa duração do kartismo nacional.
Chegamos na Granja Viana por volta das cinco da tarde, com muito sol e calor. Com o passe de visitação, passamos a acompanhar direto do pitlane o trabalho das equipes horas antes da largada, que estava prevista para as 22 horas.
Todos os pilotos já estavam presentes e foi possível ver de perto feras como Bia Figueiredo, Tony Kanaan, Rubens Barrichello, Felipe Giaffone, os irmãos Danilo e Denis Dirani, Ruben Carrapatoso, Beto Monteiro, Christian Fittipaldi, Nelsinho Piquet, André Nicastro, Valdeno Brito e muitos outros.
Enquanto isso, as atividades em pista seguiam a todo o vapor, Foi possível acompanhar provas das categorias Shifter (karts com marcha rapidíssimos, por sinal), Rotax (disputando uma prova de 50 milhas) e também a corrida dos artistas, que fizeram a competição em dupla com pilotos profissionais.
Faltando aproximadamente uma hora para a largada, acompanhamos na sala ao lado do restaurante uma coletiva de imprensa de lançamento da escola brasileira de kart, com Felipe Giaffone, Cleiton Pinteiro (presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo) e alguns integrantes da entidade. A iniciativa da CBA tem inspiração nas escolas de formação de pilotos da França e inicialmente será realizada em três locais: São Paulo (no Kartódromo da Granja Viana), Minas Gerais (no Kartódromo RBC) e em Santa Catarina (em local a ser definido). A Confederação inicialmente doará 5 karts para cada praça. A formação terá como público-alvo crianças de 6 a 12 anos. Essa talvez tenha sido a principal ação da gestão de Pinteiro, que está de saída em março próximo.
Ao fim da coletiva, voltamos as atenções para a pista. Agora era hora de ação. A largada é feita no clássico estilo "Le Mans", ou seja, pilotos de um lado da reta e karts do outro lado, dispostos a 45 graus e com os motores ligados.
A pole position ficou com a equipe Midway Team, liderada por Rubens Barrichello e que tinha em seu plantel os pilotos Tony Kanaan, Arthur Leist, Rafael Suzuki e Gaetano Di Mauro. Rubinho foi quem largou e conseguiu manter a liderança, mas logo foi superado, ficando na terceira posição. O segundo "stint" da equipe de Barrichello foi feito por Tony Kanaan. Interessante notar as diferenças de estilo de pilotagem, assistindo a prova ao vivo: Rubens Barrichello tem uma pilotagem mais técnica, traçado repetido milimetricamente volta após volta e muito cuidado na negociação das ultrapassagens com os retardatários. Já Tony Kanaan tem um estilo mais agressivo na condução, mais atirado na disputa com os mais lentos.
Desde o começo, era visível que o ritmo de prova era muito intenso. Pilotos das equipes tidas como grandes, como a Ipiranga e a Shell e até mesmo a Midway Team brigavam no meio do pelotão. Saímos do kartódromo próximo das 2 horas da manhã e o ritmo de prova ainda não havia baixado. E essa foi a tônica da prova.
Destacou-se quem poupou o equipamento e conseguiu ainda assim aliar o compromisso de não deixar cair o desempenho. Com esses ingredientes, a equipe Americanet surpreendeu positivamente e ao final das 12 horas de prova, foi a vencedora das 500 Milhas. Os pilotos (Rodrigo Dantas, Peterson Nakamura, Alberto Catucci, Breno Pero, José Roberto Oliveira, Enzo Bortoleto e Leandro Reis) popularmente chamados de "granjeiros" disputam provas no Kartódromo Granja Viana, como por exemplo a Pró 500 e conhecem como poucos as minucias do traçado e também deste modelo de kart, de 17 hp´s de potência e motor de 4 tempos.
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