Homem e máquina se reencontraram hoje para reviver uma história especial. Emerson Fittipaldi pilotou a Lotus 72 pela Marginal Pinheiros, com direito a passagem pela Ponte Estaiada. O "Rato" pisou fundo e chegou a ultrapassar os 250 Km/h.
Emerson foi campeão em 1972 com este carro, e foi com ele também que venceu há 40 anos sua primeira prova na Fórmula 1, o Grande Prêmio de Watkings Glen (EUA), que garantiu o título póstumo ao seu companheiro de equipe, Jochen Rindt, morto nos treinos para o Grande Prêmio da Itália, meses antes.
"Eu converso com o carro e ele conversa comigo", dizia Emerson sobre a Lotus antes de entrar no carro hoje pela manhã. Toda essa emoção de reencontrar um velho companheiro se traduziu no choro de Emerson depois de sair do carro. Sem palavras.
Devemos muito a Emerson. Foi ele quem abriu as portas a todos os pilotos brasileiros, ao ser o primeiro brasileiro a ter destaque na Fórmula 1 e ser campeão. Depois, junto com seu irmão Wilsinho, foi o criador da primeira - e única - equipe brasileira na Fórmula 1, a Copersucar-Fittipaldi. Essa talvez seja a maior ação de empreendedorismo já existente no automobilismo brasileiro - que infelizmente não foi muito bem compreendida pelo povo deste país, que não entendeu o nível de complexidade que é montar e gerir uma equipe em uma categoria de alto nível como a Fórmula 1, e apenas se ateve ao fato da equipe não ter obtido vitórias.
Quando a equipe Fittipaldi fechou, Emerson abriu mais uma estrada para o nosso automobilismo. Foi para os Estados Unidos correr na Fórmula Indy. Como de praxe, foi campeão e venceu por duas vezes as 500 Milhas de Indianápolis, trilhando o caminho para os pilotos brasileiros na América.
Emerson, parabéns e obrigado!