domingo, 20 de outubro de 2013
Pedro Carneiro Pereira - lá se vão 40 anos
O dia 21 de outubro de 1973 ficou marcado de forma negativa para o gaúcho apaixonado por esportes em geral e automobilismo em particular. Pedro Pereira Carneiro e Ivan Iglesias acidentaram-se em Tarumã, em uma etapa do Campeonato Gaúcho de Divisão 3. A batida foi devastadora e tirou a vida dos dois pilotos.
Pedro Carneiro Pereira, ou Pedrinho, como também era chamado, além de piloto e apaixonado por automobilismo, era um excelente narrador esportivo. Torcedor fanático do Grêmio, Pedrinho narrava partidas de futebol, primeiro na Rádio Difusora e depois na Guaíba. Seus contemporâneos dizem que Pedro foi um dos melhores narradores já vistos no país.
Pedrinho correu de Carreteiras, Fórmula Ford mas, foi com o Chevrolet Opala de numeral 22 que seus melhores resultados apareceram. Foi com esse carro que Pedro venceu uma etapa do Brasileiro de Divisão 3 e a tradicional 12 Horas de Porto Alegre, ambas em 1972 no na pista de Tarumã.
Na década de 70, a automobilismo no Brasil crescia a passos largos. Pilotos talentosos surgiam aos montes, havia um bom envolvimento das fábricas e existiam diversas categorias. A Divisão 3 era a principal categoria do nosso automobilismo. Equipes grandes e conceituadas tomavam parte do campeonato brasileiro.
Porém, todo esse crescimento não era acompanhado pelo quesito segurança. Acidentes fatais em provas oficiais, não só no Brasil como no resto do mundo eram muito corriqueiros nesta época. Não existiam ações de segurança nos autódromos e circuitos de rua, ou se existiam, eram muito precárias. Os carros também eram muito inseguros. Andavam muito mas eram frágeis na mesma proporção.
Foi com todo este panorama que os pilotos do Campeonato Gaúcho de Divisão 3 foram para Tarumã, disputar a quarta etapa da temporada de 1973. Na segunda volta da prova, Pedro Carneiro Pereira e Ivan Iglesias, ambos de Chevrolet Opala, disputam a terceira posição e entram na reta. Ivan coloca de lado para ultrapassar Pedrinho mas, na sequência da disputa, os dois carros se enroscam de pára-choques e vão em direção ao barranco. Batem, capotam e explodem em chamas, sem chance para os pilotos.
Quando os amigos de emissora souberam do acidente fatal, a rodada do futebol já havia começado. A Rádio Guaíba, que transmitia o jogo entre o Internacional de Porto Alegre e o São Paulo Futebol Clube, anunciou a morte do principal narrador da emissora e decidiu encerrar naquele instante as transmissões. O árbitro do jogo, o hoje comentarista da Rede Globo, Arnaldo César Coelho, paralisou a partida e pediu um minuto de silêncio. O público que estava no estádio, ouvindo em seus radinhos de pilha, prestou uma justa homenagem. Silenciou-se. Um silêncio impressionante que ecoou por todo o Rio Grande.
Prezado Rodrigo Carelli
ResponderExcluirtens um e-mail onde possa te enviar uma divulgação sobre o rádio gaúcho?
Benedito