segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Dez destaques da surpreendente temporada de 2020 da Fórmula 1

 

A temporada de 2020 da Fórmula 1, assim como o planeta Terra, foi deveras afetada pela pandemia do novo Coronavírus. Mas se muitas e grandes pedras apareceram na frente da estrada do ano que começaria tradicionalmente em março na Austrália, a organização da categoria conseguiu reunir estas pedras e construir uma temporada com muitos atrativos e novidades que classificaram o ano de 2020 da Fórmula 1 como espetacular. Nós relacionamos 10 fatos interessantes que aconteceram nesta temporada e que fizeram esse ano muito especial e surpreendente:



1 - Os Recordes de Lewis Hamilton

O piloto inglês foi excepcional este ano. Aliado ao desempenho do fantástico Mercedes-Benz W11 e ao trabalho da equipe, Hamilton igualou a marca de 7 títulos de Michael Schumacher (inimaginável até alguns anos atrás), atingiu impressionantes 95 vitórias na categoria e 98 pole-position. A fase do inglês é mágica e não é absurdo apostar que em 2021 o piloto chegue ao oitavo título mundial. Um dos fatores importantes que contribuem para isso é a não mudança do regulamento da categoria para o ano que vem. A tendência da equipe Mercedes dominante mais uma vez é forte com o mesmo pacote técnico e as atualizações que serão realizadas para 2021. Por fim, 2020 foi o ano da afirmação de Hamilton com um dos melhores da história.







2 - Vencedores inéditos de Grandes Prêmios

Sérgio Perez conquistou a sua vitória no melhor GP do ano, em Sakhir. O mexicano ainda não tem cockpit para 2021 (há rumores fortes que assumirá um lugar na Red Bull), mesmo realizando uma temporada consistente com o ótimo carro da Racing Point (chamada de Mercedes Rosa pelo projeto semelhante ao carro alemão) terminando o ano na quarta posição na tabela de pilotos, com 125 pontos e dois pódios. Outro piloto que entrou para o rol de vencedores de Grandes Prêmios foi o francês Pierre Gasly, vencendo logo em Monza com sua Alpha Tauri-Honda.







3 - Pilotos infectados pela COVID-19

Apesar de todos os rígidos protocolos seguidos pelo circo da Fórmula 1 para evitar a infecção de todos os envolvidos com a categoria ao novo Coronavírus, três pilotos contraíram a COVID-19: a dupla da Racing Point (Perez e Stroll) que foi substituída muito bem por Nico Hulkenberg e Lewis Hamilton, que cedeu lugar a um motivado George Russell. O inglês mostrou o seu valor e é cotado para assumir uma Mercedes em 2022.



4 - Variedade de presenças nos pódios

Ao todo tivemos 13 pilotos diferentes frequentando o pódio na temporada 2020. Uma pena que não houve champagne e que todos tiveram de usar a máscara de proteção. Seria muito legal ter visto toda a festa no seu modo tradicional.



5 - Corridas em circuitos inéditos

Como parte da necessária adaptação à nova realidade trazida pela pandemia, a organização da Fórmula 1 teve de buscar novas alternativas de etapas em circuitos que nunca tinham recebido o circo ou que já estavam fora do calendário. Ao todo, foram 17 etapas realizadas em 2020, onde normalmente em um ano se realizam 21 / 22 corridas. O campeonato teve de ser compactado, tendo seu início em 5 de julho e o fim no dia 13 de dezembro, com a maioria das provas sem a presença de público. As provas realizadas nas pistas fora do calendário tradicional (Mugello, Portimão, Imola, Turquia, Sakhir – anel externo) na minha opinião, foram as mais emocionantes e movimentadas da temporada.



6 - O enorme acidente de Grosjean e as questões de segurança da F1

Fazia algum tempo que não víamos na Fórmula 1 um acidente das proporções do sofrido pelo francês Romain Grosjean, com o Haas partido ao meio e com incêndio. Romain escapou milagrosamente de um impacto de 53 vezes a força da gravidade, atravessou o guard-rail mas a estrutura de segurança (o halo - artefato tão criticado - principalmente) basicamente salvou a vida do piloto. Alguns aspectos devem ser revistos: a integridade e disposição das barreiras de proteção, a resistência do cockpit na região do tanque de combustível, a possível influência das baterias na ignição do fogo e a resistência das luvas dos pilotos (lembrando que os ferimentos mais severos em Grosjean foram as queimaduras das mãos).







7 - A temporada para esquecer da Ferrari

Foi a pior performance da equipe italiana desde 1980 – 40 anos, portanto. Na ocasião, a equipe ficou na décima posição no campeonato de construtores com os pilotos Gilles Villeneuve e Jody Scheckter. E não foi só o time de Maranello que sofreu em 2020. As equipes clientes do motor Ferrari também tiveram desempenho sofrido na temporada.







8 - A volta do Brasil na categoria

Pietro Fittipaldi foi o responsável por fazer a bandeira brasileira voltar ao grid da Fórmula 1, em substituição ao francês Romain Grosjean, acidentado no Bahrein. Desde a saída de Felipe Massa ao final de 2017, não tínhamos brazuca no grid da categoria. Pietro correu as duas últimas etapas (Sakhir e Abu Dhabi) e impressionou positivamente o time da Haas pela rápida adaptação ao carro e pelo ritmo de corrida.







9 - Mercado de pilotos agitado para 2021

Na McLaren, Lando Norris será companheiro de Daniel Ricciardo, que deixa a Renault. No time francês, Esteban Ocon será parceiro do Bi-Campeão Fernando Alonso, ausente 2 anos da categoria. Sebastian Vettel deixa a Ferrari e vai para a nova equipe Aston Martin (ex Racing Point) ser companheiro do canadense Lance Stroll. Na Alpha Tauri, Pierre Gasly continua no time mas ainda não tem companheiro definido. Na matriz Red Bull, Max Verstappen também não tem companheiro definido, sendo que o nome do mexicano Sérgio Perez é um dos mais cotados para a vaga. Na Mercedes, Hamilton ainda não foi confirmado mas é carta mais do que certa no time e vai para mais um ano ao lado do finlandês Valtteri Bottas. Carlos Sainz deixa a McLaren e vai para a Ferrari dividir box com Charles Leclerc. Na Haas, mudança total: saem Romain Grosjean e Kevin Magnussen e entram os jovens Mick Schumacher e Nikita Mazepin, este último trazendo muita grana para o time. Na Alfa-Romeo nada muda, ficam o veterano e recordista de largadas Kimi Raikkonen e o italiano Antonio Giovinazzi bem como na Williams, que mantém o ótimo George Russell e o abastado canadense Nicholas Latifi.



10 - A ausência do público

Foi estranho e triste ver as corridas sem o público presente nas arquibancadas. O cenário com bandeiras, bonés, cartazes e o agito do público já fazem desde os primórdios das corridas de automóvel parte integrante do circo da velocidade. Também não tivemos as tradicionais corridas em Mônaco e também a etapa brasileira em Interlagos, uma das mais legais em termos de corrida propriamente dita e também pela participação do animado público nas arquibancadas ao autódromo paulista.