sábado, 3 de outubro de 2009

Rio 2016

É inegável que o Brasil tem muito a ganhar com a realização dos Jogos Olímpicos em 2016. Reconhecimento e fortalacimento do país no cenário mundial (isso já aconteceu, a própria escolha do país para sede das Olímpíadas é uma mostra), melhorias na infra-estrutura das praças esportivas e no entorno delas, melhorias também nas estruturas de transportes públicos, geração de empregos diretos e indiretos, aquecimento das atividades turísticas e muito mais.



Mas existem alguns aspectos que me preocupam (deixando um pouco de lado a euforia geral que toma conta de todos nestas ocasiões), e aí alguns podem não concordar com o que vou escrever a seguir (lá vem polêmica). O primeiro tem relação com o esporte brasileiro. É preciso existir um maior e melhor incentivo ao esportista (e aí excluo as modalidades mais populares, como futebol, vôlei, basquete, natação, que já possuem patrocínios e parcerias de empresas privadas), que muitas vezes, por não conseguir patrocínio, precisa colocar investimento "do bolso" para manter-se e representar o país. Cansamos de ver, por exemplo, esportistas de atletismo sem possuir um simples par de tênis adequado para a prática do esporte. É preciso investir desde já e sempre no atleta nacional e na estrutura que deve exisitir para que ele seja um esportista de ponta e faça frente às potências mundias do esporte. Espero que, dos bilhões que serão investidos em toda a estrutura para os Jogos de 2016, uma parcela seja dedicada ao apoio ao atleta nacional.



Outro aspecto que me preocupa é a quantia a ser gasta e a forma como será empregada. Voltando a 2007, mais precisamente aos Jogos Panamericanos, veremos que o gasto com as obras superou e muito o inicialmente planejado. Os complexos esportivos construídos, modernos, muito bem aparelhados, hoje não são utilizados, justamente por não existir aquele investimento de base no qual falei anteriormente. E o pior. Hoje o automobilista carioca tem a prática esportiva prejudicada, pois Jacarepaguá, além de estar abandonado, com arquibancadas ruindo, mato crescendo, ou seja, completamente esquecido, teve seu traçado cortado fatalmente para a construção de arenas para o Pan. Aliás, um traçado (o original) muito seletivo, sempre elogiado por todos os pilotos. E não falo isso porque sou fã de automobilismo e defendo este esporte. Interlagos, com a administração de Roberto Seixas e Francisco Rosa, é um bom exemplo de que pode-se utilizar o autódromo para outras atividades, sejam elas esportivas ou sociais, sem alterações no traçado. Provas de ciclismo, escolinha de futebol, shows de música e até provas de patins são realizadas no autódromo, que tem uma importante parceria com a São Paulo Turismo.



Infelizmente, acredito que vão utilizar o que restou da pista de Jacarepaguá para a construção de novos complexos esportivos para 2016. Prometeram construir uma nova pista. Não acredito que farão. Me solidarizo com os pilotos cariocas.

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